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Bike Azores

A experimentar o verdadeiro sentido da palavra liberdade!

21.09.21

“Tens muita sorte!”


Rui Pereira

Por trás da euforia das novas bicicletas que chegam a um ritmo anormal, existe um trilhar de caminhos não desejados que as redes sociais iludem e que as aparências não mostram.
O espaço quase atestado de bicicletas não é suficiente para preencher o vazio que sinto. Também não tinha de ser. Só a ilusão podia fazer pensar que sim. Já não me iludo.
Continuo meio à toa, mantendo rotinas. Umas só porque sim, outras porque me ajudam. E estas, contam.
Andar de bicicleta ou limpar uma; ouvir música; folhear aquela revista; ler algumas páginas de um livro ou um blogue de alguém que gosto. Ou escrever, como faço agora. Refugiar-me no meu espaço, rodeado de bicicletas, e conciliar (quase) tudo em um.

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Mesmo assim, foge-me o pensamento. Caio no vazio, na inação, na incapacidade, na ausência de soluções.
A partilha continua a iludir. As intencionadas imagens só mostram uma parte da realidade. Aquela que queria que fosse. A boa!
Alguém sentencia - Tens muita sorte!
Se calhar não faz sentido que assim não seja. Que se destaquem fragilidades em vez de pontos fortes. Melancolia em vez de alegria…
Pego no pano e aplico o produto. Embalado pela banda sonora mais extrema debitada pelas colunas, passo-lhe no quadro. A preocupação, agora, é que fique impecável.
Às vezes, não fica!

15.09.21

Atualizando…


Rui Pereira

Dia 13 – Comprei mais uma bicicleta. Já tinha contactado o seu proprietário em julho, mas não chegamos a acordo quanto ao valor. Entretanto, baixou o preço e assim já foi possível efetivar a compra. Mais uma “singlespeed/fixed-gear”. Está parcialmente desmontada à espera da minha decisão: Com ou sem carreto fixo?

Dia 14 – O SapoBlogs destacou um texto que publiquei ontem. Curiosamente, no dia em que comprei uma nova bicicleta partilhei a “aquisição” da anterior, a Sirla. Um reflexo da desatualização do blogue. Já está mais ou menos decidido que a Foffa será mais uma carreto fixo, mas lá continua meia despida e pendurada.

Quero ver se a apresento logo. E quero dar início à limpeza e montagem de acordo com o que pretendo que seja. Se mantê-la com a roda livre não seria despropositado, sendo mais uma alternativa pela diferença, de carreto fixo é realmente a minha opção preferida, por tudo o que já explanei noutras publicações sobre este peculiar conceito.

Uma nova bicicleta é sempre algo satisfatório, mas…

Dilema: Se por um lado a aquisição de mais uma bicicleta com estas características é a afirmação e reforço da minha ligação e preferência, por outro lado afasta-me ainda mais de um hipotético objetivo de investir numa carreto fixo “à séria”…

Ainda por falar em bicicletas de carreto fixo. Se há coisa que me dá gosto é encontrar alguém com quem possa falar, alguém que as reconheça, com quem partilhe ideias. Já não me sinto tão sozinho neste gosto, nesta abordagem. Ontem aconteceu e com mais de uma pessoa.

Às vezes, acho que devia ser mais abrangente e incisivo na partilha. Não no sentido de influenciar, mas no de dar a conhecer.

14.09.21

A Sirla

BTT de outros tempos!


Rui Pereira

Tinha 19 anos quando comprei uma bicicleta de montanha nacional - Top Sirla.
Foi uma tentativa de regresso às bicicletas que durou muito pouco, infelizmente. Em poucos meses estava a vendê-la, para só voltar aos pedais mais de uma dúzia de anos depois.
Um dia destes, andava eu a limpar o carro quando vejo o meu vizinho trazendo a sua Sirla pela mão. Fartou-se de achar que um dia ia andar com ela. Ia para o lixo!
Nem é preciso dizer mais nada…

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Via muitas vezes esta bicicleta na garagem do meu vizinho. E até pensava: «Ele nunca anda com aquilo, está ali parada desde sempre… eu ficava com ela!»
Chegou o dia. E veio carregada de extras: um suporte de garrafa, uma bomba de enchimento de pneus, um cabo antirroubo (sem chave) e muita, mas muita ferrugem!
São mais de 25 anos de idade e de falta de uso, e estava um “pouco” pior do que parecia. Mesmo assim, para minha grande surpresa (e do meu vizinho também), depois de lhe encher os pneus andou como se já não andasse apenas há uma semana! Depois, já tinha um dos pneus vazios e os cabos quase se desfaziam...

