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Bike Azores

A experimentar o verdadeiro sentido da palavra liberdade!

23.10.21

O meu verdadeiro eu...

E as minhas bicicletas


Rui Pereira

Falei, anteriormente, da minha nova abordagem às bicicletas motivada por uma delas e respetivas caraterísticas.
Esta nova abordagem também se manifesta na minha forma de vestir para andar de bicicleta. Cada vez mais vejo-me simplesmente de calções e t-shirt (casuais) e menos de licra. Ou seja, mais "normal".
Na verdade, as minhas duas novas bicicletas e inclusive algumas das anteriores fizeram com que isso acontecesse naturalmente. Até porque acompanham as minhas preferências e tendências mais recentes.
Pode parecer um paradoxo querer subir para uma bicicleta da forma mais normal e simples possível, quando esta normalidade foi essencialmente motivada por bicicletas de segmentos tão específicos e até fora da caixa.
Eu próprio sou um normal que me acho simplesmente diferente. Não que ergue a bandeira da diferença, ou seja contra rebanho, mas de facto as minhas opções demarcam-se das restantes, principalmente considerando o meio onde estou inserido. É apenas uma questão de alinhamento comigo próprio.
Vendo bem, não estou inserido em meio nenhum. Sou mais uma pessoa que anda por aí como quer, com as bicicletas que quer.
E queria ser esta mesma pessoa em todos os quadrantes da minha vida, algo que (ainda?!) não consigo!
É que este sou eu, o meu verdadeiro eu...

foffa_style.jpg

 

04.11.20

Foi com ela que tudo começou!

Specialized Allez Steel


Rui Pereira

Materializei a minha renovada visão do mundo das bicicletas com a aquisição da Specialized Allez Steel.


(Specialized Allez Steel - 2011 / Imagem: 2019)


Depois daquele período inicial de grande entusiasmo e euforia, com todos aqueles desejos disfarçados de necessidades, perfeitamente enquadrados com os padrões mais consumistas, mudei efetivamente de postura, preferências, objetivos e prioridades.
Desinteressei-me da competição, mudei o foco das minhas intenções e ponderei muito mais as aquisições. Desliguei-me das tendências mais atuais, dos topos de gama e dos últimos gritos tecnológicos. Passei a privilegiar os produtos clássicos, tradicionais e intemporais. Com menos prazo de validade. Mesmo os mais recentes, mas com aquela imagem de sempre. Fiz um regresso às origens fascinado que fiquei com as bicicletas de carreto fixo.
Reuni um número considerável de bicicletas, mas tenho a desculpa de que as sete somam um valor total ridiculamente baixo quando comparado com os valores que se tornaram banais por aí.

- Quando adquiri a Allez já tinha a BTT. Ainda a tenho e não tenciono desfazer-me. Está lá com as suas rodas 26 e está muito bem;
- A dobrável portuguesa, a fazer lembrar a bicicleta que tive em miúdo, foi decisiva para implementar a minha vontade de deixar de fazer deslocações ridículas com o automóvel;
- Um sonho concretizado - a minha primeira fixed-gear. Na altura, com muitas dúvidas. Estava longe de pensar que seria hoje a minha bicicleta mais solicitada;
- Rotinas diárias associadas à bicicleta estabelecidas. Altura de ter uma citadina tradicional, menos limitada do que a dobrável, para poder ir mais além neste departamento;
- Fiz uma inflexão no sentido que seguia. A certa altura desejei algumas soluções mais modernas numa bicicleta de estrada. Do aço para o carbono;
- Mais uma fixed-gear. Só por curiosidade, nova custou-me apenas 16% do valor da anterior que foi comprada usada.

O aço e a liga de aço dominam. A tradição e a simplicidade também. A pureza, a estética, a envolvência, os desafios e as sensações inerentes definem a linha que escolhi. E com esta a seleção das bicicletas.

Uma das principais é a Specialized Allez Steel e, na prática, foi com ela que tudo começou!

09.09.20

O meu mundo de bicicleta!


