29.05.08
Motas, simplesmente as motas!
Rui Pereira
As motas hoje em dia são mais do que muitas, são muitas marcas, com inúmeros modelos, que se encaixam em diversos segmentos, reflectindo uma busca incessante das marcas a ir de encontro ao gosto de potenciais clientes.
A uns agrada-se com as generosas fichas técnicas, com motores a debitarem cada vez mais cavalos, a outros pela polivalência, pelo lado prático e economia, outros ainda pela exclusividade, estética, ou pormenores tecnológicos únicos.
De facto investem-se milhares com a ideia de despertar paixões, sonhos com o intuito que estes se tornem realidade, o que muitas vezes acontece, mesmo que se deixe as prioridades de lado e se cometa uma loucura, uma sã loucura!
Aí vive-se um momento único, fora do normal, até mesmo descabido para quem não vê nada de especial numa estrutura de ferro ou alumínio, com um motor ao meio e duas rodas forradas a borracha. Não percebem que para quem vive intensamente este mundo, qualquer pormenor é importante, até a cor de um parafuso pode fazer a diferença.
Mas como a nossa espécie é mesmo assim, não é preciso muito tempo para já estar a pedir mais e assim entra-se no campo dos acessórios, da personalização, dos equipamentos, com as marcas cada vez mais despertas e a apostar forte neste ramo. Pior mesmo é quando ainda nem “aquecemos” a que possuímos e já estamos a pensar na substituta que saiu com um retoque aqui e acolá e mais uns míseros cavalos no motor…
Não se percebe, nunca estamos satisfeitos, é irracional até, mas toca a todos, ou a quase todos, elas “mexem” connosco, o que havemos de fazer?
Daí todos os segmentos e as suas diferentes características, que cada vez mais se distanciam porque o grau de exigência é cada vez maior. A diferença é tanta que parece que já nasceram especificamente para cada meio, quando no fundo a base de todas as motas é a mesma.
Por vezes esta tão grande e diversificada oferta é um verdadeiro quebra-cabeças para quem pretende entrar no mundo das duas rodas e ainda não sabe bem aquilo que quer. Aqui é preciso jogar com a razão e com o coração e fazer comparações, muitas comparações.
Mas é engraçado constatar que, se por um lado as marcas lutam com toda a mais recente tecnologia e quebram todos os limites, por outro estão cada vez mais a inspirarem-se nos seus modelos que fizeram história, e dão-lhes novamente vida, devidamente actualizados a nível técnico.
Depois ainda há aqueles modelos que parecem não evoluir, que com alguns retoques se vão mantendo nas gamas das marcas por longos anos, o que não quer dizer que são inferiores às outras, são apenas alternativas, e válidas.
Até quem sabe se não são estas as “verdadeiras” motas, as que se mantêm fieis ao conceito, as clássicas de sempre, mas ainda actuais nos nossos dias, aquelas que não são derivações, que oferecem aquilo que uma pessoa “normal” deseja e procura, perfeitamente consciente que só uma mota lhe pode dar… São motas, são simplesmente motas!
Continuemos a nossa caminhada neste espantoso mundo das duas rodas, tirando todo o partido delas, tendo sempre presente os riscos inerentes a um veículo desta natureza, acompanhando a sua evolução e a inovação, cada vez mais a um ritmo alucinante, mas não esquecendo as raízes e a história deste objecto único que é a Mota.