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Bike Azores

A experimentar o verdadeiro sentido da palavra liberdade!

23.09.22

Personalização


Rui Pereira

fita_guiador.jpgEsta bicicleta não é minha, mas podia ser.

Longe dos tempos em que estava sempre a inventar necessidades para melhorar a bicicleta, posso eventualmente dar um toque de personalização prático ou estético. Por norma, prefiro deixar as coisas como estão e mais do que andar a modificar/melhorar prefiro usar.
Mas usar é outro dos meus males. Com tanta bicicleta é normal que se ache que ando muito com elas. Não é verdade. Se ando praticamente todos os dias (úteis), faço-o por motivos práticos, em pequenas distâncias e com a mesma bicicleta.
Por outro lado, a personalização é muito satisfatória. Ter uma bicicleta ao nosso gosto, à nossa imagem. Não obstante o facto de poder estar associada aos nossos impulsos consumistas, às vezes, reciclando material ou fazendo apenas pequenos investimentos conseguem-se bons resultados.
A imagem é importante para mim. Não a imagem da perfeição, da eficácia e da eficiência, da tecnologia, mas que reflita a minha própria imagem, aquilo a que dou prioridade e que, de uma forma ou de outra, se distinga.
Tenho bicicletas de diferentes segmentos e configurações, de valores distintos, em diferentes estados de conservação – com mais ou menos ferrugem, mas não há melhores nem piores, há preferidas.

20.07.17

Esta bicicleta não tem preço!


Rui Pereira

- Queres boleia?
- Não, obrigado. Vou de bicicleta!


Seja para fazer alguma volta ou simplesmente para ir ao treino e ao banho, o momento conta a partir do fechar da porta e do montar a bicicleta.
De bicicleta a deslocação não é uma mera necessidade, um mal necessário, mas sim um momento de liberdade e descontração. Um momento para espairecer a cabeça exercitando o corpo. Um momento leve, saudável, limpo e económico.
Às vezes perguntam-me quanto custou a bicicleta que uso em ambiente urbano. Não tenho problemas em falar de números, mas o que me apetecia responder era o seguinte:
- Esta bicicleta não tem preço!
E não tem preço porque não me é possível quantificar a conveniência, a satisfação e a qualidade de vida que me proporciona. E o quanto me divirto aos seus comandos!
Habituados que estamos a atribuir importância ao complexo e ao relevante, pode parecer um paradoxo fazê-lo a algo tão simples e modesto, mas não, não poderia fazer mais sentido. Pelo menos, para mim, faz todo o sentido!
Tenho outras, mais caras e sofisticadas, e também têm o seu propósito, nem que seja alimentar os meus caprichos. Mas a minha bicicleta urbana cumpre diariamente uma função que tem tanto de básica como de digna. Desloca-me e leva carga da forma mais simples, acessível e rápida, e simultaneamente proporciona-me uma sensação de bem-estar sem igual.

 

orbita_classic.jpg

19.04.14

Determinação e força de vontade vs. Prazer e compensação


Rui Pereira

De vez em quando certas pessoas elogiam-me pela minha determinação, força de vontade e disciplina no que toca aos cuidados físicos. Deste logo este é um indício destas pessoas serem boas pessoas. Não por me elogiarem, mas simplesmente pela capacidade de elogiarem alguém. Infelizmente não me acho merecedor destes elogios, exatamente por não achar que tenha estas qualidades em doses dignas de registo.
Na verdade, as minhas ações são essencialmente motivadas pelo prazer e pelas compensações que obtenho delas! Pelo prazer de comer coisas saudáveis, pelo prazer que sinto quando estou a puxar “ferro” ou a pedalar numa bicicleta. É apenas mais uma estratégia como outra qualquer. O esforço e o empenho estão sempre presentes. Mas sacrifício? Isso não! De uma forma geral diria que existem três premissas essenciais: gosto/prazer, empenho e desafio.
Se faço o que faço é porque posso, quero e gosto, porque tenho um retorno positivo, tanto ao nível físico como psicológico. Quem merece elogios por ser determinado é quem faz algo sem ter prazer e pelo simples facto de lhe fazer bem à saúde!
Mas como obter prazer de uma coisa que não gosto de fazer?!
É possível com uma mudança de atitude e perspetiva. Algo que pode ser tão simples e complicado ao mesmo tempo. Nós estamos habituados a encarar a maioria das situações da nossa vida, principalmente as que nos obrigam a sair da nossa zona de conforto, de uma perspetiva negativa. Aliás, não é raro associar-se o positivismo a algo irreal, o que é de todo descabido, quando está provado que a maior parte das nossas preocupações não se concretizam, ou seja, não têm razão de ser!
Vamos a um exemplo concreto: Quando digo que costumo correr, o que obtenho como resposta é invariavelmente a combinação de cinco palavras – "Eu não gosto de correr!"
Eu também não disse que gostava de correr, nem que correr não custa, apenas que costumo correr.
Comparemos. Correr ou estar sentado no sofá com o comando da televisão na mão? Gostar, gostar, gosto muito mais do sofá! Comparemos agora o retorno destas duas ações. O sofá e a televisão poderão dar alguns momentos de distração momentânea e fomentar a preguiça, a par de alguma má postura… E salvo raras exceções ficaremos por aí. Já quando corro estou a desenvolver a minha musculatura e a minha capacidade cardiovascular, estou a quebrar limites e a desopilar a cabeça, tudo isso ao som da minha música preferida. A médio prazo estes benefícios serão responsáveis pela minha melhor disposição e aparência física, para além dos ganhos ao nível da saúde. E quem diz correr diz outra atividade física qualquer. E o mesmo se aplica à alimentação.
É fácil? Não, não é fácil. Falha-se? Todos os dias. É possível? Claro que é possível. É tudo uma questão de perspetiva. De romper com os preconceitos. De ter em conta a relação entre o prazer, o retorno e a compensação de determinada ação. Depois de assegurada a regularidade necessária esta tornar-se-á num hábito, num bom hábito!