23.01.14
Espelho meu, espelho meu...
Rui Pereira
Os números podem ser referências importantes. Até podem ser um impulso motivador ou aquele pormenor para continuar em frente. No entanto, enquadrar os números em dietas é falar em balança. E aqui já não considero terem assim tanta relevância!
As pessoas gostam muito de falar em dieta, em fazer dieta. Para mim, dieta é a minha alimentação comum, a que faço todos os dias, a que tento que seja equilibrada e saudável. O que normalmente consideram dieta entendo por dieta restritiva, já que implica sempre cortar (demasiado) em alguns dos macronutrientes, essencialmente nos hidratos de carbono e nas gorduras.
Numa aposta num corpo melhor, é normal atribuir demasiada importância à balança. Quando o melhor conselheiro é sem dúvida o espelho! Os números podem servir de referência, mas a verdadeira imagem do nosso corpo é transmitida pelo espelho. De pouco serve a balança indicar valores mais baixos se o nosso corpo apresenta um nível de gordura elevado; De pouco serve termos batido um recorde na perda de peso e o espelho refletir uma imagem de um corpo flácido e pouco são; De pouco serve ficarmos afetados se a balança não responde de acordo com as nossas expetativas…
Para além de achar os números da balança subjetivos, tendo por base situações regulares, não acredito em dietas restritivas com resultados repentinos, nem nos emagrecimentos só envolvendo químicos e intervenções pouco naturais, tal como não acredito em dietas sem a componente exercício físico. Portanto, não acredito nem em milagres nem na obtenção de resultados sem esforço! E também não me revejo num processo de mudança corporal que tem unicamente por base a vertente estética, desprezando a vertente saúde!
A alimentação e o exercício físico são temáticas tão vastas como interessantes. Depois de envolvidos nas mesmas temos uma maior capacidade para tirar proveito delas em benefício próprio. Convém usar de algum discernimento e capacidade de interrogação para evitar muitos preconceitos e mitos que continuam a ser defendidos como se de verdades inquestionáveis se tratassem!
Traçados os objetivos, é altura iniciar a marcha no sentido da sua concretização, com todas as estratégias e apoios tidos como apropriados, para ver uma evolução gradual e consistente que nos motiva, que nos assegura o foco, que nos faz seguir em frente obstinados. Acima de tudo interessa sentirmo-nos bem física e psicologicamente.
A partir daqui é tirar a roupa, colocarmo-nos em frente ao espelho e ver... Até é permitido fazer alguma pose e num momento íntimo de narcisismo puro, perguntar: «Espelho meu, espelho meu, existe alguém mais em forma do que eu?»