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Bike Azores

A experimentar o verdadeiro sentido da palavra liberdade!

09.05.22

BIKES vs CARS

Documentário


Rui Pereira

Ontem não andei de bicicleta. Hoje, vim de carro.
O dia acordou incrível. Céu limpo, pouco vento, fresco, ideal para andar de bicicleta.
Ontem não estava bom para andar de bicicleta. Depois até ficou, mas deixei-me ficar em casa.
Hoje arrependo-me. Porque não saí, porque exagerei nas porcarias que comi. Em casa exagero sempre.
Mas vi um bom documentário – BIKES vs CARS. Ganhei ainda mais noção da gravidade do problema. Da triste realidade. Do braço de ferro. Do peso da indústria automóvel. Dos números. Da coragem e persistência de quem faz da bicicleta o seu meio de transporte. O seu modo de vida…
Gostava tanto de ter vindo hoje de bicicleta para o trabalho!

 

10.09.21

Mudança de trajeto!

Mobilidade


Rui Pereira

O modelo de mobilidade vigente assenta essencialmente no transporte individual. Está tudo estruturado para, por um lado, proporcionar a melhor circulação aos automóveis, por outro, o seu estacionamento. Assim, não será de admirar que as nossas cidades tenham sido literalmente invadidas por estes mesmos automóveis.
Que os automóveis não andam sozinhos nem têm vontade própria e são conduzidos por pessoas é óbvio, mas também não terão sido concebidos para serem ocupados maioritariamente por apenas uma pessoa, até porque a maior parte deles tem cinco lugares, nem para fazerem deslocações ridiculamente curtas, até porque as suas caraterísticas técnicas e estruturais indicam exatamente o contrário. 

 

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O automóvel é um meio de transporte muito cómodo, mas o seu uso incorreto e abusivo, estimulado pelo modelo de mobilidade adotado e por toda uma pressão social associada, fez dele um “peso”. Seja pela sua volumosa presença (tanto em movimento como parado), seja pela marca que deixa ao nível ambiental.
As cidades e as vias entupidas de carros revelam um padrão cada vez mais obsoleto e insustentável a pedir urgentemente por alternativas. E estas passarão pelos meios de locomoção suaves e por uma aposta forte nos transportes públicos. E claro, pela forma mais natural de nos deslocarmos - a pé!

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Para que as alternativas sejam validadas pelas pessoas e possam realmente fazer jus a esta designação têm de haver condições para o efeito. Se predomina o sentimento de que é perigoso circular de bicicleta na estrada, é normal que exista medo e resistência em aderir a esta alternativa. A exposição será sempre maior e a segurança poderá ser posta em causa, mas os indícios positivos poderão levar pelo menos os duvidosos a experimentar.
Terá de haver uma verdadeira vontade neste sentido da parte de quem decide, uma mudança de hábitos da parte de quem tem de se deslocar diariamente, e uma nova forma de pensar as deslocações e a mobilidade urbana da parte de todos.
Claro que é um grande desafio com várias dificuldades associadas, mas a mudança do trajeto seguido até então, mais do que uma opção é mesmo uma obrigação!

26.03.20

Ficar em casa!


Rui Pereira

Hoje levantei-me relativamente cedo, fiz a barba e restantes práticas higiénicas, vesti-me e bebi um copo de café. Fiz umas flexões.
Podia ser a descrição de um início de dia ideal para quem está a trabalhar a partir de casa, onde as rotinas são mantidas, mas não passa de uma exceção. As flexões, por exemplo, já nem sei quando foi a última vez...
Não que tivesse uma vida muito ativa e entusiasmante, mas como metódico que sou, tinha as minhas rotinas e os meus hábitos bem implementados, segmentados e organizados. Esta mudança abrupta deixo-me um bocadinho à toa, que é como quem diz, desmotivado e preguiçoso.
Ficar em casa e não ter de ir trabalhar foi o que sempre quis, mas não nestas circunstâncias!
Tenho falhado nas rotinas, na alimentação, no exercício físico, na escrita. Nem tenho vindo aqui para acompanhar as publicações de quem sigo. Mesmo com as normais obrigações relativas ao teletrabalho, agora que supostamente tenho mais tempo e mais devia fazer, nem que fosse para distrair de toda a triste realidade que se vive atualmente, menos faço.
Não faltam exemplos positivos de quem não se deixa abater pelas novas circunstâncias e faz, treina, arruma, cria, inventa...
Mas hoje levantei-me relativamente cedo e quis inverter esta tendência. Por isso escrevo este texto, na tentativa de desabafar, motivar-me e comprometer-me. É que agora, mais do que nunca, a falta de tempo não é desculpa!

