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Bike Azores

A experimentar o verdadeiro sentido da palavra liberdade!

22.04.20

Ferrugem!


Rui Pereira

orbita_ferrugem.jpg

Esta bicicleta está ferrugenta,
Desabilitada,
Bolorenta,
Desalinhada,
Inoperacional,
Desadequada,
Incapaz.

É suposto as engrenagens estarem lubrificadas.
É suposto rolar sem atrito,
Com o mínimo de fluidez,
Com alegria!

Ela arrasta-se penosamente.
Rola desengonçada.
Sem rumo,
Nem nexo…
Com estrilho.

Fez parte dos meus sonhos.
Agora não!
Não é um pesadelo, mas revela-se um sonho frágil.

Se calhar, é melhor deixar-lhe...

20.04.20

45 metros quadrados...


Rui Pereira

Não tenho tido vontade de escrever. Não tenho tido motivos para escrever. E com isso, nem vontade para vir aqui tenho tido.
A justificação típica da falta de tempo não se aplica. Nestes tempos que correm, tempo é coisa que não me falta.
Falta-me é vontade. A força necessária para dar a volta.
Eu que até sou um privilegiado. Que apenas me vi privado de liberdade, de fazer várias coisas essenciais ao meu equilíbrio.
Há quem esteja pior, muito pior…
No meio da inércia, os pensamentos advindos dos momentos de lucidez nem sempre são fáceis de por em prática.
Refugio-me atrás de ecrãs. Da televisão, do telemóvel, do computador…
Por momentos está tudo bem. Tudo dentro da normalidade. Não está!
Refugio-me numa das minhas bicicletas de carreto fixo. Nunca estivemos tão próximos… Pego nelas à vez, monto-lhes e ando às voltas sem parar…
Em 45 metros quadrados úteis, no quintal!