24.09.18
Nordeste
Rui Pereira
Rapaz de bicicleta 1: Eh ciclista! O senhor quer fazer uma corrida comigo?
Eu: É quando tu quiseres!
Rapaz de bicicleta 1: É agora mesmo!
Rapaz de bicicleta 2: O senhor vai perder!
Eu: (Risos)
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24.09.18
Rui Pereira
Rapaz de bicicleta 1: Eh ciclista! O senhor quer fazer uma corrida comigo?
Eu: É quando tu quiseres!
Rapaz de bicicleta 1: É agora mesmo!
Rapaz de bicicleta 2: O senhor vai perder!
Eu: (Risos)
21.09.18
Rui Pereira
Depois de um texto que me deu muito prazer escrever e que me valeu um destaque no SapoBlogs , já lá vão 11 dias, tive várias vezes de mãos sobre o teclado, a olhar para uma folha em branco e não consegui escrever nada! Aliás, neste momento que estou a tentar escrever alguma coisa esforço-me por alinhar ideias e dar um rumo a esta publicação.
O facto é que não tem acontecido nada de muito relevante, ou seja, tem andado tudo dentro da normalidade. E isso não é necessariamente mau, já que evito dar demasiada importância a situações negativas e assim estas também não seriam destacadas aqui. Faltariam os motivos à mesma com a agravante do mal-estar consequente.
Atenção, escrever é um gosto e não uma obrigação, mas às vezes é preciso forçar um bocadinho. Se me começo a abster da escrita entro numa espiral e vou por aí a fora… quanto menos escrevo, menos vontade tenho de escrever. E, já agora, quanto menos ando de bicicleta, menos vontade tenho de andar de bicicleta!
A minha última volta de bicicleta foi muito proveitosa ao nível do pensamento (tanto que parece ter-me esgotado as ideias!) e serviu para reconhecer o bem que me fazem estas mesmas voltas e para definir a atitude que devo continuar a seguir, exatamente por ser aquela com que mais me identifico e que me é benéfica.
Ultimamente a bicicleta escolhida tem sido a Specialized Allez, com um desempenho que não desilude, mas está na altura de lhe dar algum “descanso”. Não sem antes ter de passar por uma rotina de limpeza e lubrificação, para então ser devidamente estacionada. Ah, tinha em mente uma intervenção maior ao nível estético nesta bicicleta, como que um regresso às origens, mas irá ficar para mais tarde.
Depois de um interregno voluntário, onde só a apreciava ocasionalmente e de forma estática, agora vou tirar o pó à Specialized Roubaix e levar-lhe para a estrada. Confesso que já tenho saudades de um outro nível de eficiência, performance e conforto. Que é como quem diz, tenho saudades do seu tato, do seu rolar e da sua suavidade.
Já que tenho por onde variar, vario. Gosto de todas, claro, mas a minha tendência metodológica leva-me a que não haja cá confusões e a andar por períodos rotativos com uma de cada vez. Vamos lá ver se a mudança de companheira também motiva alguma mudança de ambiente!
E pronto, é isso. Custou, mas saiu. Foi o que me saiu…
19.12.17
Rui Pereira
Nos últimos tempos a relação com as minhas bicicletas tem sido um pouco atribulada. Isso porque três delas resolveram presentear-me com avarias chatas de forma consecutiva. Curiosamente, as mais chatas e dispendiosas aconteceram nas minhas melhores bicicletas, pelo menos em teoria, já que estou a falar das mais bem equipadas no que aos materiais e equipamentos diz respeito. As mais caras, portanto.
Na prática não posso considerar estas as minhas melhores bicicletas, porque todas elas são muito diferentes entre si e por isso mesmo incomparáveis. O facto é que gosto de todas, da mais humilde e barata, à mais cara e sofisticada (se é que se pode considerar sofisticada alguma das minhas bicicletas), sem ordem de preferência, já que um dos critérios que privilegio é a funcionalidade e aquela que mais me é útil é exatamente a mais básica.
