Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Bike Azores

A experimentar o verdadeiro sentido da palavra liberdade!

26.09.17

Bicicletas de BTT XC


Rui Pereira

O meu regresso definitivo e ininterrupto às bicicletas está a fazer nove anos. Mesmo considerando a pequenez da nossa realidade, esta não deixa de refletir as tendências que se assiste a uma escala global no que toca às bicicletas de BTT XC.
Desde logo não haviam medidas de rodas para escolher. O tamanho padrão das rodas era só um – 26 polegadas. Depois chegaram as grandes 29 e as intermédias 27,5. Estas últimas, mesmo garantindo o melhor dos dois mundos, nunca se conseguiram impor verdadeiramente. Por seu lado, as 26 são cada vez mais raras, com exceção nas gamas baixas, portanto, a medida padrão neste momento é a maior - 29.
Haviam dúvidas, sim, na opção (semi) rígida ou suspensão total. Se quando comecei a despertar para este mundo as coisas andavam mais ou menos equilibradas, com o aparecimento de suspensões mais evoluídas, as FS começaram a aparecer em força, o que não iria manter-se por muito tempo com o aparecimento das rígidas super “light”. Radicalizou-se a geometria e o conceito.
O aparecimento das rodas 29, mesmo considerando um período inicial de desconfiança (pessoalmente, acreditei no seu valor desde o primeiro momento), veio revolucionar o meio. Ainda existem alguns resistentes, uns que apenas deram o passo mais curto (27,5), mas a maioria rendeu-se às rodas grandes.
No campo do amortecimento, depois da dimensão das rodas dispensar a sua existência na totalidade e compensar o seu menor curso, nova inversão de rumo, até para fazer face à crescente técnica e espetacularidade dos percursos XC, e à diferente atitude perante o radicalismo das bicicletas, que tornava a sua eficiência irregular e questionável. Palavras como “suavidade” e “conforto” estão agora mais próximas da ideia “andar muito”!
Hoje, assiste-se claramente à saudável conjugação das rodas grandes com evoluídas suspensões totais como uma das opções mais equilibradas e eficientes, pelo menos na maioria dos cenários. E das que se vêem mais. No entanto, as rígidas vão-se aguentando e continuam também a marcar forte presença.
Para além das rodas e da suspensão, atualmente ainda existem mais umas coisinhas para ponderar. Ou talvez não. Para quem privilegia a competição, e não só, já que apenas pode querer mais simplicidade, menos peso e manutenção ou apenas ter uma máquina igual às dos campeões, a opção prato único minimalista no pedaleiro a contrastar com uma monstruosa cassete acoplada à roda traseira é simplesmente obrigatória.
Eu ainda sou do tempo em que se fazia XC com uma Trail, do quadro em alumínio, das rodas pequenas, das suspensões com demasiado curso, dos pneus com câmara-de-ar, dos três pratos no pedaleiro, da cassete com menos de uma dezena de carretos e com o peso ali acima do conhecido número do azar…

26.09.17

BTT + BTT = BTT


Rui Pereira

Há muito tempo que a BTT foi relegada para segundo plano. De facto, a sua utilização tem sido residual e espaçada no tempo. Os motivos, advindos das sequelas de uma lesão e da falta de companhia, são óbvios, o que me levou à prática regular do ciclismo de estrada. Não obstante, o BTT (XC) é uma vertente do ciclismo entusiasmante de que gosto bastante.
Ocasionalmente surgem oportunidades para tirar a FSRxc do suporte e levar-lhe a cumprir a função para a qual foi concebida. Dentro das possibilidades vou aproveitando, e recentemente aconteceu isso mesmo. Traduziu-se numa jornada dupla de BTT. Nada de transcendente, mas deu para voltar a sentir aquelas sensações boas que só uma bicicleta na terra transmite, mesmo com alguma apreensão à mistura na presença das dificuldades, devido à falta de prática.
Claro que podia ter aproveitado duas grandes oportunidades em dois fins de semana seguidos para ser uma verdadeira barrigada de BTT, primeiro com o Azores Challenge MTB e depois com a Azores MTB Marathon, mas não. O compromisso e demais exigências naturais dos eventos competitivos organizados e a minha indisponibilidade perante os mesmos deixaram-me mais uma vez de fora, com tudo o que isso implica (se calhar tenho de ponderar esta atitude?!). Todas as outras limitações pessoais e materiais que existem, caso houvesse real vontade, não constituíam um obstáculo decisivo só por si.
Seja como for, a bicicleta foi para a terra (e para a estrada) em duas circunstâncias distintas, mas igualmente satisfatórias. Uma na companhia de quem começa agora a aventurar-se a um superior nível de pedaladas, outra na companhia de quem já anda nas lides desportivas há muito tempo, não necessariamente BTT.
Diverti-me antes, durante e depois. Antes, porque estive a mudar uns componentes na bicicleta, entre pneus e selim. Durante, por voltar a sentir o desafio e o prazer associados ao controlo da bicicleta perante os obstáculos. Depois, com a lavagem e a manutenção necessárias, que normalmente é parte obrigatória do pacote de quem faz BTT (sim, eu gosto disso!). E continua, já que faltaram as etapas finais da manutenção, para que ela possa repousar em condições até à próxima solicitação, que idealmente se espera que esteja para breve.

