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Bike Azores

A experimentar o verdadeiro sentido da palavra liberdade!

18.01.24

A bicicleta e um futuro melhor


Rui Pereira

Há muito tempo que deixei de associar a felicidade à concretização de objetivos de consumo. No entanto, e tratando-se de bicicletas, ir buscar uma não deixa de ser um momento de alguma satisfação, mesmo que não seja para mim como aconteceu recentemente. O entusiasmo, e aquela apreensão que me é tão caraterística, estão sempre presentes. Na verdade, podem existir circunstâncias mais relevantes por detrás do simples ato de adquirir e ir buscar uma bicicleta. Dizem respeito a intenções de mudança de vida, associadas a hábitos de vida mais saudáveis. Ora com o objetivo de as usar como utensílio de lazer e exercício físico, ora como meio de transporte alternativo. Ou, simplesmente, como um excelente e didático brinquedo, capaz de colocar um grande sorriso na cara de uma criança. Toda e qualquer abordagem é legitima. A médio e longo prazo, pode significar inclusivamente mudanças de paradigmas, de opções e prioridades, na forma como vemos os objetos e a forma como nos deslocamos. Talvez seja exagerado da minha parte, mas coloco sempre na aquisição de uma bicicleta a esperança de um futuro melhor.

14.12.23

De bicicleta ao peito


Rui Pereira

roupa_bicicleta.jpg


Gostar de bicicletas é muito mais do que simplesmente andar nelas.
Construí todo um estilo de vida à sua volta.
Influenciam-me de diversas formas e em várias áreas.
Abundam nas minhas redes sociais e nos conteúdos digitais que consumo.
Têm um lugar especial entre os meus livros.
Tudo o que encontro que lhes diga respeito interessa-me.
Penso muito nelas e sobretudo escrevo.
Perto, ao lado ou em cima de uma estarei bem com certeza.
Visto-as. É normal trazer uma ao peito.
E mesmo que não se vejam… estão cá sempre!

24.11.23

O equilíbrio do desequilíbrio


Rui Pereira

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O segredo está no equilíbrio.
Nas opiniões, nos desejos, nas atitudes e em cima da bicicleta.
Sou equilibrado. Pelo menos acredito que sim.
O que não quer dizer que não o perca e caia.
Responsabilidade de eventos internos e externos.
Acontece!

Em cima de uma bicicleta é onde estou mais equilibrado.
Por mais contraditório que possa parecer.
E mesmo que me desequilibre, arranho um cotovelo ou um joelho.
Sempre é melhor do que me afundar no sofá e nos meus pensamentos,
Desequilibrado,
Em frente à televisão.

21.11.23

Um nervoso miudinho...


Rui Pereira

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 ... E uma certa ansiedade começam quando início o ritual de equipar-me - joelheiras, sapatos de encaixe, cotoveleiras e capacete. Quando tiro a bicicleta do suporte. Monto-a frio e entorpecido, tanto que às vezes custa encaixar o segundo pé. Lá vou eu a caminho da minha terapia, que é como quem diz, da pump track. Lá chegado, afivelo o capacete e calço as luvas. Pronto. O nível de ansiedade eleva-se um pouco mais enquanto me lanço ao primeiro obstáculo. O certo deveria ser uma tranquila volta de reconhecimento e adaptação, mas a excitação leva-me a fazê-la com demasiado entusiasmo. Até hoje tem corrido bem. Saio ofegante algumas voltas depois. Se estou acompanhado, a troca de ideias acaba por ser inevitável. Muitas vezes estou sozinho. Aí, com a mesma satisfação, contemplo… recupero e repito.

31.10.23

Mais um passeio de domingo


Rui Pereira

Trago a bicicleta para fora e começo por atestar os pneus com ar. Têm pouquíssima pressão, reflexo do tempo que não ando nela.
Observo-a. Não da forma cirúrgica e quase obsessiva como fazia noutros tempos. A sujidade acumulada é significativa, mesmo num olhar de relance.
Reparo na oxidação que se apoderou de alguns componentes. A oxidação para componentes metálicos mais sensíveis é como as ervas daninhas para um jardim. Por mais que se ande em cima aparece sempre.
Aqui atrás dizia que haviam coisas que nunca mudavam. Mas também há as que já não são a mesma coisa. Antes, dificilmente andaria numa bicicleta assim. O facto, é que não gosto de a ver e ter neste estado.

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Bom, prosseguindo…
Puxo o meu banco de madeira e calço os sapatos de encaixe. Os encaixes acoplados estão tão estragados. Mas continuam funcionais, que é o principal. Das borrachas que ajudam na aderência a caminhar já só existem vestígios e ainda no outro dia caí na pump track à conta disso.
Na verdade, foi mais à conta de uma cabeça esperta que decide arrancar a meio da pista mesmo antes da lomba mais inclinada, achando que era uma boa ideia. E lá foi o suporte da cabeça esperta forrado a licra (vulgarmente conhecido como corpo) e o carbono da Roubaix experimentar a textura do asfalto.
Soltei um palavrão, levantei-me e rapidamente olhei em meu redor. Ninguém. Vá lá!
Só depois analisei os estragos em mim e nela. Nada de especial, para a dimensão da burrice.

