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Bike Azores

A experimentar o verdadeiro sentido da palavra liberdade!

28.01.15

Sonhei com bicicletas e não só…


Rui Pereira

Sonhei que éramos livres.
Sonhei que éramos todos iguais.
Sonhei que nos preocupávamos uns com os outros.
Sonhei que éramos humildes e gostávamos de aprender.
Sonhei que vivíamos plenamente integrados no ambiente e na natureza que nos rodeia.
Sonhei que tínhamos hábitos de vida saudáveis.
Sonhei que tínhamos uma verdadeira preocupação ambiental de sustentabilidade.
Sonhei que vivíamos leves e despreocupados, com poucos bens materiais.
Sonhei que éramos todos ricos independentemente daquilo que possuíamos.
Sonhei que o proprietário de um BMW e de uma bicicleta de marca branca tinham exatamente a mesma importância social.
Sonhei que automobilistas e ciclistas partilhavam as vias de circulação sem atritos nem problemas.
Sonhei que não havia preconceitos perante as bicicletas e os ciclistas.
Sonhei que ninguém pensava que o outro andava de bicicleta porque não tinha dinheiro para comprar um carro.
Sonhei que as bicicletas utilitárias mais básicas recebiam as mesmas atenções que as topo de gama.
Sonhei que trocávamos de bicicleta, e de outros bens, por necessidade e não somente por capricho ou desejo consumista.
Sonhei que mais do que querer comprar coisas, queríamos usá-las.
Sonhei que as bicicletas, para além de utilizadas como objetos de treino e competição, eram igualmente utilizadas como meio de locomoção e transporte.
Sonhei que nos deslocávamos diariamente sem recorrer unicamente ao automóvel.
Sonhei que utilizávamos a bicicleta sem queixas nem desculpas, sem mitos nem estigmas.
Sonhei que as cidades estavam estruturadas para receber pessoas e meios de transportes suaves e não tráfego automóvel.
Sonhei que não tínhamos problemas em andar a pé, aliás gostávamos de o fazer.
Sonhei que os parques, as praias, os jardins, eram os locais mais procurados para estar no tempo de lazer.
Sonhei que os ciclistas sorriam ou cumprimentavam-se sempre que se cruzavam…
E de repente...
Acordei.