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Bike Azores

A experimentar o verdadeiro sentido da palavra liberdade!

21.09.21

“Tens muita sorte!”


Rui Pereira

Por trás da euforia das novas bicicletas que chegam a um ritmo anormal, existe um trilhar de caminhos não desejados que as redes sociais iludem e que as aparências não mostram.
O espaço quase atestado de bicicletas não é suficiente para preencher o vazio que sinto. Também não tinha de ser. Só a ilusão podia fazer pensar que sim. Já não me iludo.
Continuo meio à toa, mantendo rotinas. Umas só porque sim, outras porque me ajudam. E estas, contam.
Andar de bicicleta ou limpar uma; ouvir música; folhear aquela revista; ler algumas páginas de um livro ou um blogue de alguém que gosto. Ou escrever, como faço agora. Refugiar-me no meu espaço, rodeado de bicicletas, e conciliar (quase) tudo em um.

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Mesmo assim, foge-me o pensamento. Caio no vazio, na inação, na incapacidade, na ausência de soluções.
A partilha continua a iludir. As intencionadas imagens só mostram uma parte da realidade. Aquela que queria que fosse. A boa!
Alguém sentencia - Tens muita sorte!
Se calhar não faz sentido que assim não seja. Que se destaquem fragilidades em vez de pontos fortes. Melancolia em vez de alegria…
Pego no pano e aplico o produto. Embalado pela banda sonora mais extrema debitada pelas colunas, passo-lhe no quadro. A preocupação, agora, é que fique impecável.
Às vezes, não fica!

02.06.20

Circunstâncias


Rui Pereira

Nestes tempos de confinamento que passaram tive mais próximo das minhas bicicletas de carreto fixo do que das outras.
Pelas suas caraterísticas e limitado no espaço disponível para o efeito, estas revelaram-se a melhor opção.
As circunstâncias momentâneas ditam muita da adequação de cada uma das minhas bicicletas. E eu tenho a tendência para tomar esta adequação para o uso generalizado.
Com o desconfinamento, as suas limitações, entretanto disfarçadas, voltaram a sobressair. E tive de recorrer a outra bicicleta que melhor se adequava às novas circunstâncias.

fixed_gloria.jpg


Existem diferenças e terei sempre as minhas preferências, mas a forma tendenciosa que me faz tirar conclusões precipitadas perante circunstâncias restritas não é a mais correta.
As minhas preferências dizem respeito à estética, à tradição, à cultura, ao conceito e aos materiais empregues. Tudo o que seja mais simples e diferente, mais tradicional e alternativo, tem prioridade. No entanto, as que apontam num sentido contrário não são necessariamente desprezadas.
Todas as minhas bicicletas têm os seus pontos fracos e fortes, e a sua função bem definida. A escolha de uma delas estará associada às circunstâncias do momento ou simplesmente ao meu estado de espírito.
São todas boas. São todas úteis. Umas mais do que outras, de acordo com as circunstâncias.