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Bike Azores

A experimentar o verdadeiro sentido da palavra liberdade!

08.03.09

Motas vs. bicicletas


Rui Pereira

Se à 3 ou 4 meses atrás, alguém dissesse que eu iria ter uma ligação tão forte às bicicletas e aos meios que as rodeiam, que aos poucos me tem afastado da maior paixão material da minha vida – as motos, não acreditaria!
O facto, é que rendi-me às bicicletas, talvez porque estas têm-me permitido fazer o que gostaria de ter feito com as motos e nunca consegui, mas de uma forma mais segura, prática e económica, com a mais-valia de contribuir para o meu bem-estar físico.
Apesar das variadas limitações ao nível pessoal e material, não deixo de sentir alguma satisfação por ter vindo a superar obstáculos e a alcançar alguns objectivos gradualmente, culminando com a minha participação em competição numa prova de BTT-XC este ano.
As bicicletas estão definitivamente na moda, mas a minha ideia de ter uma já vem de uns bons anos para cá, na altura como complemento às modalidades indoor que praticava. Entretanto, com o nascimento do meu filho veio a alteração de diversas coisas e o consequente abdicar de outras tantas, daí que neste momento, a opção bicicleta passou a necessidade, e a par com o gosto, assumiu a posição de protagonista.
Mesmo tendo que gerir da melhor forma os meus tempos livres, os domingos de manhã estão garantidos. E é engraçado constatar, que a bicicleta, ou melhor, as dificuldades que sinto em cima dela, já me fizeram passar a acompanhar a minha mulher nas suas sessões de jogging e de banhos de mar em pleno Inverno!
Nos bastidores tenho-me divertido e aprendido muito, tanto no que diz respeito à preparação e manutenção da bicicleta, onde ainda me falta um pouco para dominar a mecânica das bikes como gostaria, como pela minha “intromissão” no meio, seja real ou virtual, onde tenho conhecido pessoas com excelente atitude e vasta experiência, suficientes para me sentir perfeitamente integrado e acompanhado, num mundo até agora desconhecido.
E a paixão pelas motos?!
Existe, dificilmente deixará de existir e as motos não estão completamente fora de questão. Em brasileiro diz-se: “dar um tempo”…
O facto, é que a partir do momento em que a moto deixou de ser uma necessidade, uma vez que deixei de andar diariamente e a disponibilidade para uma utilização de lazer começou a ser escassa, a par com o aparecimento de outras prioridades, responsabilidades e necessidades, esta começou a ser vista como um peso desnecessário que se reflecte no orçamento familiar, mesmo parada na garagem, para já não falar na contínua desvalorização. Pior ainda, quando inutiliza 18 m2 de área coberta e obriga o carro a “dormir” na rua!
Seja como for, não foi uma opção tomada de ânimo leve e não poucas são as vezes que sinto saudades delas, de qualquer uma das motos que tive (com destaque para a Suzuki DL650 V-Strom), pois as sensações que transmitem, sejam pela sua mera presença, sejam na condução aos seus comandos, são únicas, impossíveis de explicar e transmitir, e só compreensíveis por quem já teve ou tem o privilégio de as sentir.
Apesar do título deste texto poder induzir em erro, não é minha intenção entrar em comparações, até porque havendo semelhanças no conceito, são muito diferentes e obviamente não se substituem, mas complementam-se. E como bom sonhador que sou, continuo a sonhar com as minhas próximas, sejam com ou sem motor.