Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Bike Azores

A experimentar o verdadeiro sentido da palavra liberdade!

14.12.23

De bicicleta ao peito


Rui Pereira

roupa_bicicleta.jpg


Gostar de bicicletas é muito mais do que simplesmente andar nelas.
Construí todo um estilo de vida à sua volta.
Influenciam-me de diversas formas e em várias áreas.
Abundam nas minhas redes sociais e nos conteúdos digitais que consumo.
Têm um lugar especial entre os meus livros.
Tudo o que encontro que lhes diga respeito interessa-me.
Penso muito nelas e sobretudo escrevo.
Perto, ao lado ou em cima de uma estarei bem com certeza.
Visto-as. É normal trazer uma ao peito.
E mesmo que não se vejam… estão cá sempre!

15.11.23

SOEN


Rui Pereira

Custa-me sempre um pouco falar sobre música. Não que não goste, porque gosto muito, mas no sentido em que me falta a teoria e o lado prático de músico que não sou.
Daí normalmente enveredo pelo lado da emoção e do sentimento. E a música desperta-me bastante neste departamento.
Outra coisa que me faz alguma confusão é como certas bandas, canções e álbuns me passam completamente ao lado. E falo de géneros mais específicos, dos quais tenho algum conhecimento, mas não deixa de ser um disparate com a quantidade de música que se faz por aí.

 


O primeiro tema que ouvi. Que incrível balada!


Descobri recentemente os SOEN, numa lista aleatória sugerida pelo YouTube Music. Por falar nisso, fico assustado com a quantidade de horas de audição que tenho nesta aplicação. Mas pronto, é outra conversa. E já ando a preparar-me para o facto de vir a perder audição progressiva e precocemente. É que o Metal, o género que mais ouço, é para ser ouvido com o volume tendencialmente elevado!
Mas voltemos aos SOEN e, particularmente, ao seu mais recente álbum “Memorial”.
Então esta banda anda a fazer música desde 2012 e nunca sequer ouvi falar dela?!
Nunca é tarde. Que som. Que melodia. Cativante!

 


Um hino… outro!


Um consistente e poderoso instrumental, e uma excelente voz limpa. Este coletivo da Suécia é virtuoso quanto baste. São vários temas que se destacam, mas “Memorial” é um álbum inteiro, sem grandes altos e baixos.
Embora a minha audição se tenha concentrado bastante neste disco, o facto é que tenho ouvido transversalmente toda a sua discografia, tal é o interesse e curiosidade que esta banda despertou.


O competente tema de abertura do álbum “Imperial”


Normalmente são apresentados com a etiqueta de Metal Progressivo. Não sei, talvez. É irrelevante.
Certo é que fiquei, ainda estou, viciado no som dos SOEN. No equilíbrio entre agressividade e melodia, nas letras tocantes, nos solos de guitarra, na forma como os refrões ficam no ouvido, nos arrepios que sinto. E quando não estou a ouvir as canções, dou por mim a entoá-las baixinho, esteja onde estiver e a fazer o que for…

Que descoberta!

25.10.23

Ainda estou vivo!


Rui Pereira

coroa_da_mata.jpg

 

Há coisas que nunca mudam, independentemente das circunstâncias.
Podem estar mais próximas ou afastadas, mas estão lá.
À minha espera, sempre prontas.
Sem alaridos. Nem preconceitos ou constrangimentos.
As minhas fiéis companheiras ajudam-me muito.
Na manutenção da mente e do corpo.
Na diversão e no desafio.
Na curiosidade e na apreciação.
No sentido estético e prático.
Na jovialidade do espírito.

No silêncio...
Fazem sentir-me vivo!

 

18.10.23

Realidades


Rui Pereira

Olhos semicerrados, cabeça e ombros caídos, olhos no chão, a arrastar os pés pesados… sou eu a tentar regressar à escrita!