Todas elas têm o seu fim, tal como virtudes e defeitos. E as avarias também fazem parte da equação, quer se goste, quer não. São máquinas simples, mas são máquinas. O resto é uma questão de expetativas.
Ainda ontem falávamos no ranger (barulho irritante) do selim da minha Roubaix. E fui questionado em jeito de brincadeira: “O selim desta também faz barulho?” (estava com a minha ferramenta do dia-a-dia, a Órbita Classic), ao que respondi: “esta não faz barulhos, nem chateia!” Na verdade, ela não está a fazer nenhum barulho em especial, mas também não está isenta de falhas e problemas (só por acaso, o selim já nem é o de origem por ter apresentado um desgaste prematuro da sua forra)! O facto, é que os seus problemas não merecem a mesma importância, nem me chateiam tanto como acontece por exemplo com a Roubaix, e neste caso específico, com o ranger do seu selim. Também como poderia, já que só este elemento custava quase metade do que me custou a Órbita na totalidade!
Considerando tecnologias, sofisticações e custos tão díspares, é óbvio que o que se espera de cada uma delas e dos seus elementos seja também diferente, tal como as reações perante os factos, mesmo consciente de que os infalíveis não existem.
O que interessa é que, com mais ou menos custo (de preferência com menos), tudo se resolva e as nossas bicicletas fiquem aptas (não confundir com perfeitas) para desempenhar a sua função.
11.09.17
Rui Pereira
Uma bicicleta nova, ainda por cima usada (faz sentido?), “obriga” sempre a algumas alterações e consequente investimento. Pois bem, a Roubaix não foi exceção, tal como temia.
A saga de abertura dos cordões à bolsa começou pelos pneus. Por baixo, portanto. Contrastando com o valor despendido, que os pneus de estrada são finos, mas caros que se fartam. Há duas semanas notei uma deformação considerável no pneu dianteiro da bicicleta. Ainda pensei numa solução de recurso, considerando o seu estado aparente e o meu reduzido stock de pneus, mas numa bicicleta de estrada os pneus devem receber um respeito especial… Venham de lá dois Specialized Turbo Pro e câmaras-de-ar novas.
Nunca gostei das fitas do guiador da Roubaix. Ou melhor, as fitas eram boas, mas a forma como estavam enroladas não. Demasiado curtas na zona superior do guiador e com uns “enchimentos” desnecessários num guiador já de si bastante grosso para o meu gosto. Parecia que tinha umas bolas debaixo das mãos… Que se tire os “enchimentos” superiores e venham de lá umas fitas da Pro devidamente enroladas.
Um colega deu-me dois suportes de garrafa quando comprei a bicicleta. Tinha-os em casa sem uso, mal sabendo que pouco tempo depois e por minha influência estaria também ele a comprar uma Roubaix! Ainda perguntei se queria que lhe devolvesse os ditos, ao que prontamente negou. Mas aconteceu. Devolvi-lhe porque não eram bem aquilo que queria... Venham de lá dois Cascade Cage II da marca, tecnicamente inferiores, mas com a forma e a cor certas. Sem dúvida que os suportes dele ficam muito melhor na sua bicicleta do que na minha. Mas obrigado na mesma.
16.06.17
Rui Pereira
Eram 06H30 quando o despertador me fez saltar da cama. Não, não é normal, nem num feriado, nem em dia nenhum. Mas era por uma boa causa. Tinha um passeio de bicicleta combinado. E em boa hora. Há quanto tempo não acontecia!
Um grupo pequeno é certo. Poucos mas bons, como se costuma dizer. Éramos três. Três gerações. Três bicicletas. Pontuais, dedicados e motivados. Dose tripla a caminho das Furnas via Sul/Norte.
Os meus companheiros animados e prontos para a 2.ª parte do percurso.
Lá fomos, ora mais depressa ora mais devagar, ora mais divertidos ora mais concentrados, ora mais conversadores ou simplesmente calados.
