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Bike Azores

A experimentar o verdadeiro sentido da palavra liberdade!

23.09.22

Personalização


Rui Pereira

fita_guiador.jpgEsta bicicleta não é minha, mas podia ser.

Longe dos tempos em que estava sempre a inventar necessidades para melhorar a bicicleta, posso eventualmente dar um toque de personalização prático ou estético. Por norma, prefiro deixar as coisas como estão e mais do que andar a modificar/melhorar prefiro usar.
Mas usar é outro dos meus males. Com tanta bicicleta é normal que se ache que ando muito com elas. Não é verdade. Se ando praticamente todos os dias (úteis), faço-o por motivos práticos, em pequenas distâncias e com a mesma bicicleta.
Por outro lado, a personalização é muito satisfatória. Ter uma bicicleta ao nosso gosto, à nossa imagem. Não obstante o facto de poder estar associada aos nossos impulsos consumistas, às vezes, reciclando material ou fazendo apenas pequenos investimentos conseguem-se bons resultados.
A imagem é importante para mim. Não a imagem da perfeição, da eficácia e da eficiência, da tecnologia, mas que reflita a minha própria imagem, aquilo a que dou prioridade e que, de uma forma ou de outra, se distinga.
Tenho bicicletas de diferentes segmentos e configurações, de valores distintos, em diferentes estados de conservação – com mais ou menos ferrugem, mas não há melhores nem piores, há preferidas.

23.09.20

Compromisso


Rui Pereira

gloria_por-do-sol.jpg


Todas as vezes que monto nas minhas bicicletas de carreto fixo é como se tivesse assinado um contrato de exclusividade, onde me comprometi aceitar todas as contrapartidas em troca de mais-valias.
Existe um compromisso da minha parte. Uma vontade deliberada de as pedalar. Se em tempos isso limitou o meu leque de opções, hoje já não acontece. A fusão entre gosto, compromisso, prática e hábito fizeram-me ver que as limitações eram muito mais pessoais do que técnicas.
Mesmo que existam pontualmente, o gozo que me proporcionam e a capacidade de me deixarem orgulhoso e realizado é tanta que fazem esquecer rapidamente estas mesmas limitações. Menosprezava a expressão “é uma questão de hábito”, mas é mesmo. A partir do momento que tirei as limitações da cabeça e comecei a sair preferencialmente com elas, tudo mudou!
O facto, é que nunca assinei contrato nenhum. O enorme gosto e a minha entrega fizeram com que tudo acontecesse naturalmente e de forma progressiva. Se me comprometi, está comprometido. E se antes dizia “vou levar a fixie, portanto, é uma volta mais pequena” hoje planeio fazer com elas o mesmo que faço (fazia) com as outras, ponderando as normais condicionantes. Mas nada de loucuras, que já não tenho “tempo” para isso… na verdade, acho que nunca tive.
E é aí que reside a mudança. Fazer uma volta com a fixie, seja ela qual for, é normal, é natural. Já não é uma loucura, um sacrifício. É mais uma volta, só que mais emotiva e entusiasmante. Ok, eventualmente mais puxada também. Mas lá está, comprometi-me, portanto, já nem vejo as coisas assim.
Não quero provar nada a ninguém, até porque as opiniões dos outros são apenas isso e não me dizem respeito. Agora, cada saída, acaba por ser uma prova para mim mesmo. A prova que é possível fazer o que quiser com estas bicicletas…
Basta comprometer-me!