23.10.23
“Coral”
Rui Pereira
Saí meio tarde. Com o aproximar da hora e a falta de lugar para estacionar comecei a stressar. Mas porque é que não fui de vez para o parque? - perguntava a mim mesmo enquanto me dirigia para lá.
Apressei o passo e ainda corri. Nem valia a pena, mas pronto. Que necessidade, não volta a acontecer. Até à próxima vez!
Estava sentado, já podia relaxar.
Os panos ainda não tinham aberto e já algo se revelava…
Vozes, coro, eletrónica!
Entretanto apercebi-me que o meu bilhete mais barato não era por acaso. Via um grande ecrã, a vocalista e pouco mais.
Enquanto à minha volta os outros espetadores falavam entre si e trocavam de lugar, mantive-me quieto. Não ia interromper a vibração em que alinhara.
Podia ter visibilidade limitada para o palco, mas deixei-me levar pela onda sonora magistralmente produzida. Imperturbável.
Até podiam tapar-me os olhos. Sim, podia estar de olhos fechados, muito provavelmente ainda ia sentir melhor.
Foi sábado. Foi… The Gift.