10.09.20
De skate
Rui Pereira


Os skates iam connosco para todo o lado.
Sempre na bagageira do carro, era escusado contar com o espaço que ocupavam para outro fim.
Uma manhã mais sombria com um mar a condizer – skate!
Um passeio na sua fase final – skate!
Uma estrada tranquila e apropriada – skate!
Um dia de praia a acabar com o pôr-do-sol – skate!
Dá-me muito gozo bombear e progredir no meu surfskate. Inclinar, levar a mão à tábua, curvar, mudar subitamente de direção. As parcas manobras são muito mais sentidas do que visualmente transmitidas, ou seja, parecem-me muito mais espetaculares do que na realidade são, mas chegam perfeitamente para me sentir minimamente competente e feliz em cima de uma tábua com quatro rodas!
Para além da parte funcional aprecio cada vez mais o objeto em si. Forma, cor, detalhes, função, materiais empregues.
Eu que, depois da experiência menos positiva na juventude, durante tanto tempo, achei que skates não eram para mim…