A volta não era inédita apenas para mim, mas estava a ser cumprida de acordo com as expetativas. Surpreendentemente quase ao minuto!
Foi excelente a todos os níveis. Imperou o companheirismo e a boa disposição, tudo emoldurado por um tempo fantástico para a prática do ciclismo.
Specialized Roubaix - A minha mais recente e bela companheira!
Para mim foi também o primeiro passeio a sério com a Roubaix. Não tenho grande coisa a acrescentar para além daquilo que é suposto… Bela bicicleta!
Cheguei a casa mesmo na hora prevista, até porque tinha um compromisso. E o ligeiro atraso com que acabei por chegar ao mesmo nada teve a ver com mais uma bela manhã de grande pedalada.
Ousando tomar a palavra pelos três, concluo dizendo que foi uma manhã de superação para uns, de confirmação para outros e de satisfação para todos!
11.06.17
Rui Pereira
Rendi-me ao carbono. Rendi-me à estética. Rendi-me ao conceito. Rendi-me ao seu estado irrepreensível. Rendi-me porque tinha sido conquistado no dia em que a vi, embora não quisesse ver…
Refleti. Fiz contas. Procurei alternativas. Comparei. Ponderei. Afastei a ideia. Aproximei. Aconteceu. Porque tinha de acontecer. Houve vontade. Houve convergência. Houve oportunidade. Reuniram-se condições...
Depois de ter voltado a assentar os pés na terra, num misto de alegria e apreensão, sentei-me nela e uns míseros quilómetros, mesmo debaixo de uma chuvinha irritante, serviram para validar a opção - era isso! A satisfação aumentou e a apreensão esbateu-se…
Conheci-a há cerca de 2 meses atrás. Não foi amor à primeira vista, mas chamou-me a atenção. A Specialized Roubaix Comp que vi na minha primeira visita à Bicimelo [obrigado Melinho], e que ocasionalmente me vinha à memória como referência, agora é minha!
23.04.17
Rui Pereira
Ontem, ao final do dia, estava certo que hoje não iria às Furnas, apesar de querer testar a Roubaix na calçada. Haviam outras alternativas. Hoje de manhã, pelas nove horas, saía de casa para atravessar a ilha no sentido norte/sul e daí seguir exatamente para as Furnas!
Já somava algumas horas em cima desta bicicleta e ainda tinha mais umas quantas pela frente. Digamos que ao nível da intimidade já se tinha quebrado aquela barreira inicial e as coisas corriam literalmente sobre rodas. Até já estava familiarizado com o “cantar” do cepo da roda traseira, eu que até sou adepto do rolar em silêncio. Por falar em rodas, os pneus da marca mais gordinhos que o habitual (26) estão plenamente integrados no conceito. Rolam bem e são muito seguros, transmitindo a confiança necessária. Por outro lado, estava cada vez mais encantado com a posição de condução, onde o guiador elevado e demais periféricos não foram lá colocados ao acaso.
E descer o Pisão? Manter a posição. Dois dedos sobre os manípulos de travão. Afagá-los ocasionalmente... Está feito. Aqui volto a reforçar o que já tinha dito sobre os travões de disco hidráulicos – Fan-tás-ti-cos!
Até tenho algum à vontade a descer e gosto de fazê-lo de bicicleta de estrada, mas o que senti nesta Roubaix, mesmo com todas as limitações de estar sobre uma bicicleta emprestada e cara, chegou a ser desconcertante. Nunca pensei sentir-me tão seguro nestas circunstâncias. Fluidez, segurança e suavidade quanto baste. Nem foi preciso cerrar os dentes!