04.03.20

Estilo de vida ativo!


Rui Pereira

Ter um estilo de vida ativo não é apenas ir ao ginásio. Não é só fazer desporto ou exercício físico específico. Na verdade, também é, mas não é só.
Ter um estilo de vida ativo implica ter uma abordagem ativa nas rotinas diárias, naquelas pequenas coisas que fazemos todos os dias sem nos dar conta da sua regularidade e importância.
Ter um estilo de vida ativo sugere a troca do automóvel pela bicicleta numa curta deslocação urbana, ou simplesmente fazê-la a pé. Sugere a troca do elevador pelas escadas. O levantar da cadeira para andar e alongar se passamos grande parte do nosso dia sentados…
Ter um estilo de vida ativo é comer pouco e bem. É hidratar-nos. É fugir de hábitos e vícios nefastos à nossa saúde. Mas é também saber abrir algumas exceções.
Ter um estilo de vida ativo convida a “surfar” em terra sobre um skate, a caminhar na natureza, num percurso junto ao mar ou mesmo na praia. Convida a apanhar sol nesta mesma praia, mas também a trocar a toalha por umas braçadas ou por uns “pontapés” na bola com o rapaz…
Ter um estilo de vida ativo é associar a prática de exercício físico ao que mais gostamos de fazer. É juntar o útil ao agradável.

No campo do exercício físico a tendência é para elevar fasquias, gerar objetivos, aumentar as dificuldades e os desafios. Até um certo ponto faz sentido, mas não é difícil cair-se no exagero.
Instintivamente, tenho seguido na direção oposta. Na que aponta ao equilíbrio, à regularidade, à diversidade e à moderação. Na direção que me diz que o exercício físico, tal como toda e qualquer atividade levada ao extremo, não é benéfica.
Tem de haver vontade, foco e alguma intensidade, mas quer nos meus exercícios localizados quer nas minhas pedaladas, a atitude é simplificar e descontrair. É aproveitar o momento e usufruir do ambiente que nos rodeia, algo que acaba por ficar esquecido se estivermos demasiado concentrados em concretizar objetivos.

Esta não é uma receita de estilo de vida ativo. Esta é a minha receita de estilo de vida ativo!

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18.09.19

Luz ao fundo do túnel


Rui Pereira

Antes de começar a utilizar efetivamente a bicicleta, não estava exatamente num túnel sem saída, nem necessariamente às escuras, mas era, sem dúvida, mais limitado, comodista e preconceituoso.
Assim, posso concluir que a bicicleta, para mim, ao nível da mobilidade, foi uma espécie de luz ao fundo do túnel.
Sem ela, muito provavelmente ainda andaria agarrado aos mesmos (maus) hábitos e pretextos de sempre!

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25.01.19

A banhos!


Rui Pereira

Começo a pedalar de pé. Dou o arranque para mais uma pausa de almoço. Debaixo de mim tenho a companheira do costume.
Contra o vento, pressiono os pedais, como se tentasse esmagá-los, para a impulsionar rápido para a frente. Ela responde como pode, não foi feita para estes stresses. A sua onda é mais sem pressas… Nas calmas…
O vento salgado de sueste fustiga-lhe o metal. A água salgada e fria enregela-me a pele. Faço movimentos rápidos e agasalho-me. Alimento o corpo com uma refeição que não está quente, infelizmente.
Arranco de regresso. Faço um desvio. Sinto uma ligeira dormência na extremidade dos membros inferiores. Ignoro e pedalo vigorosamente. O tempo escasseia e condiciona a ação.
Já me banhei nas águas deste nosso mar. Não tarda “banhar-me-ei” em tradição, em melodia, em música açoriana!

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03.12.18

Regras para utilizar a bicicleta como meio de transporte!