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Ideia: metê-la a andar gastando o menos possível. Ou nada, se possível.
Entretanto, comprei uns pneus baratos (as camaras-de-ar já tinha) e uns cabos de aço. Os punhos de esponja originais serão substituídos por uns semelhantes que também tenho. E está feito.
Se se partir ao meio, tiro-lhe os pneus e os punhos… e que descanse em paz!

10.09.21

Mudança de trajeto!

Mobilidade


Rui Pereira

O modelo de mobilidade vigente assenta essencialmente no transporte individual. Está tudo estruturado para, por um lado, proporcionar a melhor circulação aos automóveis, por outro, o seu estacionamento. Assim, não será de admirar que as nossas cidades tenham sido literalmente invadidas por estes mesmos automóveis.
Que os automóveis não andam sozinhos nem têm vontade própria e são conduzidos por pessoas é óbvio, mas também não terão sido concebidos para serem ocupados maioritariamente por apenas uma pessoa, até porque a maior parte deles tem cinco lugares, nem para fazerem deslocações ridiculamente curtas, até porque as suas caraterísticas técnicas e estruturais indicam exatamente o contrário. 

 

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O automóvel é um meio de transporte muito cómodo, mas o seu uso incorreto e abusivo, estimulado pelo modelo de mobilidade adotado e por toda uma pressão social associada, fez dele um “peso”. Seja pela sua volumosa presença (tanto em movimento como parado), seja pela marca que deixa ao nível ambiental.
As cidades e as vias entupidas de carros revelam um padrão cada vez mais obsoleto e insustentável a pedir urgentemente por alternativas. E estas passarão pelos meios de locomoção suaves e por uma aposta forte nos transportes públicos. E claro, pela forma mais natural de nos deslocarmos - a pé!

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Para que as alternativas sejam validadas pelas pessoas e possam realmente fazer jus a esta designação têm de haver condições para o efeito. Se predomina o sentimento de que é perigoso circular de bicicleta na estrada, é normal que exista medo e resistência em aderir a esta alternativa. A exposição será sempre maior e a segurança poderá ser posta em causa, mas os indícios positivos poderão levar pelo menos os duvidosos a experimentar.
Terá de haver uma verdadeira vontade neste sentido da parte de quem decide, uma mudança de hábitos da parte de quem tem de se deslocar diariamente, e uma nova forma de pensar as deslocações e a mobilidade urbana da parte de todos.
Claro que é um grande desafio com várias dificuldades associadas, mas a mudança do trajeto seguido até então, mais do que uma opção é mesmo uma obrigação!

08.09.21

Em busca do equilíbrio perdido! (2)


Rui Pereira

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As rodas são mais baixas e em maior número, mas também servem.
Tudo o que sirva para continuar a rolar, mantendo a compostura, é bem-vindo.
A perda de equilíbrio e até as quedas fazem parte da equação, mas… dispenso-as bem!
Sim, ok, há que saber cair e levantar.
Hummm...
Deveria haver uma idade limite para cair. E um amplo crédito de risco para gastar renovável a cada três meses!
É que já custa muito, sejam de que natureza forem.

07.09.21

“Storm”


Rui Pereira

Esta melodia…
Tem qualquer coisa...
Conheço? Soa-me familiar. Não sei...
É linda!

Repetir. Incrível. Repetir. Wow!!!

Toda a componente rítmica, acompanhada por uma grande voz. À altura!
De uma beleza e atmosfera únicas!
As guitarras! Que melodia!

Ocasionalmente faço uma descoberta destas e rendo-me.

Ah no meu tempo é que era!
Nada mais errado.

Ainda se fazem grandes temas. Grandes músicas!
E dou por mim a sonhar!
Esta “Storm” é simplesmente fenomenal. Bela e incrivelmente melódica.
E vou ouvir-lhe até não poder mais…
Como sempre!

