Quando se fala em exercício físico muita gente pensa logo em ginásios, em mensalidades com valores consideráveis, em compromissos, nos horários a conciliar com as restantes atividades da nossa vida, na necessidade de pontualidade para conseguir estacionar o carro e ter senha para as aulas, no equipamento a utilizar, em qual modalidade se inscrever…
Confesso que, até eu, que gosto de exercício físico e de ginásios, fico assim meio arrepiado só de pensar nisso! Curiosamente são as mesmas pessoas que dizem não gostar de fazer exercício, mas que têm de fazer alguma coisa por necessidade.
Perante este cenário as coisas ficam um bocado difíceis, mas não impossíveis. Claro que cada pessoa encara os factos como entende, mas podem-se por em prática algumas estratégias bastante mais simples do que se imagina. Basta querer!
Desde logo é preciso estar entusiasmado. É o entusiasmo que nos leva a agir, que nos dá aquela força que falta para avançar rumo ao objetivo. Que nos ajuda a ver as dificuldades de uma forma mais positiva. Daí a necessidade de mudar de atitude. Encarar constantemente o exercício físico como algo penoso não nos permite usufruir dele de uma forma plena, de tudo o que ele nos pode dar.
Deixar de lado o comodismo é imprescindível. É um bocado ridículo ir para o ginásio treinar e fazer tudo para deixar o carro o mais perto possível da porta para não ter de andar a pé! Mas existem muitas outras situações quotidianas onde podemos ser manifestamente mais ativos, em casa, na rua, no trabalho, e que alteram significativamente os nossos gastos calóricos diários.
Para ser minimamente ativo, numa primeira fase, não é preciso correr como se não houvesse amanhã, nem levantar pesos como numa competição do homem mais forte do mundo, nem é preciso passar 3 horas no ginásio, nem fazer várias aulas de seguida. Nada disso é preciso! Um dos segredos do exercício é saber dosear. Tal como adaptá-lo à nossa realidade física.
É escusado entrar em comparações com os outros. A não ser que seja com alguém que esteja exatamente ao nosso nível, o que é difícil acontecer, portanto o mais provável é que fiquemos sempre a perder. E o problema não é ganhar ou perder é o risco de se estar a baixar a autoestima desnecessariamente. Já criar e aceitar desafios pessoais, mesmo que pequenos, é uma forma de não estagnar, de estimular a ação e evoluir.
E que tal conjugar exercício e natureza? Por exemplo, com uma caminhada ou corrida à beira-mar seguida de um purificador banho de mar! É verdadeiramente prazeroso juntar estas duas vertentes. Para além de revigorar o corpo, dá-nos uma nova alma!
A prática de exercício físico carece de regularidade. É preferível dedicar 30 minutos três vezes por semana, do que 1 hora e meia num só dia desta mesma semana. Calma, bom senso e progressão também são bem-vindos. Cuidado com as mudanças drásticas de comportamento em busca de resultados imediatos. Passar de uma alimentação farta e desregrada para um acentuado corte na “ração” sem rigor e em simultâneo passar de sedentário a ativo num estalar de dedos, até pode trazer resultados imediatos na balança, mas não será a melhor opção em termos de saúde geral.
É fundamental dar tempo ao corpo e à mente. A implementação de um novo hábito não é fácil, requer esforço, disciplina, tempo. É preciso saber qual o nosso patamar de entrada, para irmos dando passos seguros no sentido da evolução. Ou seja, autoconhecimento e objetivos bem concretos. Depois de dominado o exercício começamos a ter retorno que se traduz em satisfação, prazer e energia.
Para conseguir ampliar ainda mais os seus benefícios há que encontrar um equilíbrio entre exercício, alimentação e descanso. São os três grandes vetores da nossa saúde física.
Já agora, não será demais lembrar que corpo e mente são duas realidades indissociáveis, intimamente ligadas, que se influenciam e beneficiam mutuamente.
A necessidade de ser exercitado não se restringe ao corpo, também temos uma mente que precisa tanto de exercício como ele.