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Bike Azores

A experimentar o verdadeiro sentido da palavra liberdade!

06.03.12

Eu, a bicicleta e a cidade


Rui Pereira

Foi hoje. Sem capacete, sem licras, sem luvas, nem sapatos de encaixe. Apenas com roupa do dia-a-dia e a bicicleta a servir de meio de transporte nas minhas deslocações. O dia pareceu ter sido escolhido a dedo para esta estreia urbana, já que fomos brindados com um autêntico dia de verão.
Já chateava andar a defender e a sugerir o uso diário da bicicleta e na hora H apenas abrir a porta, sentar-me e dar à chave no automóvel. Ao menos tinha que experienciar esta realidade.
Aproveitei a ida do carro para a revisão e fiz-me à estrada de bicicleta. A experiência não podia ter sido melhor. Até vim trabalhar com outro alento. Até o percurso feito soube-me a pouco. Até a hora de almoço foi a melhor dos últimos tempos. Satisfação é a palavra que melhor reflete o que senti.
Já todos sabemos das limitações de Ponta Delgada no que toca à circulação de bicicletas, cidade direcionada que está para a circulação automóvel. Na falta flagrante, em quantidade e qualidade, de locais de estacionamento específicos. Os próprios automobilistas não estão habituados a lidar com outros veículos que não os automóveis. E vivemos o impasse: As autoridades não apostam porque não estão sensibilizadas e porque não veem praticamente ninguém a andar de bicicleta. Nós não andamos porque as autoridades não criam as condições necessárias para o fazermos.
Mas se formos estar à espera que as estruturas e as condições apareçam, bem que nos podemos sentar. No fundo é o que fazemos, andamos todos sentados nos nossos carros, preocupados, a gastar, a poluir, a engordar. E os anos a passar…
Se calhar valia a pena mudar isso!