Há um ano e três dias atrás estava aos comandos da minha Globe Roll 01, de carreto fixo, a percorrer as estradas da Ilha, numa volta solitária, inédita e desafiante. Foram dois dias incríveis que ficarão para sempre na minha memória. Não foi só a superação do desafio em si, foi o exemplo que isso representou para outros departamentos da minha vida. Afinal… era capaz!
Um ano e três dias depois, não tenho andado tão próximo das bicicletas como seria suposto. Embora com uma tatuada no braço, que ficará para sempre comigo, atravesso uma daquelas de fases de afastamento que espero termine em breve. Só depende de mim.
Com a chegada do outono, a bicicleta de carreto fixo e de rodas cor de laranja entrega o testemunho à citadina e ferrugenta Órbita Classic, com uma caixa de fruta a servir de bagageira.
Os “Nothing But Thieves” embalaram estas minhas palavras. Uma das suas canções tem um título revelador, “Real Love Song”...
Real é também o que sinto pelas (minhas) bicicletas.

orbita_bw.jpg

 

18.09.22

Afirmação do carreto fixo!

Gloria Magenta


Rui Pereira

A Gloria Magenta é a escolhida para as minhas voltas diárias na altura de bom tempo. Gostava de a utilizar durante todo o ano, mas considerando a “agressividade” ambiental dos locais onde me desloco e onde ela fica, só o faço sazonalmente. Componentes de metal de baixa qualidade e o mar mesmo ali ao lado…

gloria_forte_sbras.jpg
Com a "companheira" BMX - Forte de São Brás, Ponta Delgada.


Esta bicicleta de carreto fixo é uma excelente companheira de deslocações. Simples e estilosa. Mas as coisas vão muito para além destes atributos. Aos seus comandos imagino ser outra pessoa, ter outra ocupação, ter outra vida. Ser, ter e fazer aquilo que realmente queria!
É com esta bicicleta na estrada que melhor emano energia e imagem. É nela que mais gosto de me ver e que mais gosto que me vejam. E o facto de ela ser minimalista, vistosa, diferente e radical não é coincidência.

gloria_parque_urbano.jpg
A descontrair depois de um dia de trabalho - Parque Urbano de Ponta Delgada.


Esta, especificamente, ou outra qualquer das minhas bicicletas de carreto fixo integram-se perfeitamente nesta idealização. Uma atividade criativa ou a minha própria loja de bicicletas e skates. Um espaço de comércio, mas também de exposição, convívio e partilha. Eventos para as comunidades em causa. Música. Deslocações maioritariamente a pedais e a pé...
Sou um adepto confesso do conceito carreto fixo, algo facilmente percetível neste espaço, mas o que gostaria de transmitir é que não é apenas para ser (parecer) radical ou hispter, mas porque a ligação com a bicicleta e as sensações aos seus comandos são únicas. É uma questão de identificação.

gloria_avanco.jpg
Com o novo avanço de 35mm para minimizar os efeitos do seu enorme quadro.

 

30.05.22

Em "Outra De Coisa Nenhuma"


Rui Pereira

E dos pretextos para escrever, hoje tenho um bom.
A autora do blogue Outra de Coisa Nenhuma, que em tempos pedia que não lhe dessem ouvidos, escreveu sobre algo que é muito especial para mim – Música!
Sinal de que não levo muito a sério os nomes dos seus blogues.
Ao contrário dela, a música é o meu maior refúgio. Acho que sempre foi. O meu principal recurso para o bem e para o mal. No bem e no mal.
Se não me emociono assim tantas vezes, arrepio-me regularmente a ouvi-la e é uma sensação muito boa. Normalmente associada a músicas que me trazem boas recordações, só por si, não tendo de estar necessariamente associadas a momentos ou circunstâncias especiais.
Não tenho devoções absolutas, nem de estilos nem de bandas, mas sou um apreciador confesso de Metal, embora todos os estilos sejam de considerar, nem que se resumam apenas a uma música.
Também gosto dos Depeche Mode, embora os ouça pouco. Curioso: Ouço mais os seus temas como “covers” de bandas Metal do que os próprios a tocar.
E também não danço em público. Digo que não gosto de dançar. Mas é mentira. Embora seja verdade que não saiba fazê-lo...

