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Bike Azores

A experimentar o verdadeiro sentido da palavra liberdade!

13.02.20

Rotina de carreto fixo!


Rui Pereira

Um dia destes perguntaram-me se já estava rotinado a andar com a minha fixed-gear.
Tendo várias bicicletas é normal que vá variando entre elas. O facto é que não ando tantas vezes como isso, principalmente agora que os dias são mais curtos. Por um lado, é menos o mais do mesmo, por outro, nunca ganho aquele à vontade que teria se andasse quase sempre com uma ou duas delas.
Tratando-se de uma bicicleta de carreto fixo, que também não é nenhum bicho de sete cabeças, a exigência e o período de adaptação são ainda maiores. O uso continuado e a proximidade fazem toda a diferença. Por exemplo, e por força do hábito, não era raro esquecer-me de que não é possível parar de pedalar a meio da pedalada, nem é possível ajustar o pedaleiro para fazer aquela curva mais apertada a exigir alguma inclinação da bicicleta.
Os pedais não param! Não é possível desmultiplicar a transmissão! É preciso abrandar com as pernas! – São mensagens que convém assimilar.
Hoje, tenho duas fixies e já estou muito mais rotinado com elas e com as suas diferenças. A mudança da “ficha” acontece naturalmente assim que as monto e os esquecimentos, sempre lembrados da pior maneira, praticamente já não acontecem.
Mas já atirei a toalha ao chão e tive a minha primeira fixie na configuração singlespeed durante algum tempo…
Agora conheço bem as suas caraterísticas, manhas e manias, e automaticamente sou um ciclista diferente. Já não vou tão tenso e apreensivo, nem focado nas dificuldades. Elas são assim, exigentes e limitadas, mas também únicas, desafiantes e espetaculares. Aprendi a desfrutar disso!
Não escondo o orgulho e a satisfação que tenho de andar de fixed-gear. De ser diferente. De não ter reprimido o gosto e a vontade que tive de ter uma bicicleta deste segmento, apesar de todos os indicadores apontarem não ser boa ideia fazê-lo.