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Bike Azores

A experimentar o verdadeiro sentido da palavra liberdade!

29.09.22

Terapia

SMG FIXED ’22 - Volta à Ilha de São Miguel em Bicicleta de Carreto Fixo


Rui Pereira

miradouro_picobodes.jpg
A olhar para a ponta leste da minha ilha e a pensar na melhor forma de lhe dar a volta!

Pode ser apenas um devaneio ou uma resposta à crise da meia-idade, mas quero submeter-me a um desafio: SMG FIXED ’22 - Volta à Ilha de São Miguel em Bicicleta de Carreto Fixo. Foi assim que apelidei o evento em que já ando a matutar desde o ano passado e que tem sido adiado sem razões aparentes. Talvez o receio do compromisso ou da dimensão do mesmo e de todo o esforço implícito.
Mais do que a (apelativa) dificuldade que terei de superar, o que me leva a querer fazer algo do género é proporcionar a mim mesmo dois dias de uma espécie de retiro, em que me “relacionarei” apenas com a bicicleta, a estrada e os meus pensamentos, fazendo aquilo que mais gosto. Solidão, gestão e reflexão serão com certeza palavras presentes.
Há quem o faça num só dia, sozinho ou em grupo, mas com bicicletas de estrada convencionais. No meu caso, e como pretendo fazê-lo em bicicleta sem velocidades e com carreto fixo, é mais sensato dividir a coisa em dois dias. São mais de 200 quilómetros com diferenças consideráveis ao nível da altimetria que terão de ser pedalados na íntegra e sem possibilidade de desmultiplicação. O carreto fixo a isso obriga.
Como já disse em outros desafios aos comandos da minha Globe Roll 01, a bicicleta escolhida, mais do que a preparação física, que nem sequer abunda, o essencial é ter disponibilidade mental para o efeito. E essa, com o meu gosto e motivação associados, atenua sobremaneira as dificuldades apresentadas.
Descontraído, mas não leviano, a minha postura é ir saboreando o percurso sem pensar muito no destino. Levar as coisas minimamente delineadas e estar preparado para possíveis imprevistos sem centrar neles o meu foco. Sem pressa, sem tensão, com alegria. Um fim de semana de terapia.

28.09.22

A vida às partes


Rui Pereira

Sempre me levei muito a sério.
Preocupado com a minha reputação, com a opinião dos outros sobre mim e com o defraudar da mesma.
Era meu objetivo manter a imagem séria, compenetrada, cuidada e racional. E então sempre apliquei muitos filtros, quer na escrita quer nas imagens partilhadas. Embora esta atenção também se justificasse com sentido estético e privacidade e aquela maniazinha da perfeição.
Falo no passado, mas o certo é que ainda tenho esta preocupação. Embora tenha a noção de que a necessidade de parecer sempre bem e certo não é saudável. Nem sequer natural e verdadeira.
Não é mentira, mas é uma parte da minha vida, não é a minha vida!
Tenho tentado descontrair. Não tenho de parecer ser mais inteligente, esperto e bonito do que realmente sou. Não tenho de ter as maiores habilidades com as palavras, nem com a câmara fotográfica do telemóvel.
Não será sinónimo de desmazelo e aleatoriedade partilhar algo menos estético ou filtrado, parvo ou ridículo. Nem sempre faço coisas relevantes. Existem coisas que simplesmente acontecem e são uma parte considerável da minha vida.
Não tenho de me levar tão a sério!

roubaix_e_eu.jpg
Apanhado a limpar as pernas com os peúgos, à porta da garagem, depois da volta de bicicleta.
Aconteceu. Faz parte. (Não era suposto partilhar esta imagem)

23.09.22

Personalização


Rui Pereira

fita_guiador.jpgEsta bicicleta não é minha, mas podia ser.