 

19.05.22

Tanto e tão pouco em comum…

Música


Rui Pereira

dark_tshirt.jpg


O preconceito existe sempre…

Metal não está propriamente na moda, mas também não é de modas que se trata. Estou a falar de música. De música mais extrema. De um género que engloba uma enormidade de subgéneros que, com base na ignorância e no preconceito, são tidos como um só e, invariavelmente, adjetivados de “barulho”.
Ninguém é obrigado a gostar, eu próprio eclético, também não gosto de tudo o que ouço. Mas gosto mesmo de muita coisa e encaro tudo com a devida naturalidade.

Lana Del Rey
Ainda não tinha “explodido” como artista e já lhe reconhecia mérito. A melancolia e o encanto do seu som, muito apontado como cinematográfico e, a remeter-nos para outra época, imagem e estética incríveis. A atitude. A beleza. A carga dramática. A melodia com a dose certa de romantismo, fatalidade e decadência. Cativante. As letras. A sua voz. As palavras embaladas, carregadas, às vezes, arrastadas.

Lana Del Rey e Metal podem ter tanto e tão pouco em comum…


"Dark Paradise" não será o tema mais conhecido da sua discografia, mas é sem dúvida um dos melhores!


*Provavelmente a publicação mais desconcertante que se poderá encontrar por aqui.

28.10.20

"A mecânica das letras"


Rui Pereira

Tenho visto nas redes sociais (Instagram) várias pessoas a revisitar o seu passado em jeito de “memórias”. Não tenho passado no Instagram porque a minha presença é demasiado recente. Mas mesmo que tivesse não vejo grande utilidade e sentido em fazê-lo. Contraditoriamente, recupero agora um texto de 2013 onde refleti sobre a importância das letras/palavras/escrita na minha vida. Principalmente agora que tenho andado tendencialmente afastado e com algumas dúvidas, esta reflexão ganhou relevância...
Algumas coisas mudaram, outras estão exatamente na mesma.


A mecânica das letras

Queria ser engenheiro mecânico. Sempre tive curiosidade no sentido de perceber o funcionamento das coisas. Sempre gostei de montagens, de engrenagens, de motores, de manuais, de esquemas. De os seguir. Soube por familiares que desde tenra idade, nas minhas viagens de carro, conseguia identificar as marcas de todos os carros que se cruzavam connosco. Associava muito a mecânica ao ramo automóvel. Gostava de veículos motorizados, inicialmente foram os carros, posteriormente as motos, nas quais fiz muitos quilómetros. Neste momento encaro os carros como meros meios de transporte. De moto (scooter) ando praticamente por obrigação. O gosto persiste, mas a paixão foi direcionada para as bicicletas, donas de uma eficiência imbatível. Preparação física, simplicidade, economia, desafio e prazer, associados… Está tudo dito!
Mas não é de locomoção que pretendo falar... A engenharia ficou pelo caminho. Deparei-me com um obstáculo intransponível, a matemática! Agradeço à minha professora do ciclo, que tinha tanto de feia como de má professora. Passei os anos seguintes numa fuga constante dos números, tomando opções ora contraditórias, ora desconexas.
O meu destino seriam as letras. Depois de alguns desaires, em consequência da falta de objetivos, senti-me confortável e seguro nesta área, pelo menos no que toca à escrita. O facto é que me expressava muito melhor através da escrita, comparativamente com a oralidade. Ainda hoje acontece.
De qualquer forma, nunca senti que tivesse alguma aptidão especial para escrever. Só comecei a aperceber-me que eventualmente poderia ter algum jeito quando várias pessoas começaram a dar atenção e credibilidade aos textos que escrevia no fórum online do principal clube motard micaelense, do qual fazia parte. Foi nesta altura que percebi que articulando gosto, experiência e conhecimento, com uma escrita genuína, clara e correta conseguia exprimir ideias assertivas e bem argumentadas.
Comecei realmente a gostar de escrever, numa altura em que lia muito, mas apenas revistas de motos. Mais tarde, com o ingresso no ensino universitário, alarguei consideravelmente o leque das minhas leituras, tal como das temáticas que passei a dar atenção. Se por defeito académico a educação escolar, profissional e social ocupava um lugar de destaque, comecei também a desenvolver interesse pela psicologia e pelos comportamentos humanos.
Neste momento os livros são um dos meus maiores vícios. Psicologia, autoajuda, sociologia, filosofia e educação são as minhas áreas preferidas. Já a ficção ainda não descobri convenientemente. E continuo a gostar muito de revistas, não necessariamente de motos.
Se calhar as letras sempre foram o meu elemento (aptidão + paixão), eu é que ainda não tinha descoberto. É com as letras que me sinto bem. É escrevendo-as que melhor me sei expressar. É sobre elas que reflito. É com elas que faço a minha autoanálise.
A mecânica entre a leitura e a escrita tem funcionado. Quanto mais leio mais vontade tenho de ler e escrever e vice-versa. Talvez falte juntar aqui um terceiro fator, o dom da palavra. Inúmeras vezes assisto a palestras onde se produzem discursos altamente significativos, motivadores e cativantes, onde os palestrantes conseguem a atenção e o interesse de grandes plateias. Mesmo consciente das minhas limitações neste departamento, dou por mim a sonhar…