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Lá fui pedalando. Ora por aqui ora por ali. Tempo fresco. Dei por mim a pensar - mesmo assim estou bem, para o tempo que não pedalo. É certo que pedalo praticamente todos os dias, mas distâncias substancialmente mais curtas.
Sem compromissos, só tive de me deixar levar. É que já nem o relógio dita regras. Ah, por falar em relógio, nem me apercebi que a hora tinha mudado!

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Já disse isso umas 50 vezes… custa-me sair, estou sempre a inventar coisas, mas depois de estar a pedalar já não quero parar. O que só acontece quando surgem pensamentos acerca de comida e por aí.
Tirei algumas fotografias. Fiz um Reel no Instagram.
Foi apenas mais um passeio de domingo.

25.10.23

Ainda estou vivo!


Rui Pereira

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Há coisas que nunca mudam, independentemente das circunstâncias.
Podem estar mais próximas ou afastadas, mas estão lá.
À minha espera, sempre prontas.
Sem alaridos. Nem preconceitos ou constrangimentos.
As minhas fiéis companheiras ajudam-me muito.
Na manutenção da mente e do corpo.
Na diversão e no desafio.
Na curiosidade e na apreciação.
No sentido estético e prático.
Na jovialidade do espírito.

No silêncio...
Fazem sentir-me vivo!

 

23.10.23

Pump Track - Maia RGR


Rui Pereira

Temos uma nova pump track na Ilha. Mais exatamente na freguesia da Maia, concelho de Ribeira Grande. A sua execução ficou a cargo da mesma empresa - Velo Solutions, o que só por si é garantia de qualidade. A localização poderá ser discutível, mas percebo a necessidade de descentralizar e levar equipamentos de qualidade para fomentar o exercício físico e os hábitos de vida saudáveis a outros meios.
As circunstâncias aquando da minha visita à pista não foram as melhores. Para além de vários miúdos que aproveitavam para rolar com as suas bicicletas nesta nova estrutura, também estava muito vento. Portanto, não deu para explorar e perceber esta pump track como esperava.
À partida, o seu traçado é substancialmente diferente da pista que temos em Ponta Delgada e é bastante mais curta. Talvez por isso, o mesmo tenha algumas alternativas curiosas. Mas lá está, não cheguei a fazê-las com a fluidez que pretendia. Pelo contrário, recorri ao travão mais vezes do que é normal, fiz partes da pista de forma atabalhoada e arrisquei sair da mesma algumas vezes.
Seja como for, neste curto contacto ficou percetível o seu potencial de diversão. Potencial que conto explorar em outras visitas com circunstâncias mais favoráveis para o efeito.

dirtbike_bmx.jpgNem houve "clima" para tirar uma fotografia à pista!

18.10.23

Realidades


Rui Pereira

Olhos semicerrados, cabeça e ombros caídos, olhos no chão, a arrastar os pés pesados… sou eu a tentar regressar à escrita!

Há um ano e três dias atrás estava aos comandos da minha Globe Roll 01, de carreto fixo, a percorrer as estradas da Ilha, numa volta solitária, inédita e desafiante. Foram dois dias incríveis que ficarão para sempre na minha memória. Não foi só a superação do desafio em si, foi o exemplo que isso representou para outros departamentos da minha vida. Afinal… era capaz!
Um ano e três dias depois, não tenho andado tão próximo das bicicletas como seria suposto. Embora com uma tatuada no braço, que ficará para sempre comigo, atravesso uma daquelas de fases de afastamento que espero termine em breve. Só depende de mim.
Com a chegada do outono, a bicicleta de carreto fixo e de rodas cor de laranja entrega o testemunho à citadina e ferrugenta Órbita Classic, com uma caixa de fruta a servir de bagageira.
Os “Nothing But Thieves” embalaram estas minhas palavras. Uma das suas canções tem um título revelador, “Real Love Song”...
Real é também o que sinto pelas (minhas) bicicletas.

orbita_bw.jpg

 

30.05.23

Tatuagem


Rui Pereira

bike_tattoo.jpg

 

Chegou o dia.
Gosto de tatuagens e sempre quis fazer uma.
Mas tinha sempre argumentos muito válidos para não o fazer…
Uma tatuagem é definitiva. É uma coisa estranha no corpo!
Só agora fui capaz de priorizar a minha vontade.
O desenho – óbvio e previsível – uma bicicleta!
O contorno de uma bicicleta de carreto fixo (fixed-gear), mais propriamente.
O local – há muito escolhido – o interior do antebraço direito!
Dois estúdios, dois orçamentos.
Acabei por decidir por conveniência, aquele onde era possível fazer mais cedo, não fossem os argumentos virem novamente ao de cima e esta continuar a ser uma ideia permanentemente adiada.
Esta tatuagem é minha e para mim. Tinha de a ver num simples rodar de braço. Gosto de a ver enquanto ando de bicicleta.
Como disse uma amiga, “simples, gira e com significado…”
Assim é.