E a calçada junto à Lagoa das Furnas? A famosa calçada! Entrei com vontade neste segmento de percurso verdadeiramente demolidor para uma bicicleta de estrada e respetivo ciclista. Bom, pelo menos até agora era, mas a nova Roubaix vem reclamar que o que era não tem necessariamente de continuar a ser! Ok, toda ela vibrava e chocalhava, mas e então eu? Continuava focado em pedalar forte em carga e em progredir no empedrado! É aqui que a tão falada suspensão de 20 mm integrada na coluna de direção e que a nova solução do quadro que faz do tubo de selim uma espécie de tubo flutuante mostram toda a sua eficácia. Acabei por baixar o ritmo, apenas por ter as pernas a arder, ao contrário do que costuma acontecer, tal é a “sova” geral que levo. É para avançar independentemente do piso apresentado? Então a Roubaix assume o prejuízo e haja pernas!
Mas tenho uma queixa. Rabo dorido! Estaria a mentir se dissesse que não fiquei com o rabo dorido. Teoria: Rabo de pobre, pouco habituado a longas distâncias, estranha selim de gama mais elevada! - Dava um belo título, não dava?
Comprava a Specialized Roubaix Expert? Se tivesse cinco mil euros (a atrapalhar!) pegava em 60% deste valor e comprava a gama abaixo – a Roubaix Comp. Com o restante comprava outra. Uma clássica. Para equilibrar! Seja como for, e agora mais a sério, é um valor seguro e vale com certeza aquilo que é pedido.
Resumindo, nota-se que todo o conceito apresentado foi exemplarmente pensado e trabalhado pela marca, com as inovações tecnológicas a sustentar isso mesmo. Até porque a Roubaix já era uma referência e estava num patamar elevado, portanto, só fazia sentido apresentar algo substancialmente melhor e diferenciador. Digam o que disserem, esta Roubaix é a prova do arrojo e da competência. Existem conceitos perfeitos na teoria que não correspondem na prática. Não é o caso. A Roubaix 2017 funciona mesmo!
Grande experiência! Obrigado a quem a tornou possível.
22.04.17
Rui Pereira
Pois é, não gosto de ter bicicletas emprestadas, nem sou grande adepto de muita tecnologia e ontem fui buscar a Specialized Roubaix 2017 para testá-la!
Desde logo, não entendia a escolha da Expert, modelo que está a meio da gama e tem um preço considerável. Na minha ideia, podia trazer o constrangimento ou a frustração de saber-se, previamente, que se vai experimentar uma bicicleta que não se pode ter. Depois foi-me explicado que a escolha teve por base poder proporcionar o contacto com várias tecnologias (todo o novo conceito da Roubaix com destaque para o Future Shock; travões de disco; sistema de transmissão eletrónica; equipamento SWAT exclusivo) aos possíveis interessados, numa só bicicleta. Como se de uma montra tecnológica se tratasse. Faz sentido.
Aliás, o mais correto será atribuir o foco à experiência em si, recolher informações, referências e definir prioridades, independentemente de termos ou não capacidade financeira para comprar a bicicleta em causa. Até porque o futuro é incerto e a experiência fica. E existem modelos mais acessíveis dentro da gama. E depois é sempre um gosto poder testar uma bicicleta diferente, não é?
Mas vamos ao que realmente interessa… a Roubaix.
O selim foi ajustado e arranquei para o lado oeste da ilha junto à costa. O sistema Di2 (mudanças eletrónicas) é aquele que me suscitava (e ainda suscita) mais reservas (não me agrada a dependência de carga na bateria), mas não posso negar que depois de alguma prática começa-se a tirar partido e a beneficiar do mesmo, com passagens rápidas, precisas, suaves e silenciosas, à distância de um toque. Mesmo sendo intuitivo, não quer dizer que ocasionalmente não tenha feito subir mudanças em vez de as descer. Em minha defesa, posso dizer que já são alguns anos a levar as mãos ao tubo inferior do quadro para “meter” mudanças. Se fiquei convencido? Digamos que parcialmente.
A Roubaix Expert tem um excelente quadro em carbono. Discreta e bonita, com uma pintura a preto e cinza, a única disponível para este modelo. Claro que é muito mais leve do que estou habituado, apesar de ser um quadro mais volumoso. Aliás, é um quadro que se faz sentir e ouvir de uma forma muito particular.
