Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Bike Azores

A experimentar o verdadeiro sentido da palavra liberdade!

31.10.22

SMG FIXED - Nutrido e hidratado

Volta à Ilha de São Miguel em Bicicleta de Carreto Fixo


Rui Pereira

Os níveis de exigência que algumas coisas atingem hoje em dia enervam-me um bocado. Existe uma tendência natural para complicar o que nem sempre é assim tão complicado. Acontece nas bicicletas. Com as próprias, com o equipamento pessoal, com os aparelhos de medida e localização, com o treino e a alimentação. Se no meio competitivo profissional nada disso será novidade, cada vez mais existem semelhanças entre este e o lúdico/amador. Cada um é livre de agir como achar melhor, mas pessoalmente acho que se cai facilmente no exagero, sobredimensionando necessidades.

smg_fixed_food.jpg
Para além do almoço no primeiro dia em Ponta Delgada, foram garantidos bons pequenos-almoços em ambos os dias. 

 

Por outro lado, não posso negar que alguns cuidados podem fazer diferença. E falo concretamente da hidratação e da nutrição em voltas de bicicleta de maior dimensão, como aconteceu recentemente com a minha volta à ilha. Não que tivesse extremado as coisas para níveis despropositados, mas muni-me de duas caixas de barras, uma de energéticas outra de proteicas e, basicamente, ingeri uma a cada hora intercaladamente. O facto, é que nunca senti uma fatiga acentuada como já aconteceu noutras situações, inclusive menos exigentes. Claro que existem outros parâmetros com influência neste campo, como a intensidade do ritmo e a ansiedade, mas consigo perceber que este cuidado foi decisivo para a minha integridade física. Para além das barras, no primeiro dia - o mais longo, fiz uma refeição sentado à mesa e com “comida a sério”.

smg_fixed_drink.jpg
A atestar a garrafa na freguesia de Água de Pau. 

 

A fixed-gear não possui furações para montar um suporte de garrafa, portanto, tive de a transportar na mochila. Levei uma única garrafa, mas a hidratação não foi descurada, até porque tinha presente todos os pontos de reabastecimento de água ao longo do percurso. Se no primeiro dia este foi garantido, no segundo, tive de pedir para me encherem a garrafa num café e junto a uma pessoa que lavava o carro à porta de casa, a nível extraordinário.

27.10.22

Volta à ilha no SAPO Viagens

SMG FIXED - Volta à Ilha de São Miguel em Bicicleta de Carreto Fixo


Rui Pereira

sapo_viagens1.jpg


É com muito gosto que vejo publicado um bilhete-postal no  SAPO VIAGENS .
Um “trabalho” colaborativo que sempre encarei como reconhecimento.
O retrato de um evento muito significativo, que ganhou ainda mais relevância com este destaque.
Não serei a melhor pessoa para dizê-lo, mas acho que o resultado final é muito bom.
Obrigado.

sapo_viagens.jpg
(Clicar nas imagens para aceder)

26.10.22

Volta à ilha no Azores Fixed

SMG FIXED - Volta à Ilha de São Miguel em Bicicleta de Carreto Fixo


Rui Pereira

Estávamos no ano de 2013 e as coisas nunca mais foram como antes...
Foram desbloqueados uma série de limites e preconceitos quando se fizeram à estrada, na ilha de São Miguel, com as suas bicicletas de carreto fixo (ou preso, como dizem) pela primeira vez.
Por razões mais do que óbvias, existe uma ligação próxima e recíproca entre mim e a turma do Azores Fixed.

smg_fixed_azoresfixed_1.jpg

smg_fixed_azoresfixed_2.jpg
Azores Fixed

24.10.22

Gosto de todas, apenas umas mais do que outras!

GT La Bomba - Dirt Jump


Rui Pereira

gt_labomba.jpg


Ganhei mais uma rotina semanal. Gostaria que a frequência fosse maior, mas considerando as circunstâncias (falta de iluminação na pump track) resta-me a manhã de sábado para utilizar a dirt jump.
Este é um novo mundo para mim, por acaso muito apelativo, que me trouxe uma série de coisas boas com base no reforço da minha ligação com as bicicletas. Como se já não fosse suficiente.
A manhã de domingo continua reservada para pedalar (na pump track não se pedala, daí o nome), o que não quer dizer que o entusiasmo inicial não tenha levado a substituir a primeira pela segunda ou a fundir ambas ocasionalmente. A verdade é que são práticas complementares e tão satisfatórias.
A parte menos boa foi o investimento consideravelmente mais elevado do que pretendia. O valor em causa muito provavelmente seria para o arranque de um projeto de montagem de uma fixed-gear e que mais uma vez terá de ser adiado.
Não estou arrependido. Sim, apaixono-me com facilidade e muito raramente tenho a frieza e o distanciamento necessários nestas questões, e adoro a minha GT La Bomba. É um gosto vê-la lá parada ao lado das outras, é um prazer evoluir na pista aos seus comandos.
A bicicleta é linda de se ver e fantástica de se andar. Tanto que, num tão curto espaço de tempo, ganhou um estatuto elevado no que diz respeito às minhas preferências de entre todas elas.
Como digo sempre, gosto de todas, apenas umas mais do que outras!

21.10.22

"Eh senhor, isso não faltam aí pneus?"

