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Bike Azores

A experimentar o verdadeiro sentido da palavra liberdade!

12.12.23

"Heart Like a Grave"

Insomnium


Rui Pereira

Years of disappointment
And disillusion
All I see in the mirror now
Is an old man with a heart like a grave

Até ao final deste ano completo 48 anos. Mesmo para mim, que não sou de números, é bastante claro que estou a bater nos 50 não tarda…
Visivelmente, mantenho um ar aceitável, com alguma jovialidade e irreverência. Para isso contribuem a minha forma de estar e atitude, as atividades que pratico.
A descontração existe, sem dúvida, mas por vezes é aparente. Muitas vezes ensombrada por níveis de preocupação e pessimismo sem sentido.
Um lado negro que tento expurgar com mais escuridão, tristeza e melancolia, através da música, em manifesto contrassenso.
É a minha aliada. É solidária, coloca-se na minha pele, compreende-me. Rasga comigo as amarras que me prendem, com a força das letras e a agressividade da melodia.
São anos de união. De aliança. De resultados.
O que não impede que, ocasionalmente, me possa ver como um velho ao espelho…

 

28.11.23

“Nothing Sacred”

Paradise Lost


Rui Pereira

1999 foi o ano de lançamento do álbum “Host”. Sétimo da carreira dos Paradise Lost. O álbum da polémica e da discórdia, já que a banda inglesa rompe radicalmente com o som que vinha fazendo até então. Na verdade, já o seu antecessor, “One Second”, indicava esta direção. Abundância de eletrónica e teclados que descaraterizavam uma base sonora bastante identificativa, com raízes Doom e essencialmente Gothic. Menos gótico o seu som era agora muito atmosférico. As guitarras perderam peso e foram ofuscadas pelos sintetizadores, e a voz de Nick Holmes era agora completamente “limpa”. O certo é que até a aparência física dos elementos da banda mudou.
Fã assumido da banda e do género - Gothic Metal, tendo como álbum favorito “Draconian Times”, 1995 - aquele que considero ser um dos melhores discos de sempre - também me coloquei do lado da oposição. Eh pá não, não queria ver os Paradise Lost a tentar ser os Depeche Mode! Ainda tentei uma ou outra audição, mas a resistência venceu. O facto é que me fui afastando progressivamente deste coletivo. Foi bom, muito bom, mas acabou – pensei eu.
Só voltei a fazer as pazes com os Paradise Lost em 2005, com o lançamento do seu décimo álbum homónimo. A partir daí o seu som tem crescido no sentido do regresso às origens.
Numa onda saudosista tenho revisitado o seu passado… “Icon”, “Draconian Times”… Continuo a ficar arrepiado com o seu som e com os absurdamente melódicos riffs de Gregor Mackintosh, o principal guitarrista e compositor da banda.
Num desses regressos ao passado dei de caras com o tema “Nothing Sacred” do álbum “Host” e senti-me injusto e preconceituoso. O que é isso? Que tema! Pronto, as guitarras estão um pouco escondidas e têm uma distorção meia estranha, mas a linha de teclados que marca toda a faixa, adornada por apontamentos eletrónicos, é absolutamente incrível. Um tema que nos embala e leva tranquilamente através de ambiências atmosféricas e melódicas exemplarmente conseguidas.
Estava cego e surdo quando há 24 anos não consegui reconhecer isso. Nunca é tarde. Justiça seja feita!

 

15.11.23

SOEN


Rui Pereira

Custa-me sempre um pouco falar sobre música. Não que não goste, porque gosto muito, mas no sentido em que me falta a teoria e o lado prático de músico que não sou.
Daí normalmente enveredo pelo lado da emoção e do sentimento. E a música desperta-me bastante neste departamento.
Outra coisa que me faz alguma confusão é como certas bandas, canções e álbuns me passam completamente ao lado. E falo de géneros mais específicos, dos quais tenho algum conhecimento, mas não deixa de ser um disparate com a quantidade de música que se faz por aí.

 


O primeiro tema que ouvi. Que incrível balada!


Descobri recentemente os SOEN, numa lista aleatória sugerida pelo YouTube Music. Por falar nisso, fico assustado com a quantidade de horas de audição que tenho nesta aplicação. Mas pronto, é outra conversa. E já ando a preparar-me para o facto de vir a perder audição progressiva e precocemente. É que o Metal, o género que mais ouço, é para ser ouvido com o volume tendencialmente elevado!
Mas voltemos aos SOEN e, particularmente, ao seu mais recente álbum “Memorial”.
Então esta banda anda a fazer música desde 2012 e nunca sequer ouvi falar dela?!
Nunca é tarde. Que som. Que melodia. Cativante!