20.09.17

Pneu furado!


Rui Pereira

Hoje em dia tenho pneus e câmaras-de-ar sobresselentes em casa (nem sempre os que preciso, mas ok!) e é algo que monto e desmonto com alguma ligeireza e facilidade. Às vezes saem algumas asneiras, sendo que, não posicionar a corrente no carreto/prato mais pequenos (que dificulta sobremaneira a instalação da roda traseira) e montar o pneu no sentido inverso ao do rolamento, são as mais frequentes. Para além da falta de prática (não mudo assim tantas vezes de pneus), isso da bicicleta de rodas para o ar às vezes faz confusão! Mas também já aconteceu dar uma cavadela (fatal) na câmara-de-ar com o “desmonta” ou voltar a montar o pneu sem verificar se o objeto perfurante/cortante ainda lá estava… E estava!
Não deixam de ser situações pontuais, já que por norma as coisas até correm bem. Mas isso faz-me recuar uns anos atrás e lembrar-me do tempo em que era miúdo, quando um pneu furado era sinónimo de bicicleta encostada! Era uma realidade que associava o conhecimento empírico (limitado), as experiências (algumas desastrosas, mas que levavam a este conhecimento), as ferramentas desadequadas e de má qualidade, a dificuldade de acesso a peças sobresselentes e um pai que não estava para aí virado. Fazia-se o que se podia e o que se podia era pouco, mas o importante era manter a bicicleta a rolar o mais possível, mesmo que isso implicasse andar com ela cada vez mais escafiada!
Pior é pensar que ainda hoje isso acontece com algumas pessoas (adultas!), mesmo com tanta facilidade, acesso a serviços e informação disponível. Claro que nem todos gostam de bricolage e manutenção ou de andar a sujar as mãos de graxa na bicicleta, nem têm de ter jeito para o efeito, mas não faltam locais e gente experiente disponível para fazê-lo por nós, logo que estejamos dispostos a pagar por isso, e até há quem venha recolher a bicicleta avariada, evitando assim transtornos com a deslocação da mesma.
Voltando aos tempos de miúdo, outros havia, que para além de terem quem lhes mantivesse a bicicleta num brinco, ainda reciclavam as peças estragadas entretanto substituídas. No caso dos pneus, por exemplo, podiam dar uma brincadeira que consistia em conduzi-los. Uma variante do jogo do pneu com pneu de bicicleta. Um pneu usado, mais um pau ou dois, igual a algumas horas de entretenimento.
Hoje em dia, e bem, os pneus usados são reciclados e destinados a diversos fins que não este. Enquanto funcionais são-lhes exigido um nível de eficácia também diferente, até porque o seu rendimento e custo são outros, tal como os cuidados dos seus utilizadores. Ou pelo menos de alguns…

pneus.jpg

 

Jogue do pnerim
Olá petchenas e rapazins, tude bem?
Eh pá, bele jogue.
Consolava jogá ao pnerim.
Pegavas num pnerim de bcecléte, num pázim e vira...
Era dáie semp pra lá!
Péra aí, ê acho que nunca joguê ao jogue do pnerim?!
Nã interessa, ma consolava na mêma.
Bêjes e abraces.
Zabela & Besuga: É uma espécie de rubrica do blogue, onde o Zabela (personagem fictícia que caricatura um homem simples da ilha de São Miguel, que se desloca para todo o lado com a sua bicicleta) escreve tal como fala, com um carregado sotaque micaelense, e a Besuga é exatamente a sua fiel e amada bicicleta, companheira crónica de inúmeras aventuras.

18.09.17

Seg-mento Bike Team - Mascote!


Rui Pereira

A mais dinâmica equipa de ciclismo dos Açores - Seg-mento Bike Team tem uma nova mascote. Um trabalho artesanal muito curioso que não é mais do que a reinvenção das antigas e originais "Penny-farthing".

mascote_seg-mento.jpg
Imagem: Seg-mento Bike Team

No meio de tantas bicicletas impressionantes e possíveis de apreciar ao longo da última edição do Azores Challenge MTB, destacou-se esta peculiar bicicleta. Foi alvo de atenção, curiosidade e diversas voltinhas de teste.

