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Bike Azores

A experimentar o verdadeiro sentido da palavra liberdade!

20.02.24

Protagonista


Rui Pereira

A identificação pode ocorrer de várias formas. À partida quando abro um vídeo sobre skates, mais exatamente surfskates, sei que pode acontecer. O sugestivo nome “Welcome Spring”, do vídeo da YOW Surf, era um bom indício.
A par das bicicletas de carreto fixo [fixed-gear], os surfskates são um reflexo das minhas preferências e do meu estilo de vida. Para ser mais correto, daquele estilo de vida que gostava mesmo de ter. Considero-me próximo, mas não estou sempre lá. Contudo, identifico-me. Reflexo daquilo que sou na minha essência, mas que as circunstâncias da vida de alguma forma me afastaram.
Seja como for, trilhei no sentido do regresso às origens. Contra as limitações físicas advindas da idade, das sequelas derivadas de lesões, das limitações técnicas motivadas pelo afastamento. E foi o melhor que podia ter feito.
Hoje tenho várias opções e faço o melhor que posso. Empenho-me sobre os meus surfskates e divirto-me. Mesmo que à vista não esteja a fazer assim tanto. Mas para mim…
Quando levo o skate na mão ou sigo sobre ele, sinto-me alinhado. Tenho o estilo de vida certo. Vou com gosto e orgulho. Simples...
Desempenho o verdadeiro papel de protagonista na minha vida!



29.01.24

Empatia!


Rui Pereira

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Uma relação afetiva envolve simpatia, mas, acima de tudo, empatia. E empatia significa identificação. Na forma de pensar, agir e sentir. Deduz sintonia. Gostar e desejar aquilo que o outro deseja e gosta. Induz partilha. Motiva compreensão. A amizade implica empatia… O amor, também!

18.01.24

A bicicleta e um futuro melhor


Rui Pereira

Há muito tempo que deixei de associar a felicidade à concretização de objetivos de consumo. No entanto, e tratando-se de bicicletas, ir buscar uma não deixa de ser um momento de alguma satisfação, mesmo que não seja para mim como aconteceu recentemente. O entusiasmo, e aquela apreensão que me é tão caraterística, estão sempre presentes. Na verdade, podem existir circunstâncias mais relevantes por detrás do simples ato de adquirir e ir buscar uma bicicleta. Dizem respeito a intenções de mudança de vida, associadas a hábitos de vida mais saudáveis. Ora com o objetivo de as usar como utensílio de lazer e exercício físico, ora como meio de transporte alternativo. Ou, simplesmente, como um excelente e didático brinquedo, capaz de colocar um grande sorriso na cara de uma criança. Toda e qualquer abordagem é legitima. A médio e longo prazo, pode significar inclusivamente mudanças de paradigmas, de opções e prioridades, na forma como vemos os objetos e a forma como nos deslocamos. Talvez seja exagerado da minha parte, mas coloco sempre na aquisição de uma bicicleta a esperança de um futuro melhor.

15.12.23

Desvarios físicos e alimentares!


Rui Pereira

Não sou disciplinado e gosto muito de usar a expressão:

“Perdido por cem, perdido por mil.”

Não é bem porque gosto, é mais porque me dá jeito.
Na verdade, sou um exagerado e tenho um grande problema com doces.
Mais, consigo ingerir grandes quantidades de comida, independentemente dos doces.
É para deixar claro que aqui o menino não come só saladinhas nem cenas “fit”, como algumas pessoas pensam.
Como toda a gente, tenho os meus momentos de “desgraça”.

«Ah, é bulking!», manifesto em minha defesa.
É bulking é...


2017


O facto, é que faço exercício regular desde os 19 anos. É um hábito mais do que implementado. O que não quer dizer que, muitas vezes, me apeteça tudo menos ir para o chão fazer flexões.
E se este texto serve para alguém, é essencialmente para mim. A ver se me cura dos frequentes lapsos de memória de que padeço.
Também tenho momentos de disciplina e até alguma rigidez (pouca). O exercício é fundamental para o meu bem-estar físico e psicológico, mas a alimentação é que dita as regras. E nem vale a pena estar com mais argumentos ou desculpas.

Vamos por as coisas por ordem de grandeza:
- 1.º Saúde; 2.º Bem-estar; 3.º Estética
- 70% Alimentação; 30% Exercício físico

Ah, também convém ter um descanso de qualidade e não descurar a importância do sono em toda a equação.