 


Um hino… outro!


Um consistente e poderoso instrumental, e uma excelente voz limpa. Este coletivo da Suécia é virtuoso quanto baste. São vários temas que se destacam, mas “Memorial” é um álbum inteiro, sem grandes altos e baixos.
Embora a minha audição se tenha concentrado bastante neste disco, o facto é que tenho ouvido transversalmente toda a sua discografia, tal é o interesse e curiosidade que esta banda despertou.


O competente tema de abertura do álbum “Imperial”


Normalmente são apresentados com a etiqueta de Metal Progressivo. Não sei, talvez. É irrelevante.
Certo é que fiquei, ainda estou, viciado no som dos SOEN. No equilíbrio entre agressividade e melodia, nas letras tocantes, nos solos de guitarra, na forma como os refrões ficam no ouvido, nos arrepios que sinto. E quando não estou a ouvir as canções, dou por mim a entoá-las baixinho, esteja onde estiver e a fazer o que for…

Que descoberta!

25.05.23

"Mute Is My Sorrow"

INSOMNIUM


Rui Pereira

Os INSOMNIUM são uma das bandas mais presentes na minha vida nos últimos tempos.
A música é essencial ao meu bem-estar, mesmo que reflita escuridão, tristeza e toda uma carga negativa, elevadas por instrumentos tocados de forma extrema, na companhia de vozes vociferadas que debitam palavras carregadas de dor. Tudo harmonicamente embalado com a dose certa de melodia!
O Metal é companhia e volume que me preenche. É paz interior. É catarse.
Assim é a música dos INSOMNIUM. Cada canção… um Hino!
O mais puro e fino “Melodic Death Metal” oriundo do norte da Europa (Finlândia).

 

12.09.22

Regressos a casa!


Rui Pereira

Dar um salto.
Um salto por cima da fase de apatia, da ausência de escrita.
Dá para saltar para trás?
Para a altura em que escrever não era um problema?
Se calhar, para trás, não é boa ideia!

salto_GT_1.jpg


E estou aqui, porque…

- Sim, eu conheço esta bicicleta. Nas minhas pesquisas encontrei um blogue de cá… Bike qualquer coisa.
- Bike Azores? - perguntei.
- Acho que é isso.
- Este blogue é meu!

Não sei se devia ter ficado animado com isso, mas a verdade é que fiquei. Afinal alguém o vê, ainda serve para alguma coisa.
A bicicleta em causa era a GT La Bomba, a minha bicicleta mais utilizada do momento. O local, a mesma pista de sempre.

E por falar em regressos, revisitei o álbum “Night Songs” (1986) dos Cinderella. Um dos grandes responsáveis pela definição do meu gosto musical até hoje.

E por falar em regressos, estou de regresso a casa!



27.05.22

[Kiss] “While Your Lips Are Still Red”

Nightwish


Rui Pereira

Estou sem posição. Incomodado. Mazelas, maleitas…
São da idade. E das asneiras.
A idade não perdoa - dizem.

Uma bicicleta vermelha... Vermelho-vivo!
A idade também passa por ela e também tem mazelas.
Mas são diferentes. Recuperáveis.

As minhas são como os beijos que ficaram por dar...



19.05.22

Tanto e tão pouco em comum…

Música


Rui Pereira

dark_tshirt.jpg


O preconceito existe sempre…

Metal não está propriamente na moda, mas também não é de modas que se trata. Estou a falar de música. De música mais extrema. De um género que engloba uma enormidade de subgéneros que, com base na ignorância e no preconceito, são tidos como um só e, invariavelmente, adjetivados de “barulho”.
Ninguém é obrigado a gostar, eu próprio eclético, também não gosto de tudo o que ouço. Mas gosto mesmo de muita coisa e encaro tudo com a devida naturalidade.

Lana Del Rey
Ainda não tinha “explodido” como artista e já lhe reconhecia mérito. A melancolia e o encanto do seu som, muito apontado como cinematográfico e, a remeter-nos para outra época, imagem e estética incríveis. A atitude. A beleza. A carga dramática. A melodia com a dose certa de romantismo, fatalidade e decadência. Cativante. As letras. A sua voz. As palavras embaladas, carregadas, às vezes, arrastadas.

Lana Del Rey e Metal podem ter tanto e tão pouco em comum…


"Dark Paradise" não será o tema mais conhecido da sua discografia, mas é sem dúvida um dos melhores!


*Provavelmente a publicação mais desconcertante que se poderá encontrar por aqui.