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Bike Azores

A experimentar o verdadeiro sentido da palavra liberdade!

09.11.22

SMG FIXED - Algumas considerações

Volta à Ilha de São Miguel em Bicicleta de Carreto Fixo


Rui Pereira

smgfixed_eu.jpg
Ela quis descansar um pouco a caminho das Furnas. Chiu...


Gostava de fechar este ciclo de textos sobre a minha volta à ilha com algumas considerações.

- Mais do que os dois dias efetivos de pedalada (15 e 16/10), esta volta começou muito antes e continuou até agora. Manteve-me ativo e ocupado.
- Devolveu-me o entusiasmo, a motivação e aquela dinâmica de criação de conteúdos escritos, e não só, que procurava e não estava a conseguir encontrar.
- Deu-me mais confiança e autoestima.
- Aclarou-me o facto de eu ser muito mais do que aquilo que faço como atividade profissional.
- Mostrou-me a importância da força psicológica e que a física não estava tão mal como pensava.
- Reforçou a ideia de que o meu percurso como utilizador de bicicletas ficará para sempre marcado pela presença das fixed-gear.
- O carreto fixo é aquele ingrediente que faz toda a diferença no resultado final da receita, seja ela qual for.
- O estado de espírito positivo produz pensamentos equivalentes.
- Às vezes antes só do que mesmo bem acompanhado.
- Não vale a pena fazer as coisas se não houver gosto e entusiasmo. Fica tudo mais fácil e natural.
- A dimensão de um desafio pode jogar a nosso favor se com ela tivermos alinhados.
- A atitude é tudo.

“As limitações físicas contam, mas as psicológicas determinam.”

08.11.22

SMG FIXED - “Despe-te que Suas”

Volta à Ilha de São Miguel em Bicicleta de Carreto Fixo


Rui Pereira

Progredia no percurso. Os desníveis não permitiam fazê-lo de forma tão calma como pretendia. Nas subidas mais ingremes tinha de erguer-me do selim e pedalar com convicção. Nas descidas tinha de agarrar o guiador, dosear o travão dianteiro e usar as pernas como se fossem o travão traseiro para conter a rotação dos pedais. Estava mais ou menos a meio do segundo dia e os quilómetros acumulados faziam-se sentir.
Em certa zona da costa norte da ilha, com as suas freguesias, o trajeto parece estar sempre a repetir-se. Numa das habituais descidas, que terminam em pontes seguidas de subidas, percebi que era especialmente longa e acentuada. Olhei para a minha direita para tentar vislumbrar o que me esperava. Sim, era uma subida… equivalente à descida, claro.
Mais palavrão menos palavrão, calquei os pedais a ritmo lento, erguido, com os olhos no chão. Senti o peso nas pernas, a pulsação a disparar e a respiração ofegante cada vez mais audível. Veio-me à cabeça um sábio conselho que tinha recebido uns dias antes:
”… e saber que, se for preciso ir a pé com a bike pela mão, também é válido. O importante é curtir a viagem!”
Se calhar é o melhor que tenho a fazer – pensei.
Progredi mais uns metros e já via umas curvas lá no topo que com certeza fechavam esta sinuosa subida. Parei. Atravessado na faixa fiquei de frente para uma espécie de vale fundo com frondosa vegetação. Uma zona de clareira que permitia ver a descida do outro lado. E o muro baixo que me separava daquele cenário fez-me tomar consciência das consequências de um possível descuido. Até agarrei o guiador com mais força. Posicionado entre este e o selim, com o sapato direito encaixado no pedal e o esquerdo no chão, aproveitei para “acalmar” um pouco e ponderar o que fazer.
Continuar ou desmontar?
Olhei para cima e depois para baixo... deixei a bicicleta deslizar, montei o selim e encaixei o sapato. Ganhei balanço e virei para cima decidido.
Sabia que estava no Nordeste, mas não exatamente onde, até que vi uma placa indicativa de um miradouro… “Despe-te que Suas”.

despe-te_que_suas.jpg
Captura da história que fiz para o instagram no momento, ainda a tentar que o coração não me saísse pela boca!