Ah, queria falar daquela “caixinha” ali no fundo do quadro. Para ser sincero e esteticamente falando prefiro um quadro limpo, com os cantos livres. Mas este acessório exclusivo, que faz parte de uma linha de utilitários a que a marca apelidou pomposamente de SWAT, é muito prático. Camara de ar, botija de CO2 e adaptador, desmontas, multifunções e até um grampo para notas (€), há lugar para arrumar tudo e ao abrigo da água por ser estanque. Curiosidade: Fui abordado por um turista estrangeiro que me perguntou se aquela “caixa” era o motor!
Bom, acabei esta primeira volta com a Roubaix muito satisfeito. É uma bela bicicleta. Como não haveria de ser? Não sou muito exigente, mas gostei de tudo, embora tenha faltado um segmento de percurso mais “agressivo” para fazer sobressair ainda mais as suas capacidades. De qualquer forma, nesta volta estava mais interessado em testar até que ponto a sua suavidade se traduzia efetivamente em menos cansaço e em mais tempo em cima do selim.
Cumpriu e mais não fez porque faltaram-me as pernas para lhe acompanhar (era o tal motor do turista!). Mesmo assim foi um longo teste que passou com distinção.
A derradeira prova? Bem, sem certezas relativamente ao que vou fazer amanhã, é quase certo que incluirá um segmento de calçada, não sei é se será O segmento de calçada!
21.04.17
Rui Pereira
E depois de amanhã também!
É tarde. Já devia estar deitado. Amanhã é um dia diferente… É um dia especial!
Noite. Um clique no interruptor e faz-se luz. Observo-a. Contemplo-a. É linda!
Está a ocupar um lugar que não é seu, mas que tão competente ocupação. Merece!
A companheira de descanso cede-lhe o cavalete, mas de nada serve porque as suas rodas estão presas por eixos passantes ao invés de apertos rápidos tradicionais.
Improviso um local para a registar digitalmente. Demasiada sombra. Carrego-a pela casa e regresso à rua para a sua primeira imagem minimamente aceitável. É mais fotogénica do que pensava.
Usufruí pouco! Livro-me dos meus equipamentos e deambulo à procura do melhor local para a deixar repousar. Tenho-a debaixo de olho.
Chego. Ainda algo apreensivo e tenso. O selim está demasiado horizontal. Gosto de sentir mais apoio na sua parte posterior.
Venho a rolar rápido por força das circunstâncias. Estou a chegar a casa. Não era isso que esperava para o primeiro contacto. Não foi isso que imaginei. Demasiado fugaz…
O asfalto irregular faz chocalhar bem alguns componentes, mas não perco a compostura sobre os comandos, exemplar que é a forma como filtra toda aquela vibração!
Percorro o mesmo caminho de sempre. Não, vou virar à direita e descer no Pico da Pedra.
Passaram alguns quilómetros, já lhe começo a sentir o pulso…
Para além da novidade, dos ruídos e da diferença (e do valor elevado entre as pernas!) foco-me demasiado nas passagens de mudanças (ia dizer de caixa… manias antigas!), uma vez que estou literalmente às apalpadelas!
Quem é que não gosta de travões de disco (hidráulicos, já agora!) em bicicletas de estrada? Bem, é experimentar e depois falamos.
Fiz a primeira travagem mais a sério. Wow! O que é isso? Isso é conforto, segurança e confiança!
Estou apreensivo e tenso. Demasiado focado na novidade, nos ruídos, nas diferenças. E no valor elevado que tenho entre as pernas!
Que posição é esta? Que conforto é este? Que apoio é este? Que fitas ergonómicas são estas?
Trânsito. Monto-a apressado e agradeço a amabilidade da automobilista que me deixa arrancar.
Entro equipado na loja. Explicações e verificações finais. Cumprimentos e desejos de muitos quilómetros. Bom fim de semana.
