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Bike Azores

A experimentar o verdadeiro sentido da palavra liberdade!

09.04.19

Não faz muita falta, mas já que está, fica!


Rui Pereira

Este domingo os pedais deram lugar ao acelerador. Saí montado em duas rodas na mesma, mas em algo motorizado e mais encorpado. Não muito.
A minha modesta scooter 125 completa este ano a respeitosa idade de 10 anos, mas só domingo é que superou a fasquia dos 4 mil quilómetros.
A senhora da casa ganhou medo e nunca mais lhe pôs as mãos em cima; a função de transporte alternativo nunca foi realmente exercida porque conseguimos conciliar as deslocações necessárias com o carro; no meu tempo de lazer a prioridade é a bicicleta. Aqui estão os 3 principais fatores que explicam uma ridícula média de cerca de 400 quilómetros por ano.

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Esta mota é uma daquelas coisas que não faz muita falta, mas já que está, fica!
E foi ficando. E as baterias vão andando. E vou ligando e pegando nela, de vez em quando, só porque tem de ser. Porque se não o faço, é dar-lhe ao pedal e… era o pegavas. Acaba por pegar sempre, mas às vezes custa.
Mas desta vez, nem necessidade, nem obrigação. Fui andar de mota porque quis, porque não me estava mesmo nada a apetecer andar de bicicleta!
Não é comparável com algumas das motas que já tive, claro, mas mesmo automática, com suspensões débeis e com uma potência diminuta, dá para sentir um pouco daquele prazer de condução quando se leva de forma ligeira de curva em curva. A saída das curvas é lenta e então se o piso inclina pior, mas acaba por ser divertido tentar manter o ritmo, sempre muito tranquilo (hum…) e legal (há sempre um lado positivo).
Era menino para ter uma coisa mais encorpada. Mas nada como noutros tempos sonhei ter. Até podia ser mesmo uma 125 com um caráter mais desportivo, ou uma 250, ou vá lá, no limite uma 400!
Para já, esta vai dando para a despesa, ou melhor, vai dando despesa!
Tenho obviamente outras prioridades neste momento, mas quem gosta…

“Não tento explicar às pessoas porque é que ando de mota. Para os que compreendem, nenhuma explicação é necessária! Para os que não compreendem, nenhuma explicação é possível…” (Autor desconhecido)

03.06.08

As Motas e as curvas


Rui Pereira

Pois, todos nós as fazemos, é certo, mas sabemos mesmo fazê-las?! Não as conseguiríamos fazer muito melhor?!
Não basta termos a melhor moto, o melhor piso de asfalto, os melhores pneus do mercado, nem mesmo muitos anos de experiência. É um facto que todos estes pontos vão ajudar, e muito, mas é preciso perceber um pouco como se processam as coisas, é preciso alguma teoria, técnica de condução, e obviamente, ir actualizando esta última.
Não existem grandes segredos, mas podem haver alguns pormenores que passam despercebidos, ou que nem nos damos conta que os utilizámos na condução na nossa mota, em geral, e na descrição das curvas, em particular. E por vezes são coisas tão lógicas, outras nem por isso.
A primeira coisa a fazer quando nos deparámos com uma curva é adequar a velocidade para a podermos descrever correctamente, ou seja, é necessário abrandar utilizando os travões e a caixa de velocidades. Já agora convém referir que ambos os travões devem ser actuados numa proporção que poderá ter algumas variações consoante as circunstâncias, mas numa força a aplicar dentro dos 75% no dianteiro e 25% no traseiro. Deverá também ser escolhida a mudança mais acertada para o grau da curva e antes da entrada da curva a mota deverá estar sempre desembraiada, conseguindo-se assim, capacidade de abrandamento, sem perda de equilíbrio.
A segunda é olhar para o ponto mais distante que se conseguir à entrada e no descrever da curva, é importante olhar em frente e não para o chão à nossa frente, a cabeça e os olhos deverão estar direccionados para o lado que se faz a curva, direita e esquerda respectivamente. Assim consegue-se uma visão mais ampla e maior controlo.
Como é óbvio o próximo passo será inclinar a mota. Para isso normalmente utiliza-se o peso do corpo para forçar a mota a “deitar-se”, pois, também é um factor importante, mas o que faz realmente uma mota em movimento inclinar-se é a técnica de “countersteering” (contra-brecagem)! É verdade, poucos se dão conta mas todos, mesmo que inconscientemente, utilizam esta técnica para inclinar a sua mota nas curvas. Como é que se faz isso?! - Não tem nada que saber. Para inclinar a mota para a direita, fazer pressão (empurrar) o punho direito para a frente, para inclinar para a esquerda é exactamente a mesma coisa, mas a pressão para a frente é feita no punho esquerdo. Tomando consciência desta técnica e praticando-a, é normal que a mota nos pareça muito mais ágil e leve, que as curvas pareçam mais fáceis e que aos poucos se consiga fazê-las de forma mais rápida, limpa e segura. Esta técnica poderá também ser muito útil mesmo quando se circula em linha recta, por exemplo, para fazer uma manobra de desvio de um qualquer obstáculo que se nos depare na via de circulação.
Finalmente e já durante o descrever da curva deve-se manter uma aceleração suave, constante e/ou progressiva, o que nos dará o equilíbrio de pesos entre os dois eixos e a estabilidade necessária, para traçar a trajectória correctamente. Nunca abrandar ou travar durante o descrever da curva, o que irá contra o acima descrito. É melhor entrar mais devagar e depois estabilizar a aceleração até à saída para depois poder acelerar livremente, do que entrar muito depressa na curva, ter de cortar acelerador, ou travar, desestabilizando todo o conjunto, perdendo velocidade e obrigando a manobras de improviso não pretendidas.
Boas curvas com segurança!