Rui Pereira, 2013/12/12

26.10.20

Bicicletas únicas, sensações únicas!


Rui Pereira

globe_ermida.jpg


No meu último texto, repleto de questões, mencionei algo que é inquestionável. Adoro as sensações e a ligação que tenho com as minhas bicicletas no geral, mas que são substancialmente mais fortes e relevantes com as minhas bicicletas de carreto fixo. É inquestionável. Desde logo pela sua estética e conceito, perfeitamente alinhados com as minhas preferências, onde pureza e simplicidade lideram. Depois, já aos seus comandos, pela combinação entre desafio e divertimento, onde sou chamado a mostrar certas habilidades raramente requeridas. As suas particularidades exigem entrega e dedicação, e isso gera uma proximidade e uma ligação muito superiores. As dificuldades encontradas acabam por ser relativizadas dando lugar à normalidade e fluidez possíveis. As bicicletas de carreto fixo são únicas e transmitem sensações igualmente únicas. E eu… bom, eu adoro isso!

gloria_via.jpg

23.09.20

Compromisso


Rui Pereira

gloria_por-do-sol.jpg


Todas as vezes que monto nas minhas bicicletas de carreto fixo é como se tivesse assinado um contrato de exclusividade, onde me comprometi aceitar todas as contrapartidas em troca de mais-valias.
Existe um compromisso da minha parte. Uma vontade deliberada de as pedalar. Se em tempos isso limitou o meu leque de opções, hoje já não acontece. A fusão entre gosto, compromisso, prática e hábito fizeram-me ver que as limitações eram muito mais pessoais do que técnicas.
Mesmo que existam pontualmente, o gozo que me proporcionam e a capacidade de me deixarem orgulhoso e realizado é tanta que fazem esquecer rapidamente estas mesmas limitações. Menosprezava a expressão “é uma questão de hábito”, mas é mesmo. A partir do momento que tirei as limitações da cabeça e comecei a sair preferencialmente com elas, tudo mudou!
O facto, é que nunca assinei contrato nenhum. O enorme gosto e a minha entrega fizeram com que tudo acontecesse naturalmente e de forma progressiva. Se me comprometi, está comprometido. E se antes dizia “vou levar a fixie, portanto, é uma volta mais pequena” hoje planeio fazer com elas o mesmo que faço (fazia) com as outras, ponderando as normais condicionantes. Mas nada de loucuras, que já não tenho “tempo” para isso… na verdade, acho que nunca tive.
E é aí que reside a mudança. Fazer uma volta com a fixie, seja ela qual for, é normal, é natural. Já não é uma loucura, um sacrifício. É mais uma volta, só que mais emotiva e entusiasmante. Ok, eventualmente mais puxada também. Mas lá está, comprometi-me, portanto, já nem vejo as coisas assim.
Não quero provar nada a ninguém, até porque as opiniões dos outros são apenas isso e não me dizem respeito. Agora, cada saída, acaba por ser uma prova para mim mesmo. A prova que é possível fazer o que quiser com estas bicicletas…
Basta comprometer-me!