Reserva para teste – Specialized Roubaix Expert UDi2 (2017).
A Roubaix sobre calçada, claro!
(Sim, o texto está invertido, cronologicamente falando. Deu-me para isso. Culpa da Roubaix que me trocou as voltas. Para facilitar a sua leitura e compreensão é ler-lhe de baixo para cima. Já devia ter avisado? Pois.)
10.05.10
Rui Pereira
Nada melhor do que subir à Lagoa do Fogo num domingo e dar a volta ao concelho de Ponta Delgada numa segunda-feira feriado, logo pela manhã, para fazer a minha estreia numa bicicleta de estrada! Foi assim que dei as primeiras pedaladas na Roubaix de teste da empresa Carreiro & Comp. Lda.
Despertador no telemóvel programado para as 7H30 e aquele nervoso miudinho indicador da minha apreensão relativamente à bicicleta, mas principalmente ao que tinha pela frente. Na madrugada de domingo, eram cerca das 4H00 e estava acordado! O percurso da Lagoa do Fogo já me estava a intimidar e ainda nem tinha sentado o rabo no selim da SL.
Por falar em selim, o “Toupé” gel montado, revelou logo ser uma “pedra”, tal a sua dureza e a minha falta de “calo”! Mas este não é o selim de origem desta bicicleta de “Endurance”, mas sim o “Avatar”, igualmente em gel e consideravelmente mais confortável. Desde logo também acusei a posição de condução bastante mais radical do que estou habituado, as contidas dimensões, a extrema leveza e a rigidez da Roubaix.
Depois de seleccionar a melhor velocidade para o local onde rolava, mesmo à saída de casa, notória foi também a sua rapidez e agilidade. Pelas afirmações que já ouvi de ciclistas de estrada e pelas características que apresentam, tinha ideia que seriam rápidas, mas para ter a verdadeira noção do que estas máquinas são capazes, só mesmo experimentando!
Reactiva, é também uma das suas características, acusando logo, seja o nosso movimento sobre o selim, seja a mudança de posição das mãos sobre o guiador. Depois de alguns km e de agir de forma mais suave e intuitiva, este facto é minimizado. No entanto, qualquer solicitação que se faça no pedaleiro, a reacção não se faz esperar.
A rigidez e os pneus finos fazem-nos sentir todas as imperfeições da via e requer alguma atenção extra com objectos ou buracos de maior dimensão, de forma a evitar sustos, mas por outro lado, toda a energia gerada nos pedais é aproveitada e transformada em velocidade. Aqui avança-se efectivamente. Haja pernas!
De facto, em mau piso, mesmo tendo em conta que este modelo conta com inserções de Zertz para filtrar vibrações, quer na forqueta, quer nos tubos superiores do triângulo traseiro, sente-se muita coisa, conseguindo ser, este e com certeza todos os outros modelos de estrada, autênticos vibradores gigantes a circular no nosso conhecido empedrado (calçada)!
Os travões funcionam de acordo com as características da bicicleta, mas para quem está habituado a uns travões de disco hidráulicos, os Ultegra da Shimano não são mais do que uma espécie de travões, uns “abrandadores”, vá lá…
Percebi que como tudo é preciso menos tensão e maior à vontade que só a experiência traz, mas resumindo e concluindo, esta Roubaix Expert é uma máquina incrível que adorei experimentar. É decidida, contundente e motiva-nos para dar sempre mais, o que a torna uma excelente aliada tanto para treinos mais intensivos, como para passeios mais calmos e longos, já que a sua cuidada geometria, sem descurar a competitividade, permite um conforto que não é apresentado por outros modelos mais radicais.
O ciclismo de estrada tem muito que se lhe diga e nos últimos dois dias pude viver uma pequena parte disso mesmo, com a possibilidade de testar esta Specialized Roubaix Expert SL. Pela bicicleta, pelas pessoas, pelos percursos... Uma Grande Experiência!