Longe dos tempos em que estava sempre a inventar necessidades para melhorar a bicicleta, posso eventualmente dar um toque de personalização prático ou estético. Por norma, prefiro deixar as coisas como estão e mais do que andar a modificar/melhorar prefiro usar.
Mas usar é outro dos meus males. Com tanta bicicleta é normal que se ache que ando muito com elas. Não é verdade. Se ando praticamente todos os dias (úteis), faço-o por motivos práticos, em pequenas distâncias e com a mesma bicicleta.
Por outro lado, a personalização é muito satisfatória. Ter uma bicicleta ao nosso gosto, à nossa imagem. Não obstante o facto de poder estar associada aos nossos impulsos consumistas, às vezes, reciclando material ou fazendo apenas pequenos investimentos conseguem-se bons resultados.
A imagem é importante para mim. Não a imagem da perfeição, da eficácia e da eficiência, da tecnologia, mas que reflita a minha própria imagem, aquilo a que dou prioridade e que, de uma forma ou de outra, se distinga.
Tenho bicicletas de diferentes segmentos e configurações, de valores distintos, em diferentes estados de conservação – com mais ou menos ferrugem, mas não há melhores nem piores, há preferidas.

18.09.22

Paris

Mobilidade suave


Rui Pereira

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paris2.jpg
Trânsito proibido com exceção para as bicicletas e corredor próprio para o efeito.


Enquanto por cá continuam a sentir-se os efeitos do lobby automóvel e a falta de coragem política para tomar medidas concretas e discriminar positivamente os meios de transporte que permitam uma mobilidade suave, ativa ou não motorizada, como quiserem.
Não é só fazer ciclovias!

18.09.22

Afirmação do carreto fixo!

Gloria Magenta


Rui Pereira

A Gloria Magenta é a escolhida para as minhas voltas diárias na altura de bom tempo. Gostava de a utilizar durante todo o ano, mas considerando a “agressividade” ambiental dos locais onde me desloco e onde ela fica, só o faço sazonalmente. Componentes de metal de baixa qualidade e o mar mesmo ali ao lado…

gloria_forte_sbras.jpg
Com a "companheira" BMX - Forte de São Brás, Ponta Delgada.


Esta bicicleta de carreto fixo é uma excelente companheira de deslocações. Simples e estilosa. Mas as coisas vão muito para além destes atributos. Aos seus comandos imagino ser outra pessoa, ter outra ocupação, ter outra vida. Ser, ter e fazer aquilo que realmente queria!
É com esta bicicleta na estrada que melhor emano energia e imagem. É nela que mais gosto de me ver e que mais gosto que me vejam. E o facto de ela ser minimalista, vistosa, diferente e radical não é coincidência.

gloria_parque_urbano.jpg
A descontrair depois de um dia de trabalho - Parque Urbano de Ponta Delgada.


Esta, especificamente, ou outra qualquer das minhas bicicletas de carreto fixo integram-se perfeitamente nesta idealização. Uma atividade criativa ou a minha própria loja de bicicletas e skates. Um espaço de comércio, mas também de exposição, convívio e partilha. Eventos para as comunidades em causa. Música. Deslocações maioritariamente a pedais e a pé...
Sou um adepto confesso do conceito carreto fixo, algo facilmente percetível neste espaço, mas o que gostaria de transmitir é que não é apenas para ser (parecer) radical ou hispter, mas porque a ligação com a bicicleta e as sensações aos seus comandos são únicas. É uma questão de identificação.

gloria_avanco.jpg
Com o novo avanço de 35mm para minimizar os efeitos do seu enorme quadro.

 

12.09.22

Regressos a casa!


Rui Pereira

Dar um salto.
Um salto por cima da fase de apatia, da ausência de escrita.
Dá para saltar para trás?
Para a altura em que escrever não era um problema?
Se calhar, para trás, não é boa ideia!

salto_GT_1.jpg


E estou aqui, porque…

- Sim, eu conheço esta bicicleta. Nas minhas pesquisas encontrei um blogue de cá… Bike qualquer coisa.
- Bike Azores? - perguntei.
- Acho que é isso.
- Este blogue é meu!

Não sei se devia ter ficado animado com isso, mas a verdade é que fiquei. Afinal alguém o vê, ainda serve para alguma coisa.
A bicicleta em causa era a GT La Bomba, a minha bicicleta mais utilizada do momento. O local, a mesma pista de sempre.

E por falar em regressos, revisitei o álbum “Night Songs” (1986) dos Cinderella. Um dos grandes responsáveis pela definição do meu gosto musical até hoje.

E por falar em regressos, estou de regresso a casa!