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Bike Azores

A experimentar o verdadeiro sentido da palavra liberdade!

27.05.21

Caldeira Velha!


Rui Pereira

Semanas a matutar…
O dia tardava em chegar.
Tirei a fixie do suporte, mesmo achando que não seria desta.
O tempo estava desagradável, com um vento pouco favorável.
Fui andando…
Espreitei lá para cima - nevoeiro!
No momento em que cruzei o acesso, decidi.
A inspiração vinha dos eventos Azores Fixed, mas agora estava por minha conta.
Prossegui a custo, mas controlando. Gerindo o esforço. Com calma.
O objetivo seria alcançar aquele que tracei como o meu primeiro patamar.
Alcançado!
Continuei, mas hesitei logo a seguir, quando pensei no nevoeiro, no vento e na descida.
A descida!
Com uma bicicleta “normal” até seria espetacular, depois do esforço.
A descida com a fixie?!
Dei meia volta, parei para a fotografia e comecei a descer.
Fiz tudo para contrariar o movimento natural dos pedais.
Agarrei o guiador, o melhor que podia, para controlar a bicicleta.
Doseei o único travão disponível.
Dores nos tríceps e nos ombros...
E uma rotação demasiado elevada das pernas que me lembrava a existência dos joelhos.
Já cá em baixo - pensei que fosse pior!
Existem outros patamares...
E mais dias!

globe_caldeiravelha.jpg

 

01.01.17

A tradição ainda é o que era!


Rui Pereira

LFogo Allez.jpg


Para alguns e algumas que andam de bicicleta, o primeiro dia do ano significa subir o Pico da Barrosa/Lagoa do Fogo.
Bom, para não ser apanhado em alguma incoerência digo já que, para mim, esta é uma tradição sem muita tradição, já que é a apenas a segunda vez que faço esta subida neste dia.
Não fazia muito sentido ir lá baixo ao encontro do grupo que vinha fazer a subida e arranquei diretamente de cá de cima, lá para cima!
Fazer a subida, sozinho, é ainda mais difícil psicologicamente, mas por outro lado temos muito tempo para pensar e falar connosco próprios. Aliás, muito do que estão a ler neste momento, advém do que idealizava escrever enquanto carregava forte nos pedais.
Para destabilizar um pouco, pelo caminho, lembrei-me que o corta-vento (útil para a descida) tinha ficado esquecido em casa e um olhar lá para o alto indicava nevoeiro. E eu de óculos escuros na cara! Passou-me pela cabeça que se calhar era melhor ir até à Gorreana…
Não, vamos é para cima!
Paragem para a foto que ilustra este texto, mudança mais leve engrenada e toca a subir.
É sempre difícil, mesmo em alturas que já estive em melhor forma, mas lá fui com calma, pedalada atrás de pedalada, enquanto superava os segmentos do percurso que marcava visualmente e geria os meus pensamentos e monólogos.
Cruzei-me com alguns colegas que já vinham a descer. Cercado pelo branco do nevoeiro, sentindo ocasionalmente o ar fresco do vento, já próximo do topo, mas com ainda bastante inclinação para vencer, ouvir coisas banais como «bom dia!», «está quase!», «bom ano!» e «força!» é como tomar uma espécie de gel energético para a determinação.
Metade estava feito, nem parei, ou melhor parei já a descer para meter os óculos (escuros e embaciados?!) na cara. Lagoa aqui vamos nós, sem ver a ponta de um corno!
Descida interminável esta…
Acho que preferi subir ou então estou a sofrer de memória curta!
Já a rolar cá em baixo tinha as pernas tão frias que era como se estivesse a sair de casa novamente, com a agravante de estar substancialmente mais frio, moído, molhado e sujo!
Bastante sujo para quem apenas percorreu estrada! Mas nada que um banho de mar não lavasse…
Está feito!