18.09.17

Número ideal de bicicletas


Rui Pereira

Há quem tenha uma e esteja satisfeito (Será? Hum, acho que sim…). Há quem tenha duas, três, seis… e queira sempre mais uma!
Não deixa de ser uma questão pessoal e relativa. E de disponibilidade de espaço, já agora.
Mas qual é o número ideal de bicicletas para se ter?
Dizem, e eu corroboro, que é o número de bicicletas que já temos mais uma!
É certo que não vamos poder andar com elas todas ao mesmo tempo, quando muito, vamos andar com uma ou outra sempre que houver vontade, disponibilidade ou necessidade para isso…
Não tem de haver grandes justificações, mas até há quem tenha. A prática de modalidades diferentes, exigem bicicletas diferentes e a utilização da bicicleta como meio de transporte exige uma bicicleta mais simples, mas específica. Só aqui e considerando por exemplo a prática de BTT, ciclismo estrada mais as deslocações em cidade e já estamos a falar de pelo menos três bicicletas.
Há quem tenha uma, às vezes meia manhosa até, e faça tudo e mais umas botas com a mesma. Ainda no outro dia vi uma publicação que relatava a história de um japonês que, meio entediado com a lentidão do seu modo de viajar (backpacking a pé), comprou uma bicicleta (chaço!) por 10 dólares e fez-se à estrada com ela. Já são mais de vinte mil quilómetros e continua! Outros há, que podendo e querendo, dão-se ao luxo de ter várias, algumas de topo, só porque sim. Por gosto, por vício, colecionismo, pelo que for…
Pronto, para quem quer estar em conformidade já sabe, o número ideal de bicicletas é sempre mais uma para além daquelas que já temos…
Tão conveniente!


bikes_evo.jpg


Besugas nunca sã demás!

Olá petchenas e rapazins, tude bem?
Fiquê mê imbêçade por outra besuga que conheci...
Ela no iníce tava c'ma meia esquisita, ma que tava fazende as partes! 
Tante que agoura já sinte que me tá a dá classias!
Ela é tã requinha!
Em que besugas é que tã a pinsá?!
Nada disse! Nada de chichonas!
Essa tem tubes más grossins mas levins, com pnerins finins rápedes, bele velante, boas mudanças e é tã fácil d'andá!
Agoura vou-lhe botá o oie, outra vez... Té logue!
Bêjes e abraces.
Zabela & Besuga: É uma espécie de rubrica do blogue, onde o Zabela (personagem fictícia que caricatura um homem simples da ilha de São Miguel, que se desloca para todo o lado com a sua bicicleta) escreve tal como fala, com um carregado sotaque micaelense, e a Besuga é exatamente a sua fiel e amada bicicleta, companheira crónica de inúmeras aventuras.

13.09.17

Partilhar a via!


Rui Pereira

A partilha das vias de circulação entre automóveis e bicicletas nem sempre é pacífica. Enquanto os ciclistas veem os automobilistas como senhores e donos da estrada, os automobilistas veem os ciclistas como empecilhos que ocupam um espaço que não é deles. Os ciclistas acham que os automobilistas deviam aceitar e respeitar quem opta por meios de mobilidade alternativos ao automóvel, já que é um direito que os assiste, os automobilistas acham que os ciclistas têm demasiados direitos e deviam circular nas ciclovias e nos passeios, usar capacete, ter seguro obrigatório e até matrícula na bicicleta!

E assim vamos andando. E depois existem as exceções…

12.09.17

Havia necessidade?


Rui Pereira

Tenho por princípio não dar muita importância a certas atitudes menos corretas por parte dos condutores de automóveis que presencio ocasionalmente. Todos cometemos erros e temos atitudes irrefletidas, por isso prefiro aliviar a carga de negatividade e pensar que embora existam claras situações de falta de bom senso, civismo e sensibilidade, notam-se melhorias gerais no comportamento dos condutores em relação às bicicletas e aos ciclistas. Por outro lado, a estupidez de certas pessoas por vezes é tão flagrante que é impossível ficar indiferente.
No último passeio, de uma boa parte dos automobilistas que passaram por nós não temos razões de queixa, minimamente corretos, pacientes e considerando a nossa presença na estrada. Mas outros houveram, felizmente a minoria, que borraram claramente a pintura, já que fomos brindados com rasantes simples, com uma rasante em velocidade e de buzina colada, e ainda, com uma ultrapassagem em que se fez questão de impor superioridade com uma forte aceleradela à passagem. Muito desagradável.
De notar que estamos a falar de situações ocorridas numa calma manhã de domingo, em estradas pouco movimentadas, onde nem sequer rolávamos lado a lado e que sempre que nos apercebíamos da presença de um carro facilitávamos a sua passagem. Mas o que dá para depreender é que para estes intolerantes condutores, independentemente do que pudéssemos fazer, o mal estava feito. E o nosso mal era simplesmente estar ali.
Rasantes e furiosas buzinadelas e aceleradelas…
Havia mesmo necessidade?

Pág. 1/2