25.10.19
"O Material Tem Sempre Razão"
Rui Pereira
1- Guiador de cromagem duvidosa;
2- Ambiente pesado (salgado);
3- Tempo;
4- Ciclista/proprietário que ignora os efeitos do segundo sobre o primeiro no decorrer do terceiro...
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25.10.19
Rui Pereira
1- Guiador de cromagem duvidosa;
2- Ambiente pesado (salgado);
3- Tempo;
4- Ciclista/proprietário que ignora os efeitos do segundo sobre o primeiro no decorrer do terceiro...
07.06.08
Rui Pereira
Nesta época cada vez mais descartável em que vivemos, onde a contenção de custos, o aspecto final, a facilidade de processamento e utilização recebem toda a atenção, prescinde-se do aspecto mais austero, mas durável e tão característico de materiais desde há muito utilizados.
No que toca às motos, as altas performances e a máxima eficiência a todos os níveis obrigam à utilização do plástico, das fibras, do alumínio, das ligas nobres, relegando cada vez para segundo plano os materiais tradicionais.
De qualquer forma existem excepções, embora mesmo estas, aos poucos começam a ser "adulteradas". Falo obviamente das “naked” clássicas, das “muscle-bikes” à moda antiga e das choppers, entre outros casos isolados, segmentos que ganham cada vez mais a minha admiração, ao contrário da cota de mercado, com excepção das choppers que têm muitos admiradores.
Não que seja contra a evolução e tecnologia de ponta, até pelo contrário, mas cada vez mais se radicalizam e especializam conceitos, difundindo-se os mesmos à velocidade da luz, sempre com o objectivo de quebrar barreiras a cada segundo que passa, o que faz com que se perca um pouco da verdadeira essência deste espectacular veículo que é a moto.
Até gostava de ter uma "xpto" qualquer, com uma potência incrível, que supera velocidades igualmente incríveis, com tudo do bom e do melhor montado, que custam vários (muitos) milhares de euros… Mas para quê, pergunto-me eu?
Pura ilusão! Não sou rico, muito menos piloto profissional, circulo na estrada e ocasionalmente fora dela (terra), não tenho super dotes de condução, tento cumprir o código de estrada dentro dos possíveis, portanto, um veículo destes com reluzentes fichas técnicas, onde os números e componentes quase valem ouro, nas minhas mãos, seria um verdadeiro desperdício.
Pois, sentia-me igualmente vaidoso e realizado aos comandos da minha “humilde” Vespa (blasfémia!), mas admito que não seja tão porreiro responder aquela pergunta da praxe de quem acabou de nos conhecer e a quem queremos impressionar - “Desculpe e que mota tem?” - porque de resto ela proporcionava-me excelentes momentos de condução (adequada ao conceito), bons momentos de contemplação, para já não falar no carisma e na história que tem por detrás, mesmo que a minha Vespa, fosse daquelas algo “adulteradas” pelas novas tecnologias.
No entanto, as circunstâncias também ditam regras e nem sempre se pode ter tudo e há que fazer opções, mas isto já é outra conversa...
O facto, é que neste momento dou mais importância a uma moto clássica, retro, carismática, baseada, ou inspirada noutros tempos, mantendo o conceito original, mesmo que actualizada, para atingir os padrões de exigência actuais, ou quanto mais não seja, as cada vez mais exigentes normas impostas, até porque há marcas a conceber esta fusão e revivalismo de uma forma magistral.
Julgo que há outra envolvência, outro desfrutar, outra relação homem/máquina, certamente mais descomplexada e descomprometida, mas consideravelmente mais próxima e menos fria.
Concluindo, apesar de ter lugar para tudo, quando se trata de veículos de duas rodas, no rol das minhas preferências, o “ferro” ganhou espaço incontestavelmente.