Não ando obcecado com o facto de ter "quase" 50 anos, até estou a borrifar-me para isso, mas não há como negar que com a idade as coisas processam-se de uma forma e a um ritmo diferentes, por isso, há que ter algum juízo!
Ainda ontem, numa das muitas reflexões filosóficas que faço com o meu camarada de "treino", falámos nisso. Falou ele, com um ar condescendente e resignado, perante mais um dos meus exageros!

Chegamos a uma conclusão unânime - temos de virar bichos. E, entretanto, chego a outra sozinho - sou muito mais bicho sentado à mesa do que pendurado na barra de elevações!

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2023


É possível comer de tudo e não entrar em fundamentalismos e exageros sem sentido. O cuidado deve ser uma definição muito clara do que é a regra e o que são as exceções.
Não fundamentalista também deverá ser a abordagem ao exercício físico. Não tenho paciência nenhuma para conversas de “atletas”, digo já. A solução passará por fazer atividades que se goste minimamente (também se aprende a gostar) e manter a diversidade, regularidade e intensidade na prática.
A partir do momento em que se tornam hábitos, deixam de ser sacrifícios e passam a ser parte integrante de um estilo de vida, com todos os benefícios associados.

«Olha, Rui... campeão! Podes comer um bombom de chocolate. Vá, até podes comer dois... três, pronto. Não é a caixa toda!»

14.12.23

De bicicleta ao peito


Rui Pereira

roupa_bicicleta.jpg


Gostar de bicicletas é muito mais do que simplesmente andar nelas.
Construí todo um estilo de vida à sua volta.
Influenciam-me de diversas formas e em várias áreas.
Abundam nas minhas redes sociais e nos conteúdos digitais que consumo.
Têm um lugar especial entre os meus livros.
Tudo o que encontro que lhes diga respeito interessa-me.
Penso muito nelas e sobretudo escrevo.
Perto, ao lado ou em cima de uma estarei bem com certeza.
Visto-as. É normal trazer uma ao peito.
E mesmo que não se vejam… estão cá sempre!

12.12.23

"Heart Like a Grave"

Insomnium


Rui Pereira

Years of disappointment
And disillusion
All I see in the mirror now
Is an old man with a heart like a grave

Até ao final deste ano completo 48 anos. Mesmo para mim, que não sou de números, é bastante claro que estou a bater nos 50 não tarda…
Visivelmente, mantenho um ar aceitável, com alguma jovialidade e irreverência. Para isso contribuem a minha forma de estar e atitude, as atividades que pratico.
A descontração existe, sem dúvida, mas por vezes é aparente. Muitas vezes ensombrada por níveis de preocupação e pessimismo sem sentido.
Um lado negro que tento expurgar com mais escuridão, tristeza e melancolia, através da música, em manifesto contrassenso.
É a minha aliada. É solidária, coloca-se na minha pele, compreende-me. Rasga comigo as amarras que me prendem, com a força das letras e a agressividade da melodia.
São anos de união. De aliança. De resultados.
O que não impede que, ocasionalmente, me possa ver como um velho ao espelho…

 

12.12.23

Chuva com ele!


Rui Pereira

Duas horas no sofá à espera de melhoria do estado do tempo para poder ir dar uma volta de bicicleta!

Os últimos fins de semana não têm sido muito generosos. Chuva e vento com fartura. Ainda por cima maiores, encostados por dois feriados.
Farto, levantei-me decidido. Não quero saber, vou para a chuva!

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Vai de procurar as capas de silicone para os sapatos e vestir o equipamento.

O sair ou não de bicicleta acaba por ser um equilibrador do meu estado de espírito. Se não saio e não tenho uma alternativa viável (exemplos: caminhada, praia, skate…) fico basicamente lixado. Entregue à inércia e à preguiça, sem motivação para nada. Nem mesmo para aquilo que tem de ser feito.

«Ah, mas não deves ficar assim, aproveita para…»

Nunca tinha pensado nisso. Muito obrigado.
Não dá. Culpa minha. Admito.

À medida que ia avançando constatava que o tempo estava mesmo uma merd@. Da chuva não conseguia escapar, mas tinha de empenhar uma pedalada mais vigorosa para aquecer rapidamente. O pior é que a minha forma não está propriamente no auge (porque será?) e perante uma maior inclinação senti umas dores nas pernas consideráveis e até algo estranhas para mim. Entretanto, fui aquecendo e encontrei o meu ritmo. Esqueci as dores...