 

27.10.22

Volta à ilha no SAPO Viagens

SMG FIXED - Volta à Ilha de São Miguel em Bicicleta de Carreto Fixo


Rui Pereira

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É com muito gosto que vejo publicado um bilhete-postal no  SAPO VIAGENS .
Um “trabalho” colaborativo que sempre encarei como reconhecimento.
O retrato de um evento muito significativo, que ganhou ainda mais relevância com este destaque.
Não serei a melhor pessoa para dizê-lo, mas acho que o resultado final é muito bom.
Obrigado.

sapo_viagens.jpg
(Clicar nas imagens para aceder)

26.10.22

Volta à ilha no Azores Fixed

SMG FIXED - Volta à Ilha de São Miguel em Bicicleta de Carreto Fixo


Rui Pereira

Estávamos no ano de 2013 e as coisas nunca mais foram como antes...
Foram desbloqueados uma série de limites e preconceitos quando se fizeram à estrada, na ilha de São Miguel, com as suas bicicletas de carreto fixo (ou preso, como dizem) pela primeira vez.
Por razões mais do que óbvias, existe uma ligação próxima e recíproca entre mim e a turma do Azores Fixed.

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Azores Fixed

05.12.17

Gravel Bikes


Rui Pereira

As bicicletas polivalentes vocacionadas para o turismo e aventura têm ganho uma relevância considerável nos últimos tempos. Atualmente são várias as marcas que apresentam mais este segmento nos seus catálogos. As “gravel” são bicicletas de estrada adaptadas a circular também fora dela. Para melhor se identificar, diria que se posicionam entre uma bicicleta de estrada e uma “ciclocross”. Um conceito híbrido que junta características de ambos os segmentos (estrada e fora de estrada) numa só bicicleta, mas sem pretensões ao nível da performance e da competição, estando muito mais voltadas para a aventura, a liberdade e a descontração. Polivalência, equilíbrio, conforto, simplicidade e robustez são alguns dos seus principais argumentos, propondo assim aos seus utilizadores um uso diversificado quanto baste. Rotina diária, múltiplos ambientes, muitas e longas pedaladas, e inerentes momentos aprazíveis de exploração e contacto com a natureza. Claro que não será de esperar um comportamento exemplar em estrada e menos ainda fora dela, mas também para este fim já existem inúmeras bicicletas e respetiva especificidade. As “gravel” são uma excelente opção para quem não está preocupado com comportamento e performance a um nível mais elevado, mas que pelo contrário privilegia a facilidade de utilização e a diversão com apenas uma bicicleta.
Se tivesse de definir o meu perfil como utilizador de bicicleta diria que era descontraído. Não faço competição e nunca apelidei as minhas saídas domingueiras de bicicleta como treinos porque não passam de passeios. E é mesmo isso que quero que sejam. Praticamente não faço btt, mas tanto nesse ambiente como na estrada, o que mais me interessa nesse momento é a comodidade e o conforto. Portanto, se há bicicleta que me assenta bem é uma “gravel”.  Depois de um tempo em que juntei algumas bicicletas, com o lado menos bom de algumas delas terem ficado paradas ou com um uso residual, seria altura para reduzir, onde pelo menos duas daria lugar a apenas uma, garantindo um uso sustentável, mas acima de tudo, o prazer e o divertimento.
Gravel Bikes? Quem sabe um dia!

P.S. – Infelizmente não consegui fotografar a bicicleta que queria para ilustrar este texto. Tenho um amigo que tem uma Specialized Sequoia, a única que há cá, mas temos andado desencontrados. Com o seu quadro em liga de aço - Cr-Mo, pneus de 42mm, travões de disco mecânicos, apoios para guarda-lamas e porta-bagagens, fitas de punho e forro do selim em tecido - ganga, entre outras caraterísticas, a Sequoia é um bom exemplo de uma das bicicletas mais puras do segmento gravel/turismo/aventura.

Já tinha uma publicação sobre as "gravel" aqui no blogue, onde, excecionalmente, destaquei um belo vídeo!
"Azores Gravel Bike Trip 2016"