As motas já não fazem sentido para mim!
Já foram a minha maior paixão material, mas gradualmente esta paixão transitou para as bicicletas. Paixão baseada na razão e numa mudança pessoal de perceção e consciência.
A grande mais valia das bicicletas, às quais rendi-me completamente, é conjugarem o prazer e o desafio de andar nelas com a prática do exercício físico inerente. Para além disso, são mais leves em todos os sentidos, práticos e teóricos.
Mesmo ao nível da funcionalidade, para a qual ainda mantenho uma scooter de 125cc, existem as bicicletas elétricas, que no meu caso específico, substituem perfeitamente a primeira, algo que terei de ponderar em breve, já que em primeira análise indicia diversas vantagens.
Existe sempre algum risco a andar de bicicleta, mas consigo tirar tanto ou mais prazer da sua condução e sinto-me muito mais seguro. Com elas tudo é mais fácil e moderado. Atualmente, intimidam-me as velocidades e toda a massa e inércia de uma mota.
Para alguns, este texto fará tanto sentido como as motas para mim neste momento. Eu próprio já condenei outros que davam conta deste facto. Esta comparação e reflexão é algo que tenho vindo a fazer, até porque a mudança dos motores para os pedais aconteceu efetivamente.
Não sou indiferente às motas e estou perfeitamente capaz de as apreciar, mas já não sinto aquilo que sentia, ou seja, não sinto aquele desejo e fascínio que só quem já sentiu sabe o que é. Já não as quero ter.
De uma certa forma, as bicicletas trouxeram-me outro enquadramento e outra consciência da vida, das circunstâncias atuais e do ambiente que me rodeia. Deram-me uma nova visão, mais adequada e realista, em sintonia com as minhas caraterísticas, preferências e princípios. Ajudaram-me a caminhar para onde realmente queria ir.
As bicicletas, agora, fazem todo o sentido para mim!