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Bike Azores

A experimentar o verdadeiro sentido da palavra liberdade!

30.11.23

Mais do que “instagramável” é real


Rui Pereira

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É um quadro com que me identifico. Até porque o pé presente é meu.
É um reflexo daquilo que gosto, da minha vida, daquilo que sou.
De tranquilidade.

A praia, o mar e o pôr-do-sol representam a minha indiscutível ligação à natureza.
O surfskate reflete o meu lado mais ativo e irreverente.
As Vans sugerem jovialidade e o meu estilo de vida.
E todo o enquadramento, o meu sentido estético.

Não é toda a minha vida, mas é uma considerável parte dela. A mais importante. A que melhor me define.
É a minha atitude. De como é viver na Ilha…
E mais do que “instagramável” é real.

18.09.22

Afirmação do carreto fixo!

Gloria Magenta


Rui Pereira

A Gloria Magenta é a escolhida para as minhas voltas diárias na altura de bom tempo. Gostava de a utilizar durante todo o ano, mas considerando a “agressividade” ambiental dos locais onde me desloco e onde ela fica, só o faço sazonalmente. Componentes de metal de baixa qualidade e o mar mesmo ali ao lado…

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Com a "companheira" BMX - Forte de São Brás, Ponta Delgada.


Esta bicicleta de carreto fixo é uma excelente companheira de deslocações. Simples e estilosa. Mas as coisas vão muito para além destes atributos. Aos seus comandos imagino ser outra pessoa, ter outra ocupação, ter outra vida. Ser, ter e fazer aquilo que realmente queria!
É com esta bicicleta na estrada que melhor emano energia e imagem. É nela que mais gosto de me ver e que mais gosto que me vejam. E o facto de ela ser minimalista, vistosa, diferente e radical não é coincidência.

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A descontrair depois de um dia de trabalho - Parque Urbano de Ponta Delgada.


Esta, especificamente, ou outra qualquer das minhas bicicletas de carreto fixo integram-se perfeitamente nesta idealização. Uma atividade criativa ou a minha própria loja de bicicletas e skates. Um espaço de comércio, mas também de exposição, convívio e partilha. Eventos para as comunidades em causa. Música. Deslocações maioritariamente a pedais e a pé...
Sou um adepto confesso do conceito carreto fixo, algo facilmente percetível neste espaço, mas o que gostaria de transmitir é que não é apenas para ser (parecer) radical ou hispter, mas porque a ligação com a bicicleta e as sensações aos seus comandos são únicas. É uma questão de identificação.

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Com o novo avanço de 35mm para minimizar os efeitos do seu enorme quadro.

 

10.09.21

Mudança de trajeto!

Mobilidade


Rui Pereira

O modelo de mobilidade vigente assenta essencialmente no transporte individual. Está tudo estruturado para, por um lado, proporcionar a melhor circulação aos automóveis, por outro, o seu estacionamento. Assim, não será de admirar que as nossas cidades tenham sido literalmente invadidas por estes mesmos automóveis.
Que os automóveis não andam sozinhos nem têm vontade própria e são conduzidos por pessoas é óbvio, mas também não terão sido concebidos para serem ocupados maioritariamente por apenas uma pessoa, até porque a maior parte deles tem cinco lugares, nem para fazerem deslocações ridiculamente curtas, até porque as suas caraterísticas técnicas e estruturais indicam exatamente o contrário. 

 

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O automóvel é um meio de transporte muito cómodo, mas o seu uso incorreto e abusivo, estimulado pelo modelo de mobilidade adotado e por toda uma pressão social associada, fez dele um “peso”. Seja pela sua volumosa presença (tanto em movimento como parado), seja pela marca que deixa ao nível ambiental.
As cidades e as vias entupidas de carros revelam um padrão cada vez mais obsoleto e insustentável a pedir urgentemente por alternativas. E estas passarão pelos meios de locomoção suaves e por uma aposta forte nos transportes públicos. E claro, pela forma mais natural de nos deslocarmos - a pé!

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Para que as alternativas sejam validadas pelas pessoas e possam realmente fazer jus a esta designação têm de haver condições para o efeito. Se predomina o sentimento de que é perigoso circular de bicicleta na estrada, é normal que exista medo e resistência em aderir a esta alternativa. A exposição será sempre maior e a segurança poderá ser posta em causa, mas os indícios positivos poderão levar pelo menos os duvidosos a experimentar.
Terá de haver uma verdadeira vontade neste sentido da parte de quem decide, uma mudança de hábitos da parte de quem tem de se deslocar diariamente, e uma nova forma de pensar as deslocações e a mobilidade urbana da parte de todos.
Claro que é um grande desafio com várias dificuldades associadas, mas a mudança do trajeto seguido até então, mais do que uma opção é mesmo uma obrigação!

11.12.20

De bicicleta pela mão!