Rui Pereira

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O meu mundo é pequenino. O que contrasta consideravelmente com o gosto, a vontade e a motivação. E a tendência para traçar um rumo próprio, portanto, diferente do da maioria.
Esta bicicleta preta, que foi cuidadosamente pousada no chão para a fotografia, não aparece por acaso. Quero acreditar que não será o culminar do trajeto escolhido, mas foi com certeza o seu ponto de partida. E continua a ser o meu cavalo de batalha!
Como utilizador de bicicletas sou pequeno e circulo num território equivalente. Até a minha bicicleta o é, não passando de uma simples e banal fixie de catálogo, escolhida exatamente pela sua ligação direta roda/pedais e por não ter mudanças.
Toda esta pequenez não me belisca. Não me importo. Nunca foi um obstáculo impossível para ter ou fazer aquilo que queria, embora já tenha acreditado que sim. Claro que torna todo o percurso um pouco mais difícil…
Não que queira ser muito grande, mas tenho mais dificuldade em crescer como utilizador de bicicletas. Não que queira ter uma montra tecnológica de carreto fixo, mas tenho mais dificuldade em ter uma ferramenta mais próxima daquilo que gostava para completar o meu percurso. O terreno será sempre curto na extensão e de difícil progressão.
As bicicletas são a minha opção. O carreto fixo também. Neste meu pequeno mundo, as ainda mais pequenas fixed-gear vão ganhando dimensão!

24.07.20

Mudança única e carreto fixo! (2)

Globe Roll 01 - Seis anos depois


Rui Pereira

Uma grande superfície ligada ao desporto tinha na montra uma fixie, soube por um colega. Andava há muito tempo a “estudar” a compra duma. Ao final do dia fui vê-la. Não era uma maravilha, mas em compensação era barata. Ponderei.
Bicicletas do género não eram (nem são) nada fáceis de ver por cá. Também achei não ser razoável fazer muito investimento, porque havia sempre a possibilidade de não me adaptar. A compra à distância deixou de ser opção, e assim, tinha registada a Globe Roll 01 disponível na minha loja de referência. Mas, ainda era cara. Não perdia nada em saber se me conseguiam fazer melhores condições de aquisição antes de tomar uma decisão. Fizeram.
A opção da grande superfície ficou posta de lado e no dia seguinte de manhã, um sábado, estava na loja para levantar a Globe. Entusiasmado e apreensivo. O normal, portanto.
Já lá vão 6 anos. O decorrer do tempo já mostrou diferentes níveis de proximidade e interação, diferentes configurações, entre fixed-gear e singlespeed, e pouca personalização, sendo que a última e mais relevante foi a troca do guiador original por um reto de maior dimensão. O certo é que nunca tive tão próximo desta bicicleta e do seu conceito como estou agora!
A Globe Roll 01 foi a minha janela de oportunidade, a minha porta de entrada num mundo novo, no que diz respeito às bicicletas. Um mundo que me diz muito e com o qual, cada vez mais, me identifico.
Tal como disse em 2014, aquando da sua compra, continuo a dizer com legitimidade e orgulho:


“My legs are my gears”

globe_janela.jpg

09.07.20

Ilustrações trocadas


Rui Pereira

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Indeciso quanto à escolha da imagem para ilustrar o meu texto anterior, acabei por escolher aquela que achei fazer mais sentido. A realidade é que a bicicleta em causa é esta que aparece agora, a Globe Roll 01.

Eh Rui, acho que esta é a bicicleta mais bonita que tu tens!

Esta foi uma afirmação mais recente, feita por um amigo, perante uma das minhas bicicletas de carreto fixo, que passou a fazer parte da minha rotina diária, a mesma que apareceu na publicação de ontem, a Gloria Magenta.

Publicações certas com ilustrações trocadas, mas que fazem sentido. Um pretexto para publicar mais umas fotografias destas peculiares bicicletas. O mesmo retorno.

Conclusão: eu sou chato (por estar sempre a carregar na mesma tecla) e estas bicicletas são especiais!

08.07.20

Outro mundo!


Rui Pereira

Esta bicicleta é tão clean, tão simples… É muito bonita!
Às vezes temos a mania… e esta é assim, e…

Foi mais ou menos isso que ouvi quando me cruzei com um casal amigo numa volta de domingo aos comandos de uma das minhas bicicletas de carreto fixo. E se calhar não foi por acaso que surgiu da parte do elemento feminino. O masculino estava mais preocupado em saber se era aquela a bicicleta com que costumava andar… Sensibilidade?
Devo ser um bocadinho suspeito para concordar com estas afirmações, mas estão perfeitamente alinhadas com o que venho defendendo há muito tempo.
Uma bicicleta básica não passa muito de uma estrutura de tubos metálicos soldados, um par de rodas, uma corrente, umas rodas dentadas, um guiador, um selim e umas alavancas com pedais…
É simples, não é?
E esta simplicidade não lhe belisca em nada a beleza ou a função, muito pelo contrário.
Enquanto que o mundo à minha volta continua sedento de inovação, eficácia e tecnologia, numa busca inglória de algo único, como se da última bolacha do pacote se tratasse, com um prazo de validade cada vez mais curto, eu pedalo num mundo paralelo muito mais básico, puro, natural, duradouro, descomplicado e… estiloso!