Como sempre, depois de me sentar no selim já não queria deixá-lo. Acabei por ir a duas cidades (Ponta Delgada e Ribeira Grande) e até dei um par de voltas na pump track.

Mesmo com os sapatos protegidos, cheguei a casa com os dedos dos pés dormentes e, claro, completamente molhado. Que se lixe. Não vou dizer que me soube pela vida, porque esta é uma afirmação que me irrita um bocadinho, mas bendita a hora. Que sirva de exemplo para futuros fins de semana com tempo da treta!

30.11.23

Mais do que “instagramável” é real


Rui Pereira

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É um quadro com que me identifico. Até porque o pé presente é meu.
É um reflexo daquilo que gosto, da minha vida, daquilo que sou.
De tranquilidade.

A praia, o mar e o pôr-do-sol representam a minha indiscutível ligação à natureza.
O surfskate reflete o meu lado mais ativo e irreverente.
As Vans sugerem jovialidade e o meu estilo de vida.
E todo o enquadramento, o meu sentido estético.

Não é toda a minha vida, mas é uma considerável parte dela. A mais importante. A que melhor me define.
É a minha atitude. De como é viver na Ilha…
E mais do que “instagramável” é real.

28.11.23

“Nothing Sacred”

Paradise Lost


Rui Pereira

1999 foi o ano de lançamento do álbum “Host”. Sétimo da carreira dos Paradise Lost. O álbum da polémica e da discórdia, já que a banda inglesa rompe radicalmente com o som que vinha fazendo até então. Na verdade, já o seu antecessor, “One Second”, indicava esta direção. Abundância de eletrónica e teclados que descaraterizavam uma base sonora bastante identificativa, com raízes Doom e essencialmente Gothic. Menos gótico o seu som era agora muito atmosférico. As guitarras perderam peso e foram ofuscadas pelos sintetizadores, e a voz de Nick Holmes era agora completamente “limpa”. O certo é que até a aparência física dos elementos da banda mudou.
Fã assumido da banda e do género - Gothic Metal, tendo como álbum favorito “Draconian Times”, 1995 - aquele que considero ser um dos melhores discos de sempre - também me coloquei do lado da oposição. Eh pá não, não queria ver os Paradise Lost a tentar ser os Depeche Mode! Ainda tentei uma ou outra audição, mas a resistência venceu. O facto é que me fui afastando progressivamente deste coletivo. Foi bom, muito bom, mas acabou – pensei eu.
Só voltei a fazer as pazes com os Paradise Lost em 2005, com o lançamento do seu décimo álbum homónimo. A partir daí o seu som tem crescido no sentido do regresso às origens.
Numa onda saudosista tenho revisitado o seu passado… “Icon”, “Draconian Times”… Continuo a ficar arrepiado com o seu som e com os absurdamente melódicos riffs de Gregor Mackintosh, o principal guitarrista e compositor da banda.
Num desses regressos ao passado dei de caras com o tema “Nothing Sacred” do álbum “Host” e senti-me injusto e preconceituoso. O que é isso? Que tema! Pronto, as guitarras estão um pouco escondidas e têm uma distorção meia estranha, mas a linha de teclados que marca toda a faixa, adornada por apontamentos eletrónicos, é absolutamente incrível. Um tema que nos embala e leva tranquilamente através de ambiências atmosféricas e melódicas exemplarmente conseguidas.
Estava cego e surdo quando há 24 anos não consegui reconhecer isso. Nunca é tarde. Justiça seja feita!

 

24.11.23

O equilíbrio do desequilíbrio


Rui Pereira

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O segredo está no equilíbrio.
Nas opiniões, nos desejos, nas atitudes e em cima da bicicleta.
Sou equilibrado. Pelo menos acredito que sim.
O que não quer dizer que não o perca e caia.
Responsabilidade de eventos internos e externos.
Acontece!

Em cima de uma bicicleta é onde estou mais equilibrado.
Por mais contraditório que possa parecer.
E mesmo que me desequilibre, arranho um cotovelo ou um joelho.
Sempre é melhor do que me afundar no sofá e nos meus pensamentos,
Desequilibrado,
Em frente à televisão.