SMG FIXED ’22 - Volta à Ilha de São Miguel em Bicicleta de Carreto Fixo


Rui Pereira

hotel_do_mar.jpg
Hotel do Mar, Vila de Povoação - São Miguel

 

Acabado de chegar à Povoação. Check-in no hotel. Enquanto levava a bicicleta pela mão até à garagem cruzo-me com três funcionárias que me olham curiosas. Cumprimento-as com um “boa tarde”. A mais extrovertida de imediato lança-me uma questão:

Eh senhor, isso não faltam aí pneus?

14.10.22

Exemplo


Rui Pereira

A lei permite circular a par com outro utilizador da bicicleta?
Sim, permite.
A lei obriga a circular a par com outro utilizador da bicicleta?
Não, não obriga.
A lei é incompatível com o bom senso?
Não, não é.
A lei impede de facilitar a vida aos automobilistas se for possível?
Não, não impede.
A lei impede de ser cordial e empático na estrada?
Não, não impede.

Não imponhamos os nossos direitos à força.
Marquemos a nossa presença.
Façamo-nos respeitar. Respeitemos.
Sejamos nós, os utilizadores das bicicletas, os primeiros a dar o exemplo.

13.10.22

“O importante é curtir a viagem!”

SMG FIXED ’22 - Volta à Ilha de São Miguel em Bicicleta de Carreto Fixo


Rui Pereira

sombra.jpg

 

A menos de dois dias da volta à ilha, mantenho-me tranquilo.
Depois de no princípio da semana ficar ligeiramente preocupado com as previsões meteorológicas, ciente de que as condições mudam de um dia para outro (para os dois lados). Se há quem esteja habituado a lidar com as agruras do tempo somos nós ilhéus.
A coisa, entretanto, melhorou, o que não quer dizer que não exista a possibilidade de apanhar alguma chuva e vento, mas que não deverá ser nada de muito relevante.
Não me sento no selim desde domingo e só o deverei fazer para ver se a bicicleta está apta. Estará com certeza, até porque à partida só deverá precisar de ar nos pneus.
Estou a apostar na caminhada para manter alguma atividade. Permite-me também ouvir música e distrair.
Ainda hoje falava, entusiasmado, com um amigo que acabou de concluir um Ironman, que, entre as particularidades e desafios prova, me falava no poder da mente para submeter-se a algo tão desafiante.
Não, (ainda?) não vou fazer um Ironman, mas estou mentalmente preparado para esta aventura que me propus fazer.
Recebi também uma outra dica muito importante da parte de quem sabe e é a minha principal fonte de inspiração para tudo o que faça de mais relevante com fixed-gear:

… e saber que, se for preciso ir a pé com a bike pela mão, também é válido. O importante é curtir a viagem!

11.10.22

Parei os pedais…


Rui Pereira

Um dos problemas que costumava ter aos comandos das minhas bicicletas de carreto fixo era esquecer-me que não estava numa bicicleta convencional. Querer ajeitar-me no selim ou esticar as pernas, ou simplesmente parar de pedalar. A reação era instantânea e brusca quanto baste. Tantas vezes que verbalizei para mim próprio – não podes parar de pedalar!
Este domingo fui fazer uns reconhecimentos para os lados do Nordeste e levei a bicicleta de estrada para o efeito. Claro que estes tiveram por base a volta à ilha em bicicleta de carreto fixo, portanto, é normal que estivesse sempre a pensar em carreto fixo. Pela primeira vez dou por mim, numa zona essencialmente plana, mas ligeiramente a descer, sem deixar de pedalar por estar certo que não o podia fazer. Neste caso, verbalizei para mim próprio – nesta podes parar de pedalar! – Parei os pedais e sorri.

roubaix_ponte.jpg

 

09.10.22

Sozinho

SMG FIXED ’22 - Volta à Ilha de São Miguel em Bicicleta de Carreto Fixo


Rui Pereira

smg_fixed.jpg


Tenho recebido apoio de várias pessoas. O típico, poucas mas boas.
No meio destas existe uma ou outra mais curiosa, que faz perguntas, que analisa as possíveis zonas mais complicadas do percurso e que quer saber mais pormenores técnicos relativos à bicicleta. Numa destas conversas surge a pergunta:
“Vais fazer isso sozinho?!”
Até agora o principal foco de dificuldade estava centrado na ausência de velocidades, no carreto fixo e toda a relação com a extensão e as inclinações do percurso.
Lembro-me perfeitamente da importância de ter o meu amigo António ao lado na subida à Lagoa do Fogo, por exemplo. Sim, vou sozinho e isso será mais uma dificuldade a acrescentar à lista.
Foi assim que pensei esta volta à ilha. Num fim de semana (2 dias), sozinho e de forma autónoma. Depois surgiu a possibilidade de ter um companheiro, mas, como neste momento não é possível, voltei à ideia original.
Estou ciente do desafio psicológico que tenho pela frente, porque a possibilidade de me distrair é menor, portanto, a concentração nas dificuldades é maior. É exatamente isso que terei de evitar e focar-me na experiência, no privilégio de poder fazer uma aventura destas, no ambiente e nas paisagens que me rodeiam e na progressão do percurso, passo a passo, sem preocupar-me demasiado com o destino.
Podem reunir-se circunstâncias que prejudiquem as minhas intenções e pouco poderei fazer para as evitar, mas posso controlar a minha reação às mesmas. Por isso mesmo já falei em solidão, gestão e reflexão.
Posso sempre falar comigo próprio ou com a bicicleta. Acontece tantas vezes…

Pág. 1/2