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05.09.19

Uma velha bicicleta repousa encostada a um poste...


Rui Pereira

Conta com alguns anos e com outras tantas marcas.
Parece já não rolar com a alegria de outros tempos, mas nem sempre tudo o que parece é.
Alguns dos seus componentes mostram-se sujos, desgastados, cansados, mas o conjunto continua a servir os seus propósitos.
Nunca foi uma velocista, portanto não irá encarnar uma agora…
Vale pela nobreza da sua utilidade e pela diferença. Pelos diversos pormenores que marcam a sua diferença.
A velha bicicleta perdeu o brilho que a caracterizava, mas ganhou uma patine que lhe dá um charme único e especial.
Para alguns, não passará de uma bicicleta velha. Para outros, é uma nobre e histórica companheira de duas rodas a pedais que mantém a beleza, a dignidade e a função.
A velha bicicleta repousa encostada a um poste, mas está à espera. À espera de levar e ser levada. Pronta para rolar, cumprir, ir, para onde tiver de ser…

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21.05.19

Quando as diferenças são indiferentes


Rui Pereira

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As duas bicicletas aqui em causa são muito diferentes. Pelos conceitos apresentados, pelos materiais e equipamentos empregues, pelos valores envolvidos.
A proprietária da Btwin Triban 500, que se viu obrigada a comprar uma nova bicicleta depois da sua ter sido roubada, queria uma bicicleta prática, simples, robusta e acessível, que pudesse utilizar à vontade e levar para todo o lado. O proprietário da Specialized Roubaix Comp, já possuidor de uma bicicleta de estrada de inspiração clássica, comprou-a para satisfazer aquele desejo de ter mais uma bicicleta, mais moderna e específica, para usufruir de tudo o que isso implica.
O propósito principal de quem compra uma bicicleta será sempre pedalá-la, mas estas pedaladas poderão ter inúmeras necessidades e direções implícitas. A minha Roubaix é significativamente superior à Triban, mas será que fazia sentido a minha mulher ter algo igual ou equivalente quando os seus objetivos são tão claros e as suas necessidades tão básicas?
Não, não fazia sentido. Ela basicamente quer uma bicicleta que funcione e que a leve até onde as suas limitações pessoais permitirem, não as da bicicleta. Que não lhe exija cuidados, que a bicicleta é para andar. Se cair, caiu. E se está suja, suja fica, que é da maneira que passa ainda mais despercebida.
Fomos os dois, pela mesma estrada e até ao mesmo destino, cada um com a sua bicicleta e à sua maneira. E viemos. Função cumprida!

07.01.19

Fixed Gear / Fixie


Rui Pereira

Se pensar um pouco naquilo que realmente gosto e que mexe verdadeiramente comigo dentro das bicicletas e do ciclismo, as bicicletas de carreto fixo (conhecidas por fixed gear ou fixie) aparecerão obrigatoriamente no topo da lista!
Com certeza que estariam mais presentes na minha vida se as tivesse descoberto com outra idade, se não tivesse um joelho problemático, se fosse mais afoito e se vivesse noutro local, mas isso não me impede de ter uma e de usufruir do que ela tem para oferecer, mesmo com as referidas limitações.
Para além deste segmento específico, gosto especialmente de tudo o que envolva soluções mais simples e tradicionais, tanto por questões estéticas e visuais, como pela menor complexidade implícita. Desculpem-me os apreciadores, mas, por exemplo, eletrónica em bicicletas? Eh pá, não!
Já fui o suficientemente extravagante quando adquiri uma relativamente recente bicicleta de estrada em carbono. Aliás, analisando bem o seu uso e a duplicação de bicicletas do mesmo segmento, com a minha Steel a ser relegada para segundo plano, se fosse hoje, o mais certo seria não o fazer!
Ao nível conceptual as fixie transpiram pureza e afirmam-se como um regresso às origens. Assim eram as primeiras bicicletas. E são um brinde à simplicidade, ao estilo e ao minimalismo. São bicicletas únicas e funcionais, reduzidas ao essencial, onde até os travões são dispensáveis!
Se estaticamente impressionam, o que dizer no aspeto dinâmico. São exigentes e desafiadoras, mas ao mesmo tempo intuitivas e naturais, logo que haja abertura para sentir o seu funcionamento. A relação homem/máquina está bem presente e basta ver alguém competente aos seus comandos para perceber como as duas partes funcionam como uma só!
As fixed gear são encantadoras e apaixonantes como mais nenhumas!