Rui Pereira

Quando falei em limitações um dia destes, ilustrei o texto com uma imagem que não tinha a ver com o assunto, mas que na realidade e ao nível das implicações, também envolveu a mesma necessidade.

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Esta é a imagem que demonstra exatamente o referido. Uma situação que me custa um pouco aceitar, mas que até consigo compreender. Não tenho como evitar. Se quiser continuar a utilizar a bicicleta em algumas das minhas deslocações diárias, alguns metros (felizmente poucos) terão de ser feitos sempre com a bicicleta pela mão...

Assim farei.

26.11.20

Futuro?


Rui Pereira

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Os carros elétricos serão com certeza uma boa alternativa aos automóveis movidos a combustão, com todos os seus problemas mais do que identificados. Mas zero emissões e energia mais barata é apenas uma parte do problema. Mesmo não entrando na questão das baterias, nem da produção da eletricidade, os carros elétricos sem se ver o que têm debaixo do capô são iguais aos outros. Congestionam as vias de circulação e ocupam o mesmo espaço de estacionamento, ou seja, causam o mesmo impacto físico e dominam da mesma forma a paisagem urbana.
Pois que venham os elétricos, mas é preciso ainda mais atrevimento e arrojo, não passando pelo incremento de tecnologia, e canalizá-los para a necessidade de largar o comodismo e os preconceitos, e começar a ver o mais simples e eficiente meio de transporte de sempre* como uma alternativa real. Como uma das melhores!

*O mais simples e eficiente meio de transporte de sempre é a Bicicleta.

 

03.11.20

Da indiferença à satisfação!


Rui Pereira

Já disse inúmeras vezes que o que faço com as minhas bicicletas, e que por inerência defendo através da escrita, não tem como intenção principal influenciar alguém. Esta partilha resulta da melhor forma que encontrei para conciliar duas das minhas paixões – as bicicletas e a escrita. Mas também para afirmar a minha opinião, trajeto seguido, objetivos e preferências.
Não quero influenciar nem agradar ninguém, até porque tenho a perfeita noção que a fuga aos padrões estabelecidos e a forma efetiva como a defendo pode muito bem ser considerada arrogante e despropositada. No entanto, enquanto acreditar e isso me fizer bem, continuarei a fazê-lo.
Digamos que comecei mal para acabar bem...
A minha indiferença acaba no ponto em que vejo o meu exemplo servir de motivação para alguém. Foi comprada mais uma bicicleta e está a ser usada; cruzei-me com ela e com o seu utilizador na estrada; partilha o mesmo espaço que a minha; disse-me que sempre que me via tinha vontade de fazer o mesmo; disse-me também que de bicicleta vem mais satisfeito e enérgico; identificamo-nos; aproximamo-nos.
Perante isso, o que posso dizer?
Satisfação!

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29.10.20

Cidades cicláveis

Da comodidade à comodidade!


Rui Pereira

Quando se fala em melhorar a mobilidade nas cidades e se associam as bicicletas como peças importantes para este fim, pensa-se logo em ciclovias. Estes são equipamentos fundamentais para tornar mais atrativas as deslocações com um meio de transporte suave, mas não podem ser pensadas de forma isolada e sem uma estratégia abrangente, onde vários aspetos terão de ser levados em consideração.
Não basta criar percursos cicláveis para as pessoas começarem a pedalar. É preciso que estes façam sentido, assentando numa lógica de integração urbana. Construções avulsas e descontextualizadas, só porque pretendem refletir uma preocupação tão atual, são inúteis.
Desde logo, deve partir-se do princípio de que as cidades deverão ser um espaço para as pessoas e não para os automóveis. E não, isso não representa de todo a mesma coisa. Uma cidade atafulhada de carros, estejam estes em circulação ou estacionados é uma cidade claustrofóbica, espartilhada, poluída, pouco segura e nada amigável para as pessoas.
A construção de uma ciclovia deve ter como base a visão da bicicleta como meio de transporte e veículo de lazer, tal como tentar articular todas as ligações fundamentais entre zonas residenciais, comerciais, culturais, lúdicas e verdes.
Mas as ciclovias só por si não garantem a melhoria da mobilidade urbana, nem a devolução das cidades às pessoas, até porque em muitas situações são difíceis ou mesmo impossíveis de concretizar na malha urbana existente.
Uma rede de percursos cicláveis, mesmo que convenientemente pensada, nunca terá uma abrangência total, portanto, terão de haver medidas associadas no sentido de facilitar a coexistência e a partilha das vias, onde a acalmia do trânsito automóvel é fundamental.
Os princípios e as motivações, por mais relevantes que sejam, não bastam para a mudança. É preciso que se sinta mais segurança nas estradas. São precisas mais condições de locomoção, intermodalidade e parqueamento que facilitem a vida às pessoas, para que mais facilmente se troque a comodidade do automóvel pela comodidade da deslocação em bicicleta. Só com esta realização é possível perceber verdadeiramente a dimensão de todos os ganhos gerais e particulares associados.