* Soube depois que este tema faz parte do projeto a solo do reconhecido guitarrista e compositor dos finlandeses “Amorphis” - Esa Holopainen. Os Amorphis são apenas uma das minhas bandas favoritas. Não admira!

07.09.21

Entre pedaladas e publicações


Rui Pereira

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Já lá vai o tempo da dinâmica pedala/escreve. Fui-me afastando e as publicações foram sendo cada vez mais escassas e dispersas no tempo. Tantas vezes que já abordei esta questão. Que tentei caracterizar a irregularidade e a quebra de publicações. Sem sucesso, diga-se.
Estou numa fase de abstinência. Com poucas publicações e de regularidade praticamente mensal… coincidentemente. E gosto de escrever… Não faz sentido!
Não faz sentido que, perante as adversidades, corte logo com aquilo que me dá prazer!
Todas as vezes identifico o problema, reconheço a minha fraqueza, não compreendo, arrependo-me e…
As minhas publicações expõem textos onde despejo muito da minha relação com as bicicletas – gosto pela escrita e pelas bicicletas, e são ilustradas com as imagens possíveis, umas mais básicas, outras mais alternativas – gosto pela imagem e fotografia.
A base é sempre a mesma. A minha ilha, as minhas bicicletas, a minha perspetiva e os meus preconceitos.
Não vou fazer promessas, nem dizer que vou regressar em força, aquela de outros tempos, nem sequer que vou tentar. Não, as circunstâncias são outras e muito embora exista outro conhecimento e cenários que se repetem, o certo é que este compromisso não chega para a validação destas mesmas promessas.
Continuo a andar de bicicleta e a captar algumas imagens relativas. Se estas pedaladas ilustradas ficarão registadas em texto, logo se vê…
Gostava de criar uma nova dinâmica. Gostava muito que assim fosse!

02.09.21

Sete Cidades Fixed-Gear


Rui Pereira

Adivinhando o abrandar do ritmo, natural em período de férias, recorri mais uma vez aos préstimos da bicicleta de carreto fixo para me superar e quebrar mais umas quantas barreiras.
Desta feita foi uma espécie de volta ao concelho via Sete Cidades. E assim, ficou fechado o circuito de visitas às nossas principais lagoas: Furnas; Fogo e Sete Cidades.

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Se recuar uns anos, quando achava a “fixed-gear” demasiado limitada, era impossível sequer pensar fazer algo do género. Tanto que, várias vezes e em voltas corriqueiras, até me arrependi de a ter comprado.
Em outros testemunhos da saga referi que a parte mental foi, é e será sempre determinante para a concretização destes objetivos. Isso foi novamente confirmado e, da pior maneira. Desta vez senti muito mais dificuldades, em boa parte por não estar cem por cento alinhado.
Sim, estava calor e o percurso era relativamente grande, tal como o diferencial de altitude. É verdade que já tinha passado mais horas sobre a bicicleta e subido mais nas voltas anteriores, mas também é provável que esta consiga juntar estas razões de forma mais efetiva. Ou então é apenas a minha perceção, já que não disponho de dados precisos para o efeito.

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O certo é que enquanto subia para a Vista do Rei passou-me pela cabeça dar meia volta e regressar. Mais do que uma vez… mas lá fui.
Nunca cheguei a sentir um grande entusiasmo, algo que aconteceu anteriormente mesmo perante consideráveis dificuldades e, então, recorri ao básico passo a passo, no caso, pedalada a pedalada, com a decomposição do grande objetivo em outros mais pequenos para mais fácil concretização.
Até parece que estava cheio de estratégias, não parece? Nada disso, foi apenas o meu instinto de sobrevivência em ação!
Plano, sobe e desce, desce e sobe, plano – aqui fica o resumo do percurso!
No fim, aquela mistura de cansaço com satisfação e o reforço da minha ligação a estas bicicletas tão especiais.

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E agora?
Tenho dado uma voltas mais básicas, por acaso, de carreto fixo... vai-se lá saber porquê. Bom, agora... vou ver se começo a dar mais uso às minhas bicicletas com mudanças!