20 de Janeiro de 2007
O stand local MOTOMAIS, digno representante da conceituada marca de motos HUSQVARNA, tinha preparado um programa único, que ficará na memória de muitos.
De facto para este dia, iria ter lugar numa pista na freguesia da Candelária um Mega Test-Ride, onde se encontrava disponível, toda a gama da Husqvarna de Enduro e Motocross.
Como admirador assumido da marca e amigo do Manuel Martins, não podia deixar de marcar a minha presença, o mesmo se passando com o meu irmão e até o meu primo, que não experimentou nenhuma moto, mas fez uma completa reportagem fotográfica do evento.
Não só a vontade de experimentar as motos e estar no meio de um ambiente similar ao que se normalmente vive nas pistas, foram as razões da nossa ida, mas igualmente para contribuir para um evento com uma dimensão e características nunca vistas por cá e reconhecer todo o mérito dos seus organizadores e colaboradores.
Mesmo com algumas lacunas ao nível do equipamento, outras físicas e muitas mais relativas à técnica de condução e conhecimento das máquinas e pista, lá estava para o primeiro turno de condução, com a duração de 10 minutos. Tinha preferência para testar os modelos de Enduro, e para começar em grande, uma vez que a TE250 já tinha o Paulo Silva "colado" em cima, calhou-me a TE450, mesmo assim melhor do que o Francisco que se "abraçou" a uma pontuda CR125. Pista com ele...
Para quem já não andava numa TT à muito tempo e nunca andou em pista, sentia-me um pouco estranho "empoleirado" em cima da TE, que vibrava q.b., tinha uma resposta rude ao acelerador e era seca de suspensões. Claro, uma Enduro é assim, não é uma Trail estradista, como a minha moto da altura (Suzuki DL650 V-Strom).
Mas aos poucos a confiança foi aumentando, as características da moto que se estranham inicialmente, tornam-se nossas aliadas e começasse a tirar partido do conjunto, com mais ou menos controle.
O pior é que com mais à vontade, à maneira que as voltas à pista se sucedem, também vem o desgaste físico, e o cansaço geral, e as dores nos braços... e vai daí... a roda da frente escorrega num gancho e... chão!
Queda sem consequências já perto do final desta primeira "manga" aos comandos da 450.
Estava a adorar a experiência, mas ao mesmo tempo queria que os 10 minutos acabassem, é que já não tinha muito mais para dar, pois faltavam as forças e a queda tinha abalado um pouco a minha confiança.
Tempo para descansar um pouco, depois da emocionante experiência de levar a Husqvarna na terra, com pedras soltas, saltos, curvas, etc, etc... Muito bom!
Claro que foi também um momento para brincar um bocado com as nossas habilidades em pista, com o comportamento das motos, com a queda, com as dores... muito riso à mistura, claro.
Segundo turno, calha-me a TE510, não será preciso dizer que para mim era um exagero, mas já agora, e à falta de outra mais "soft" disponível, vamos embora.
Sinceramente não consegui notar grandes diferenças para a 450, talvez um pouco mais exigente, mas para sentir toda a fúria do 510 seria preciso abrir acelerador, coisa que não fiz. Além disso, pela minha falta de experiência, desgastei-me demasiado no primeiro turno de condução, por isso agora estava a tentar gerir melhor o tempo disponível.
Mesmo com um andamento mais contido, num momento de maior entusiasmo voltei a cair, da mesma maneira, mas com um pouco mais de violência. A moto ficou sem marcas, mas fiquei com um dedo trincado entre a embraiagem e a protecção da mão na queda, algumas dores, mas nada de especial.
No final desta segunda volta, aproveitámos para fazer um intervalo maior e estivemos a trocar algumas impressões com o Manuel Martins, tanto sobre as motos, como sobre a nossa condução, onde o Manuel deixou algumas dicas importantes, relativamente à posição de condução, abordagem a obstáculos, etc.
De regresso à pista, desta feita fui logo para junto da TE250, a moto que pretendia testar desde o início, uma vez que, para as minhas aspirações seria a opção ideal, pelo menos teoricamente, e pretendia confirmar isso mesmo.
Já aos seus comandos, notava-se a diferença desta 250 para as suas "irmãs" maiores, pena foi não a ter testado quando ainda estava "fresco", embora nas dimensões e ciclistica as diferenças sejam imperceptíveis, a moto apresenta menos uns quilinhos e o carácter do motor é bastante diferente.
De um modo geral, a TE250 deixa-se levar com mais facilidade, é mais suave, tendo um bom acerto para um condutor menos experiente, como era o meu caso.
Só mesmo em situações mais especificas sentia-se uma menor disponibilidade de potência, sendo necessário jogar com a embraiagem, ou com a caixa.
Gostei muito de conduzir a 250, pois pelo seu carácter menos agressivo permite mais erros de condução, não nos castigando tão severamente como as maiores 450 e 510 e permitindo andar tão ou mais rápido do que nas suas exigentes "irmãs". Claro que numas mãos experientes e em locais mais abertos, as coisas mudam de figura, mas aqui não é o caso.
Normalmente se diz que no meio é que está a virtude, e na maioria das situações, assim acontece, se calhar aqui também, dependendo do ponto de vista, pois a 450 normalmente reúne consenso de ser o modelo mais equilibrado e de uso mais abrangente, por exemplo é a ideal para montar-lhe umas rodas de 17" com pneus adequados e fazer estrada sem grandes problemas ou limitações (foi o que fez o meu irmão), mas para mim e para o TT, a eleita seria mesmo a Husqvarna TE250.
Por impossibilidade de tempo, não pude experimentar mais nenhum modelo da Husqvarna, mas andar nestas três Enduro em pista já foi uma grande experiência, uma das melhores que já tive aos comandos de motos. Mesmo com as minhas limitações, encarei este Test-Ride sempre com grande entusiasmo, apesar da apreensão e do nervosismo, normais nestas situações... Adorei.