16.10.19
A maturidade da natureza!
Rui Pereira
Viver numa ilha era normal. Foi aqui que nasci e cresci. Era como viver noutro sítio qualquer.
Não era pequeno nem grande, era aquilo que era.
Não era mau nem bom, era aquilo que era.
A omnipresença do mar e das pastagens, num deambular entre o azul e o verde, e a instabilidade climática, que não poucas vezes faziam dele um deambular regado e agitado, eram simples factos...
Na realidade nem ligava às cores, eram-me indiferentes!
Não ligava a nada!
O que é isso da maturidade?
O que tem de tão especial para estarem sempre a invocá-la?
Maturidade é apreciar e valorizar aquilo que se ignorava. É perceber a nossa natureza, a nossa origem. É achar especial ter nascido numa ilha no meio de um imenso mar. É querer conhecer e estar no meio daquilo que nem se sabia existir. É sentir o apelo da natureza e da simplicidade. É deixar a vida seguir o seu curso normal sem interferências de maior, internas e externas. É contemplar um pôr-do-sol depois de uma tarde de praia. É sentir o poder revigorante da água fria. É sentir a força de uma paisagem. É nunca estar farto de mar. É querer caminhar num trilho em silêncio, ouvindo o agitar das árvores, a água da ribeira, os pássaros e a nossa respiração… Só!