27.10.20

Bikes & Skates


Rui Pereira

O surf, como modalidade desportiva, é apelativo. Mas chateia-me a dependência de vários fatores naturais para ter as condições mínimas para a sua prática. Independentemente disso, não devo fazê-lo por limitações físicas, preferindo não correr riscos sob pena de meter em causa outras práticas prioritárias para mim. Assunto arrumado.
Já o surfskate é outra conversa. Exemplo de um domingo agradável é ter a manhã ocupada a pedalar e a tarde a rolar em cima do meu skate, aqui, já na companhia do meu filho.

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A idade e uma forma própria de encarar estas coisas fazem-me agir descontraidamente e sem grandes objetivos. Na bicicleta pedalo com gosto até alcançar aquela hora razoável para o almoço. Contabilidades? Estatísticas? Deixo-as para outras áreas onde serão imprescindíveis. No skate ando para cá e para lá tentando algumas variações e mudanças de direção, dentro das minhas limitações técnicas. E sento-me, observo, troco palavras e volto a andar. As manobras, no verdadeiro sentido da palavra, deixo-as para quem realmente percebe disso.

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Comecei tarde, mas sem complexos. E não tento recuperar o tempo perdido a todo o custo. Pelo contrário, fico muito satisfeito por ter tido esta abertura e hoje conseguir usufruir de uma modalidade que um dia julguei completamente fora de questão. Falo principalmente do skate, mas se pensar bem, também já aconteceu com as bicicletas, quando um dia julguei que não seriam uma possibilidade no futuro.
O futuro é hoje. E, por incrível que pareça, as bicicletas e os skates estão mais presentes do que nunca!
São estes modestos objetos que me asseguram bem-estar, descontração e divertimento. Que me fazem aliviar o peso dos problemas e das minhas frustrações. Que me proporcionam um domingo mais significativo e agradável. E quem diz domingo diz outro dia qualquer…

25.09.20

"Efectivamente"

É tão bom!


Rui Pereira

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Partilhar gostos, práticas, hábitos, atitudes.
Identificarmo-nos.
Saber que existe mais alguém que pensa e age como nós.
Haver quem encare as bicicletas como veículos utilitários, como meios de transporte.
Conhecer alguém que vai de bicicleta, seja aonde for, seja como for.
Haver alguém que gosta do mesmo estilo de bicicletas, das mesmas bicicletas.
É tão bom.
Efetivamente!

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17.07.20

Deslocações com a Gloria

Bicicleta de carreto fixo!


Rui Pereira

Foi no início de julho, depois de uns dias de férias, que decidi que a Gloria Magenta seria a bicicleta para fazer as minhas deslocações diárias.
Tendo duas fixed-gear (paradas), sendo estas das minhas bicicletas preferidas e que mais gozo me dão andar, não fazia muito sentido continuar a usar as citadinas Órbita, quando podia usar uma delas, também perfeitamente adequadas para o efeito.
Na altura fiz algumas adaptações que considerei necessárias, quer pessoalmente quer na máquina, mas no início desta semana voltei à carga.

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- O selim já é o terceiro que a Gloria recebe, excluindo o original. Pertencente à fixie Globe, estava guardado num armário e acabou por se revelar o mais adequado para mim, até esteticamente.
- Como recurso extra de segurança deixei a pinça do travão dianteiro instalada. Já as respetivas manete e espiral também derivam da Globe. Nesta última atualização cortei substancialmente o comprimento do cabo e da espiral, apenas como apontamento estético.
- Um acessório inicialmente montado, mas que pela sua relevância destaco agora - descanso lateral. É um descanso poder contar com ele para a sustentar de pé sem ter de estar encostada a algo. Sei que costuma ser dos primeiros itens a ser dispensado, mas para mim e para o objetivo em questão é daquelas coisas que faz toda a diferença.
- Também já é o terceiro par de pedais que monto. As originais e agressivas plataformas em alumínio, nunca usadas, deram lugar a umas com gaiola, mais uma vez vindas da Globe. Estas foram trocadas por uns pedais de encaixe aos quais foram acopladas umas plataformas específicas numa das faces, que por fim cederam o lugar a umas plataformas plásticas de vocação citadina. Neste departamento, concluo que o ideal seriam umas plataformas de resina (coloridas!) com correias em nylon, para ficar perfeita.
- Não sendo uma novidade, deixo apenas nota do guiador plano que substitui o original, tendo sido cortado ao limite e que contribui definitivamente para a imagem diferencidora da Gloria.
Até agora, ter esta bicicleta como companheira de estrada nas minhas deslocações diárias foi uma decisão acertada. Se peca por alguma coisa, é apenas por não ter sido tomada mais cedo.