Rui Pereira

1 – Determinação. E nem é preciso muita, basta não estar sempre a pensar nos inconvenientes e nas desvantagens, porque desta forma, todo e qualquer argumento, mesmo os mais insignificantes, vão servir de desculpa para não começar a pedalar. É começar já!

2 – Bicicleta. Qualquer bicicleta serve, mas claro que as citadinas e utilitárias serão mais adequadas. Acessórios como guarda-lamas e suportes de carga serão muito bem-vindos. Numa fase inicial não se justifica estar a fazer um grande investimento, pois poderá vir a revelar-se desadequado ou desnecessário mais tarde.

3 – Vestuário. Não são necessárias roupas específicas para ciclismo, basta algum critério na seleção das mesmas de acordo com a estação do ano e com as condições atmosféricas. Roupas frescas e respiráveis no verão, e casacos e calçado com caraterísticas impermeáveis no inverno serão sempre uma mais valia.

4 – Percurso. Depois de identificado o trajeto a percorrer é importante verificar as opções de percurso disponíveis para o fazer. Devem ser ponderados fatores como a inclinação e o tipo de piso das vias, entre outras caraterísticas. O trânsito. A existência de vias próprias para bicicletas. Um percurso mais longo, mas com caraterísticas mais amigáveis para a utilização da bicicleta, será sempre melhor opção.

5 – Adaptação. Aqui está uma palavra-chave! A involuntária por parte do nosso corpo, que com certeza vai reagir positivamente ao exercício motivado pela pedalada, ficando natural e progressivamente mais capaz. A voluntária, quando tratamos de toda a logística por forma a simplificar e facilitar a nossa vida sobre a bicicleta.

6 – Bom-senso. Andar no meio do tráfego automóvel com uma bicicleta pode ser algo intimidatório para muita gente. Não acho que seja excecionalmente perigoso, mas não deixa de ter alguns riscos. Não podemos controlar os comportamentos dos outros, mas podemos estar atentos e tentar prevê-los. Quanto aos nossos, calma, cuidado, bom-senso e assertividade!

7 – Motivação. Essencial mantê-la, principalmente no início, quando ainda estamos desconfortáveis com a mudança. Publicitar a nova prática perante amigos, familiares e colegas de trabalho e focar os pontos positivos da mesma, ajuda. Então “recrutar” alguém que partilhe este estilo de vida connosco! A partir do momento em que o novo hábito se estabelece e começamos a sentir todos os benefícios do mesmo, muito dificilmente voltaremos ao nosso anterior hábito correspondente à mobilidade.

 8 – Dificuldades. Vão existir sempre e é preciso estar preparado para as encarar da melhor forma possível. Algumas poderão vir a ser contornadas com o acumular dos quilómetros e da experiência, outras… bem, melhores dias virão!

17.04.18

Do “Fit” e do “Detox”


Rui Pereira

Sou um adepto convicto do exercício físico e de hábitos de vida saudáveis. Mas muito pouco fundamentalista. Comecei relativamente tarde, mas já fiz um pouco de (quase) tudo.
Hoje, revejo-me menos em ginásios e menos ainda em manias que se instituem de certos exercícios, da alimentação e da suplementação alimentar. Sim, gosto de aveia e de chá, mas recuso a euforia "detox". E gosto de ginásios, embora já não frequente, pois não faltam locais para exercitar o corpo muito mais acessíveis e aprazíveis. Não meço nem partilho tempos, quilometragens, calorias.
Pensar no bem-estar físico não é ir ao ginásio e comer saladas, é ter alguma parcimónia sentado à mesa (mas com direito a excessos ocasionais) e fazer trocas tão simples como ir pelas escadas em vez de ir no elevador, ou ir a pé em vez de pegar no carro para fazer uma deslocação ridiculamente curta.
Adoro bicicletas e faço por as usar, até pela sua componente prática e utilitária onde se junta o útil ao agradável, para além do lazer e do desporto. Mas lá está, nem toda a gente tem de gostar ou andar de bicicleta...
Coisas tão simples como caminhar à beira mar ou no meio da natureza são física e mentalmente revigorantes. O corpo e a mente devem ser trabalhados em equilíbrio e harmonia.
Não, não quero viver até aos cem anos e envelheço sem complexos, mas o tempo que viver que seja o melhor possível, até porque quando outros departamentos da vida falham, neste a satisfação pessoal está garantida.